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05/02/2006 - 08h02

Brasileiro relata clima de tensão no Nepal

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DANIELA LORETO
da Folha Online

O clima de tensão e violência constantes que se instalaram no Nepal com a proximidade das eleições, que ocorrem na próxima quarta-feira (8), é vivido de perto não apenas por nepaleses, mas também por turistas que estão no país.

De passagem pelo país, o brasileiro Victor Demian, 34, disse à Folha Online, por telefone, de Katmandu, que a situação ficou tensa por causa das eleições. "Quando cheguei, a trégua dos rebeldes maoístas ainda estava em vigor. O clima piorou bastante com a proximidade das eleições. É possível ver muita agressividade nas ruas", diz.

Arquivo pessoal
O brasileiro Victor Demian, que relata clima tenso no Nepal com a proximidade das eleições
Ele relata que as barreiras policiais são freqüentes na capital Katmandu, onde está hospedado, mas que os turistas costumam ser poupados. "Os turistas em geral são respeitados, o tratamento que recebemos é diferente."

Apesar de não sofrer ameaça direta, o brasileiro diz que evita sair à noite. "Às sete ou oito da noite não saio mais do hotel, porque a sensação de insegurança é muito grande. Meu tipo físico é muito parecido com o dos nepaleses, e até já fui abordado por policias que me confundiram com cidadãos locais.

Certa vez, conta Demian, "um policial atirou uma cadeira contra mim dentro de um bar, mas ele recuou assim que percebeu que eu falava em inglês e era um turista".

O brasileiro afirma ter presenciado muitas cenas de nepaleses sendo agredidos nas ruas. "Já vi muitas pessoas sendo espancadas pela polícia, inclusive mulheres", diz. "Há muita violência policial. O Exército ainda é respeitado pela população, mas a polícia, suspeita de corrupção, não é muito respeitada pelas pessoas."

Turistas

Demian disse não ver muitos turistas nas ruas das cidades por onde tem passado. Segundo ele, muitos turistas devem ter deixado o país antes das festas de fim de ano. "Tenho amigos guias de turismo que que me disseram que muitos grupos estão cancelando visitas ao país", relata.

O brasileiro atribui a fuga dos turistas ao fim da trégua e à violência dos grupos rebeldes, muito divulgada pela imprensa internacional,

Embora os turistas não sejam diretamente afetados pela violência, de acordo com o brasileiro, eles são atingidos por toques de recolher e cortes freqüentes no sistema de comunicação.

"O turista não enfrenta problemas nem com os maoístas nem com o Exército. Ambos nos respeitam, o máximo que acontece são os avisos proibindo que as pessoas deixem seus hotéis quando há algum tipo de tensão".

Segundo ele, os toques de recolher são comuns, principalmente na área do palácio do rei Gyanendra, em Katmandu. "Na semana passada, ficamos sob toque de recolher temporários todos os dias. No dia 26, o 'isolamento' durou o dia todo", diz.

Demian disse também que a comunicação via celular está cortada há 15 dias, ação que, segundo escutou de amigos, seria uma ação para desorganizar os maoístas. "Houve também ameaças de corte da telefonia fixa, mas isso não chegou a acontecer."

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