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07/02/2006 - 08h21

Mais de 3 milhões de eleitores vão às urnas no Haiti

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da Folha Online

Mais de 3 milhões de eleitores devem ir às urnas no Haiti nesta terça-feira para eleger um novo presidente entre 34 candidatos e 130 deputados entre 1.300 candidatos, em um conturbado processo eleitoral.

As eleições são as primeiras a ocorrer no país depois da queda de Jean-Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004, após uma rebelião armada e forte pressão dos EUA e da França para que ele deixasse o poder. A data da eleição foi confirmada após o suicídio do general brasileiro Urano Teixeira da Matta Bacellar, 58, que era chefe da Missão de Estabilização da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti (Minustah).

O general brasileiro José Elito Carvalho Siqueira assumiu o comando militar da Minustah no último dia 23. O Brasil dirige um contingente militar de 7.500 homens [dos quais 1.200 são brasileiros, além de 2.000 policiais. O mandato vai até 15 de fevereiro, mas deve ser renovado.

Uma semana antes das eleições, muitos eleitores não sabiam onde votar, outros descobriram que teriam de caminhar quilômetros para chegar aos postos eleitorais, em um país tomado pela violência entre gangues e pelos freqüentes seqüestros que aterrorizam a capital, Porto Príncipe.

O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) afirma, no entanto, que já elaborou a lista de centros de votação e informou que em Cité Soleil --região mais perigosa e instável de Porto Príncipe-- não será instalado posto por causa das precárias condições de segurança da área.

Cerca de 9 mil membros das forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) patrulharão os cerca de 8,5 milhões de haitianos, em suporte à força policial nacional de cerca de 4.000 integrantes.

Postos

Autoridades decidiram estabelecer postos de votação maiores em vez de pequenas seções eleitorais. Alguns dos postos maiores concentram até 40 locais votação. Críticos afirma que isso causará caos, deixando milhares de eleitores procurando a seção correta.

"Imagine 16 mil pessoas em um prédio relativamente pequeno, procurando por uma seção eleitoral em uma lista na qual seus nomes não podem ser achados", afirmou Himler Rebu, candidato à Presidência. "Será uma grande bagunça."

Muitos eleitores ainda não sabem o local onde irão votar porque o Conselho Eleitoral não forneceu os endereços dos postos. Segundo autoridades, a medida foi tomada por questões de segurança.

Pesquisas

As poucas pesquisas sobre intenção de voto que circulam pelo Haiti apontam que René Preval --ex-presidente haitiano entre 1996 e 2001 e ex-primeiro-ministro de Aristide-- é o grande favorito para as eleições.

Se Preval não vencer já no primeiro turno, deve sair vitorioso no segundo, pleito previsto para 19 de março.

O empresário têxtil Henry Charles Baker --único candidato independente e branco-- aparece em segundo lugar nas pesquisas, seguido pelo ex-presidente Leslie Manigat.

Circulação

Ao contrário de eleições anteriores, nesta será permitida a circulação de veículos --menos motocicletas, o meio de transporte escolhido pela maioria dos jornalistas estrangeiros para se movimentar pela capital.

A medida se deve a uma alta porcentagem de assaltos e assassinatos cometidos por criminosos em motocicletas no último pleito.

A circulação de outros veículos será permitida dentro de cada um dos diferentes Departamentos (Estados), mas não de um para outro. Além disso, nenhum veículo poderá ficar estacionado em um raio de 200 metros ao redor dos centros de votação.

Fraudes

A eleições serão acompanhadas por centenas de observadores internacionais da Organização de Estados Americanos (OEA), da ONU, da União Européia, do Mercado Comum do Caribe, do Instituto Nacional Democrata e da Organização Internacional da Francofonia.

Pela primeira vez na história eleitoral do Haiti, os arquivos de votação de cada colégio serão plastificados depois de assinados, para evitar tentativas de falsificação.

O anúncio dos resultados só será feito oficialmente depois de sua validação pelo CEP, autoridade máxima no processo eleitoral. Os resultados das eleições presidenciais e legislativas serão divulgados ao mesmo tempo.

Para a eleição de candidatos, tanto à Presidência como ao Parlamento bicameral, estes deverão obter 50% mais um dos votos válidos. Em caso contrário, o segundo turno está previsto para 19 de março, no qual competirão apenas os dois melhores classificados, mas que não conseguiram a maioria absoluta no primeiro turno.

Com Efe

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