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26/01/2006
-
10h03
da Efe, em Buenos Aires
As Mães da Praça de Maio da Argentina encerram nesta quinta-feira um ciclo de sua histórica luta ao concluir a última "marcha da resistência", que fazem para exigir justiça pelos crimes cometidos durante a ditadura militar (1976-1983).
Após 24 horas de marcha em torno da Pirâmide de Maio, em frente à sede do governo argentino, a última edição deste protesto termina nesta quinta-feira às 18h (19h em Brasília), somando 1.500 quintas-feiras consecutivas em que as mães se reúnem nesta praça de Buenos Aires.
Espera-se que a presidente da Associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, faça um discurso para explicar o motivo pelo qual deixarão de recorrer a esta forma de reivindicação, símbolo da resistência contra a ditadura e contra presidências democráticas que não cumpriram as aspirações dos organismos de direitos humanos.
Néstor Kirchner
Por enquanto, De Bonafini justificou o fim da manifestação porque as mães "já não têm um inimigo na casa de governo", porque o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, "abriu as portas a elas e fez coisas que ninguém esperava", como anular as leis que concediam imunidade aos militares culpados de seqüestros, torturas e assassinatos.
"Não é que as Mães mudaram. É que há um novo momento político no país e na América Latina", disse a dirigente.
No entanto, as mães não devem deixar de se manifestar todas as quintas-feiras à tarde, como fazem desde a época da ditadura militar.
A manifestação conta com o apoio de associações de direitos humanos e grupos de esquerda, assim como de artistas que se apresentaram até de madrugada em dois palcos montados em torno da Pirâmide de Maio.
Fotografias
As mães, algumas delas com dificuldades para caminhar, começaram a marchar ao redor da Pirâmide de Maio, desta vez coberta por fotografias de alguns dos desaparecidos, com um cartaz que dizia: "distribuição de riqueza já".
María de Domínguez, 74, uma das mães participantes da manifestação, explicou que a experiência ao longo destes 25 anos foi "algo muito gratificante às vezes, mas muito doloroso".
A veterana ativista, disse que "nunca é suficiente a luta e nunca é muito o sacrifício que se faz pelos filhos", mas as mães estão "mais velhas e algumas estão mal e doentes", referindo-se ao motivo do fim das marchas.
Além das mães, havia cerca de 200 pessoas marchando, em sua maioria jovens, que admiram a luta destas mães e aderiram à sua causa.
Polêmica
A decisão de terminar com estas marchas deflagrou uma polêmica com outras associações de direitos humanos.
Para a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela Carloto, "é preciso continuar pedindo: não se sabe onde estão 30 mil desaparecidos, todos os assassinos não estão na prisão e ainda não encontramos 500 crianças roubadas".
As Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora, o outro setor que representa as mães, realizou sua própria marcha de resistência em dezembro, em que depositaram na Praça de Maio as cinzas de Azucena Villaflor, fundadora da associação, seqüestrada e assassinada pela ditadura.
Segundo números oficiais, cerca de 18 mil pessoas desapareceram na Argentina entre 1976 e 1983, mas os organismos de direitos humanos elevam esse número para 30 mil.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Mães da Praça de Maio
Mães da Praça de Maio fazem sua última marcha da resistência
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As Mães da Praça de Maio da Argentina encerram nesta quinta-feira um ciclo de sua histórica luta ao concluir a última "marcha da resistência", que fazem para exigir justiça pelos crimes cometidos durante a ditadura militar (1976-1983).
Após 24 horas de marcha em torno da Pirâmide de Maio, em frente à sede do governo argentino, a última edição deste protesto termina nesta quinta-feira às 18h (19h em Brasília), somando 1.500 quintas-feiras consecutivas em que as mães se reúnem nesta praça de Buenos Aires.
Espera-se que a presidente da Associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, faça um discurso para explicar o motivo pelo qual deixarão de recorrer a esta forma de reivindicação, símbolo da resistência contra a ditadura e contra presidências democráticas que não cumpriram as aspirações dos organismos de direitos humanos.
Néstor Kirchner
Por enquanto, De Bonafini justificou o fim da manifestação porque as mães "já não têm um inimigo na casa de governo", porque o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, "abriu as portas a elas e fez coisas que ninguém esperava", como anular as leis que concediam imunidade aos militares culpados de seqüestros, torturas e assassinatos.
"Não é que as Mães mudaram. É que há um novo momento político no país e na América Latina", disse a dirigente.
No entanto, as mães não devem deixar de se manifestar todas as quintas-feiras à tarde, como fazem desde a época da ditadura militar.
A manifestação conta com o apoio de associações de direitos humanos e grupos de esquerda, assim como de artistas que se apresentaram até de madrugada em dois palcos montados em torno da Pirâmide de Maio.
Fotografias
As mães, algumas delas com dificuldades para caminhar, começaram a marchar ao redor da Pirâmide de Maio, desta vez coberta por fotografias de alguns dos desaparecidos, com um cartaz que dizia: "distribuição de riqueza já".
María de Domínguez, 74, uma das mães participantes da manifestação, explicou que a experiência ao longo destes 25 anos foi "algo muito gratificante às vezes, mas muito doloroso".
A veterana ativista, disse que "nunca é suficiente a luta e nunca é muito o sacrifício que se faz pelos filhos", mas as mães estão "mais velhas e algumas estão mal e doentes", referindo-se ao motivo do fim das marchas.
Além das mães, havia cerca de 200 pessoas marchando, em sua maioria jovens, que admiram a luta destas mães e aderiram à sua causa.
Polêmica
A decisão de terminar com estas marchas deflagrou uma polêmica com outras associações de direitos humanos.
Para a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela Carloto, "é preciso continuar pedindo: não se sabe onde estão 30 mil desaparecidos, todos os assassinos não estão na prisão e ainda não encontramos 500 crianças roubadas".
As Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora, o outro setor que representa as mães, realizou sua própria marcha de resistência em dezembro, em que depositaram na Praça de Maio as cinzas de Azucena Villaflor, fundadora da associação, seqüestrada e assassinada pela ditadura.
Segundo números oficiais, cerca de 18 mil pessoas desapareceram na Argentina entre 1976 e 1983, mas os organismos de direitos humanos elevam esse número para 30 mil.
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