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14/01/2006 - 12h24

Chile decide domingo entre socialista e direitista

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da France Presse, em Santiago

O Chile vive neste sábado a véspera do segundo turno da eleição presidencial, em que desponta como favorita a socialista Michelle Bachelet, que concorre com o candidato da direita, o empresário multimilionário Sebastián Piñera.

Michelle, uma ex-ministra da Defesa de 54 anos, quer se tornar a primeira mulher presidente de seu país e a sexta da América Latina, enquanto Piñera, cuja fortuna é calculada em US$ 1,2 bilhão, quer acabar com a saga de governos de centro-esquerda no Chile, que começou em 1990, com o fim da ditadura de Pinochet.

As pesquisas de opinião apontam que Michelle, ela mesma vítima da ditadura, é a favorita para vencer no segundo turno. Um estudo da empresa Mori divulgado nesta quinta-feira, dia do encerramento da campanha, mostra que Michelle teria 53% dos votos válidos, contra 47% do rival.

Apesar da diferença pequena, dentro da Concertación --soma de partidos de centro-esquerda que apóiam Michelle-- existe um clima de vitória, que se refletiu esta semana no encerramento da campanha, no centro de Santiago, acompanhado por mais de 200 mil pessoas, segundo diferentes fontes.

Acompanhada pelo ex-presidente do governo espanhol Felipe González, o ex-ministro da Cultura francês Jack Lang e cantores hispânicos, a candidata socialista afirmou que se tornará a primeira presidente do Chile.

Piñera, 56, fez um ato mais modesto no porto de Valparaíso, onde, frente a mais de 10 mil pessoas, disse que havia chegado a hora da direita no Chile. "Se um governo não é capaz de oferecer uma saúde digna, educação de qualidade e tratar com respeito os idosos, não merece governar mais", disse Piñera, que deseja se tornar o primeiro candidato de direita a ganhar uma eleição desde Jorge Alessandri, em 1958.

Segundo o analista Patricio Navia, "enquanto for incapaz de encontrar uma combinação saudável de boas idéias, unidade e liderança atraente, a direita não poderá entrar pela via democrática em La Moneda (sede do governo chileno)". Mas especialistas concordam que, nesta eleição, a direita começou a se livrar do peso que significou Pinochet, cada vez menos protagonista no espaço político chileno.

O país entrou nesta sexta-feira em um período de reflexão, com a proibição de propaganda política e atos públicos dos candidatos, cujo vencedor substituirá no próximo dia 11 de março o atual presidente, o socialista Ricardo Lagos. O trabalho não será fácil, pois Lagos, com quase seis anos de governo, tem uma popularidade inédita de 75%, marca muito alta para quem o substituir.

O sucessor de Lagos irá se beneficiar dos êxitos de uma economia que cresceu 6% nos últimos dois anos, baseada nas exportações, principalmente de cobre, cujos preços batem recordes nos mercados internacionais.

Os candidatos destacaram que o grande tema pendente é o da desigualdade, essa outra face do "milagre chileno", em um país onde os 10% mais ricos concentram 47% da riqueza, e os 10% mais pobres apenas 1,2%.

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