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12/01/2006
-
08h24
da France Presse, em Istambul
da Folha Online
O ex-militante ultranacionalista turco Mehmet Ali Agca, 48, que tentou assassinar o papa João Paulo 2º em 1981, saiu da penitenciária de Istambul nesta quinta-feira, quase 25 anos depois da detenção.
Agca deixou o local por volta de 9h30 GMT (5H30 de Brasília) em um automóvel, sob forte escolta policial.
Mais de cem jornalistas estavam diante da prisão, assim como seu advogado, Mustafa Demirbag, e vários familiares, incluindo o irmão de Agca, Adnan. Alguns jogaram flores no carro no momento em que saía da penitenciária.
Ele foi levado diretamente a um hospital para ser submetido a um exame médico, informou a CNN turca.
Agca terá que se apresentar a um centro de alistamento do Exército, já que não cumpriu o serviço militar, obrigatório a partir dos 18 anos na Turquia.
Seu advogado informou que pedirá que, ao invés de cumprir o serviço militar, Agca possa pagar uma multa. Além disso, solicitará que seja eximido do mesmo por motivos de saúde.
Agca estava preso desde 2000 em Istambul, para onde foi extraditado depois de passar 19 anos em penitenciárias italianas por ter ferido gravemente a tiros o papa João Paulo 2º, em 13 de maio de 1981, na praça São Pedro. O próprio sumo pontífice perdoou o turco publicamente e o visitou na prisão.
Indulto
Após ser indultado pelas autoridades italianas, Agca foi extraditado, em julho de 2000, à Turquia, onde tinha sido condenado em 1979 pelo assassinato de Abdi Ipekci, diretor do jornal esquerdista "Milliyet".
Logo após o anúncio na semana passada do indulto, a família de Ipecki revelou que apelaria da decisão perante a Justiça e inclusive a denunciaria perante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
A semana de feriado na Turquia pela festividade do Aid --ou Festa do Sacrifício--, a mais importante do calendário muçulmano, impediu a realização dos trâmites perante o tribunal competente, mas espera-se que os Ipecki recorram da decisão na próxima segunda-feira (16), primeiro dia de trabalho no país.
Na época do atentado contra o papa, Agca tinha 23 anos e era um criminoso conhecido na Turquia, com trânsito entre paramilitares turcos de extrema-direita.
A motivação para o ataque permanece um mistério, mas existem suspeitas de envolvimento da KGB soviética, do serviço secreto da antiga Alemanha Oriental, a Stasi, e o órgão da Bulgária.
Um dos juízes mais importantes da Itália nos anos 80, que chegou a julgar o caso do atentado contra o papa, Ferdinando Imposimato, afirmou na quarta-feira que a vida de Ali Agca pode estar sob perigo por causa de supostos segredos que ele manteria.
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da Folha Online
O ex-militante ultranacionalista turco Mehmet Ali Agca, 48, que tentou assassinar o papa João Paulo 2º em 1981, saiu da penitenciária de Istambul nesta quinta-feira, quase 25 anos depois da detenção.
Agca deixou o local por volta de 9h30 GMT (5H30 de Brasília) em um automóvel, sob forte escolta policial.
Reuters |
Imagem mostra revólver (canto esquerdo, sobre uma cabeça) que o turco usou para atirar |
Ele foi levado diretamente a um hospital para ser submetido a um exame médico, informou a CNN turca.
Reuters |
Agca segura o revólver |
Seu advogado informou que pedirá que, ao invés de cumprir o serviço militar, Agca possa pagar uma multa. Além disso, solicitará que seja eximido do mesmo por motivos de saúde.
Agca estava preso desde 2000 em Istambul, para onde foi extraditado depois de passar 19 anos em penitenciárias italianas por ter ferido gravemente a tiros o papa João Paulo 2º, em 13 de maio de 1981, na praça São Pedro. O próprio sumo pontífice perdoou o turco publicamente e o visitou na prisão.
Indulto
Após ser indultado pelas autoridades italianas, Agca foi extraditado, em julho de 2000, à Turquia, onde tinha sido condenado em 1979 pelo assassinato de Abdi Ipekci, diretor do jornal esquerdista "Milliyet".
Logo após o anúncio na semana passada do indulto, a família de Ipecki revelou que apelaria da decisão perante a Justiça e inclusive a denunciaria perante o Tribunal Europeu de Direitos Humanos.
A semana de feriado na Turquia pela festividade do Aid --ou Festa do Sacrifício--, a mais importante do calendário muçulmano, impediu a realização dos trâmites perante o tribunal competente, mas espera-se que os Ipecki recorram da decisão na próxima segunda-feira (16), primeiro dia de trabalho no país.
Na época do atentado contra o papa, Agca tinha 23 anos e era um criminoso conhecido na Turquia, com trânsito entre paramilitares turcos de extrema-direita.
A motivação para o ataque permanece um mistério, mas existem suspeitas de envolvimento da KGB soviética, do serviço secreto da antiga Alemanha Oriental, a Stasi, e o órgão da Bulgária.
Um dos juízes mais importantes da Itália nos anos 80, que chegou a julgar o caso do atentado contra o papa, Ferdinando Imposimato, afirmou na quarta-feira que a vida de Ali Agca pode estar sob perigo por causa de supostos segredos que ele manteria.
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