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05/02/2006 - 09h08

Muçulmanos incendeiam consulado dinamarquês em Beirute

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da Folha Online
da Efe, em Beirute

Milhares de manifestantes libaneses invadiram neste domingo a sede do consulado dinamarquês em Beirute e o incendiaram em protesto pelas charges sobre o profeta Maomé.

Propriedades e lojas do bairro cristão de Achrafieh também foram atacadas. Segundo testemunhas, diversas pessoas ficaram feridas em enfrentamentos com as forças antidistúrbios do Líbano.

Ontem, a mobilização dos muçulmanos resultou numa escalada de violência, depois que os prédios das embaixadas da Dinamarca, Noruega, Chile e Suécia em Damasco (Síria) foram incendiados por manifestantes revoltados.

Na capital síria, um grupo de manifestantes invadiu a embaixada da Dinamarca, situada em um prédio de três andares e onde também se encontram as representações diplomáticas da Suécia e do Chile. Os manifestantes depredaram o lugar e jogaram móveis pelas janelas, antes de atear fogo ao edifício. Os bombeiros chegaram a tempo de conter as chamas.

As forças de segurança lançaram gases lacrimogêneos contra os manifestantes, o que levou vários deles a serem hospitalizados. A polícia síria conseguiu, por outro lado, reprimir os manifestantes que tentavam se aproximar da embaixada da França em Damasco.

A Noruega, como a Dinamarca, pediu a seus cidadãos que abandonem imediatamente a Síria em função do clima de insegurança que reina no país.

Reação do Irã

O presidente iraniano, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, ordenou a ruptura de contratos financeiros entre a república islâmica e os países onde foram publicadas as caricaturas contra Maomé, informou a agência iraniana Isna.

Ahmadinejad justificou esta decisão pelo "insulto de alguns meios de comunicação ocidentais ao profeta, o que demonstra o ódio que os sionistas que governam estes países têm contra o Islã e os muçulmanos".

Por sua parte, o chanceler polonês, Stefan Meller, pediu desculpas pela publicação das caricaturas no jornal de direita liberal "Rzeczpospolita". Apesar dos pedidos de calma e reconciliação, particularmente do Vaticano, as manifestações de cólera se multiplicaram durante todo o dia.

Campanha

No Oriente Médio foram feitas ameaças contra a Dinamarca, queimadas bandeiras do país escandinavo e está sendo realizada uma campanha de boicote aos produtos dinamarqueses.

Dezenas de comerciantes palestinos da rua Saladino, de Jerusalém Oriental, colocaram na entrada de suas lojas bandeiras dinamarquesas para serem usadas como capachos para limpar os pés em protesto contra a publicação das caricaturas do profeta Maomé.

Além disso, dezenas de jovens palestinos jogaram pedras neste sábado contra a sede da União Européia em Gaza, ferindo policiais palestinos. Em Nazaré, norte de Israel, milhares de muçulmanos protestaram pelas ruas da cidade contra a publicação das caricaturas na Europa.

Em Londres, cerca de 400 pessoas protestaram ante a embaixada da Dinamarca contra a publicação das charges, pedindo que a totalidade dos países europeus pressione seus meios de comunicação.

Em Amã, o chefe de redação da revista jordaniana "Shihan", que publicou as controvertidas caricaturas de Maomé, foi preso neste sábado, e o promotor-geral abriu uma investigação sobre outra revista que as publicou. A "Shihan" havia reproduzido na quinta-feira três das caricaturas que chamavam os muçulmanos do mundo "à razão" em seu editorial.

Com agências internacionais

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