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28/01/2006 - 23h30

EUA lembram 20º aniversário da tragédia do Challenger

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da EFE, em Washington

Vários atos nos Estados Unidos lembraram hoje o 20º aniversário da trágica explosão que destruiu o ônibus espacial Challenger e serviram para destacar os desafios que a conquista do espaço ainda reserva.

Um dos momentos mais comoventes do dia aconteceu no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida), de onde o Challenger foi lançado em uma manhã fria de janeiro, há duas décadas.

Aquela manhã fatídica entrou para a história apenas 73 segundos depois do lançamento do Challenger, quando um problema com o foguete propulsor fez com que a nave se transformasse em uma bola de fogo diante do olhar horrorizado dos presentes, alguns deles parentes dos sete tripulantes mortos.

Familiares dos seis astronautas e da professora que morreram na tragédia também foram hoje à Flórida para lembrar aquela manhã.

"Nossas vidas ficaram destroçadas", disse June Scobee Rodgers, viúva do comandante do Challenger, Dick Scobee. "Sem risco não há progresso", disse, entretanto, exaltando a coragem dos astronautas que morreram na expedição.

O cemitério nacional de Arlington, na Virgínia, também lembrou as vítimas do Challenger em uma sóbria cerimônia na manhã deste sábado.

Um dos tripulantes mais lembrados hoje foi Christa McAuliffe, que não conseguiu realizar seu sonho de se transformar na primeira "professora espacial".

McAuliffe tinha 37 anos quando foi escolhida, após um rigoroso processo de seleção, para voar a bordo do Challenger.

Os alunos da escola de New Hampshire na qual ela trabalhava voltaram a lembrá-la nesta semana, como fazem todos os anos. A memória da professora também foi homenageada nos 52 Centros de Aprendizagem Challenger, criados em sua honra nos EUA, no Canadá e no Reino Unido.

Seu objetivo é despertar nos estudantes a paixão pela matemática, pela ciência, pela tecnologia e pela engenharia, além de ensiná-los as infinitas possibilidades da aventura espacial.

"Este é o 20º aniversário da inspiração", garantiu hoje Charles Wood, diretor de um dos Centros de Aprendizagem Challenger na Virgínia Ocidental, em entrevista à imprensa local, se referindo ao exemplo que muitos alunos encontraram na figura de McAuliffe.

A inspiração da qual Wood fala também teve reflexos na Nasa depois da tragédia do Challenger. O incidente revelou a existência de uma agência espacial mais preocupada com as relações públicas que com a segurança e a tomada sensata de decisões.

Na época, o acidente provocou a suspensão por tempo indeterminado das missões dos ônibus espaciais, os principais veículos tripulados dos EUA no espaço.

As expedições seriam retomadas depois, mas o acidente do Colúmbia, em fevereiro de 2003, voltou a gerar um terremoto na Nasa, depois de uma comissão ter estabelecido que uma das causas do acidente seria a decisão da agência de sacrificar a segurança em um esforço para cumprir seus programas.

Após essa crise de identidade, a agência conseguiu uma necessária injeção de otimismo em meados do ano passado, após completar com sucesso a missão da nave Discovery.

Michael Griffin, administrador da agência, garantiu recentemente que as duas tragédias das naves permitiram à Nasa aprender e se superar, assim como enfrentar com maior eficácia a tarefa de enviar homens ao espaço.

No entanto, alguns especialistas se perguntam se as profundas reformas iniciadas com a chegada de Griffin à agência, em abril de 2005, conseguirão enterrar a arrogância que levou as advertências dos engenheiros da Nasa a serem ignoradas.

Por enquanto, a agência anunciou a retirada definitiva das naves até o ano 2010.

A agência espacial considerou que o desprendimento de um pedaço de isolante do depósito de combustível externo do Discovery no momento em que partia para a Estação Espacial Internacional é muito perigoso se voltar a acontecer em missões futuras.

As naves serão substituídas por veículos mais leves, baratos e seguros, que serão usados em expedições tripuladas à Lua e a Marte nas próximas décadas.

Especial
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