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25/01/2006 - 20h32

Para oposição, Chávez manipula Fórum Social para virar líder latino-americano

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da France Presse, em Caracas

Uma polêmica foi aberta na edição 2006 do Fórum Social Mundial em Caracas, onde a onipresente figura do presidente Hugo Chávez é denunciada pela oposição como uma manipulação do evento para fins políticos.

Segundo Alfredo Ramos, do partido opositor de esquerda Causa Radical,
o Fórum Social é um evento organizado por Chávez com dinheiro público com o objetivo de se projetar como um líder da América Latina.

O governo da Venezuela ficou encarregado da logística do Fórum, como o transporte dos 60.000 participantes, a segurança e a disponibilização de edifícios públicos.

A figura de Chávez invadiu todo o evento com camisetas, bandeiras, cartazes e gorros vermelhos que caracterizam a "revolução bolivariana" que prega o presidente venezuelano.

O governo também aproveita o evento para promover suas ações sociais. Por exemplo, uma importante avenida do centro de Caracas foi fechada para a realização de um "festival da democracia revolucionária" que explica os programas sociais desenvolvidos pela administração de Chávez, alguns dos quais contam com a ajuda de Cuba.

Os jornalistas estrangeiros foram convidados a visitar aos principais bairros pobres da capital, alguns dos quais são considerados como verdadeiros feudos dos partidários do presidente venezuelano.

O governo de Chávez também é promovido no próprio programa do Fórum Social Mundial. Nesta quarta-feira, foi apresentado um documentário sobre o referendo revogatório do mandato do presidente de 2004, que ele venceu com 60% dos votos.

Hugo Chávez tem duas intervenções previstas no Fórum Social, sexta-feira e domingo, durante atividades organizadas por grupos sociais brasileiros, entre eles o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.

Chávez já repetiu várias vezes que se sente em sintonia com os temas propostos pelas organizações sociais, como o comércio justo, as conseqüências do pagamento da dívida externa, a economia solidária, a luta contra o imperialismo e a globalização.

Bernard Cassen, diretor da organização antiglobalização Attac, refutou que o Fórum Social esteja sendo utilizado para fazer proselitismo político, como denuncia a oposição. "Se as pessoas viessem elogiar Chávez nos foros, eu ficaria escandalizado, mas não é o que está acontecendo", afirmou.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre os fóruns globais de 2006
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