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11/01/2006 - 10h55

Brasil indica segundo nome para assumir missão no Haiti

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ROSE ANE SILVEIRA
da Folha Online, em Brasília

O vice-presidente da República, José Alencar, anunciou nesta quarta-feira o segundo nome que será apresentado à ONU (Organização das Nações Unidas) para assumir o comando da missão de paz no Haiti. O general Jeannot Jansen da Silva Filho, vice-chefe do Departamento de Logística do Exército em Brasília, vai concorrer ao posto junto com o general José Elito Carvalho Siqueira, indicado anteontem.

A ONU definirá entre os dois para substituir o general Urano Teixeira da Matta Bacellar, encontrado morto no último sábado no quarto do hotel onde morava, em Porto Príncipe (capital do Haiti).

"Os dois nomes serão apresentados hoje à ONU. Os dois contam com o apoio do governo. Sabemos que qualquer um deles está em condições de realizar o trabalho", afirmou Alencar.

Segundo o vice-presidente, o governo brasileiro não tem preferência e vai caber à ONU a escolha. "O comando não é só do contingente brasileiro, é de todos os contigentes dos países que estão lá [no Haiti]. Os dois nomes serão submetidos à ONU e ela que decide."

Segundo Alencar, as forças brasileiras deverão ficar no Haiti até março. "As eleições no Haiti ocorrerão em fevereiro e deve haver segundo turno. É natural que as forças de paz fiquem mais tempo no país para que haja segurança e a manutenção da paz e da ordem."

O vice-presidente confirmou que há atrasos no repasse de recursos da ONU para as forças que estão no Haiti e afirmou que este não é o momento de pressionar ou questionar a ONU ou o papel da missão brasileira.

Suicídio

Sobre a possibilidade de o general ter cometido o suicídio, o vice-presidente da República afirmou que todas as conclusões apontam neste sentido. "O relatório final ainda não foi fechado, porém as informações infelizmente confirmam esta versão."

Alencar disse que até o momento o governo brasileiro não recebeu qualquer informação sobre o general ter deixado alguma mensagem de despedida. "Não há qualquer notícia dele ter deixado nota, bilhete ou coisa que o valha."

Segundo o vice-presidente, o governo ainda aguarda a análise da memória do computador de Bacellar para saber se há indício do que possa ter ocorrido.

Cerimônia

José Alencar participou nesta manhã da cerimônia de honras fúnebres em homenagem ao militar na Base Aérea de Brasília. O corpo do general já seguiu para o Rio de Janeiro, onde será enterrado ainda hoje.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Marisa Letícia, participaram da cerimônia, além dos três comandantes militares, os ministros da Segurança Institucional, Jorge Félix, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o embaixador do Haiti no Brasil, Antonio Fénelon.

A chegada do corpo do militar ao Rio está prevista para as 11h, quando ocorrerá outra cerimônia de honras fúnebres. O enterro será no cemitério Memorial do Carmo.

O corpo do general chegou ontem à Base Aérea de Brasília e foi levado ao IML (Instituto Médico Legal), onde foi embalsamado.

Em nome do presidente Lula e do ministro da Defesa, o comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque, elogiou Bacellar ao afirmar que ele era "um soldado por vocação, profissional capaz, que deixa em todos nós a dor pela perda precoce, irreparável e difícil de ser aceita".

Albuquerque disse ainda que com a morte de Bacellar não só sua família perdeu mas o Exército e, principalmente, o Brasil. Segundo ele, esta perda vai estimular o trabalho do Exército no que se refere à sua atuação nas forças de paz. "A missão será cumprida. Nós não abateremos."

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que participou da cerimônia, também lamentou a morte de Bacellar e afirmou que esteve no Haiti em setembro com o general, que, segundo ele, fazia "um trabalho exemplar".

Buarque disse ainda que não sentiu por parte do general qualquer tipo de arrependimento por ter assumido o comando das tropas no Haiti.

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