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18/02/2006
-
13h22
da Efe
da Folha Online
O ministro italiano das Reformas, Roberto Calderoli, anunciou sua renúncia neste sábado depois de ter sido responsabilizado pela invasão do consulado italiano em Benghazi (Líbia), ontem, devido a suas provocações contra o islã.
Calderoli, da federalista Liga Norte, qualificou de "instrumentalizações" as críticas que sofreu e disse que deixou o cargo nas mãos do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, por seu "senso de responsabilidade".
A renúncia acontece um dia após um violento ataque ao Consulado da Itália em Benghazi, na Líbia, que deixou 11 mortos e suscitou críticas a Calderoli, considerado responsável pela agressão por suas declarações antiislâmicas.
Boa parte do mundo político italiano e da imprensa local aponta a decisão do ministro de vestir uma camiseta estampada com uma das polêmicas charges do profeta Maomé como pretexto para o protesto. Calderoli disse que seu objetivo com a atitude foi "reivindicar a liberdade de expressão".
Famoso por declarações racistas e xenófobas, Calderoli mostrou a camiseta na quarta-feira (15) durante uma entrevista na televisão pública italiana "RAI" e foi criticado pelos partidos governistas e da oposição.
Pedido
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, não comentou o fato até a divulgação do ataque ocorrido ontem em Benghazi, quando pediu a renúncia do ministro. Calderoli, porém, insiste que sua posição é "pessoal".
"Vesti a camiseta como homem e como político, não como ministro. Se alguém pensa em pedir perdão, não sou eu. Peço que a reciprocidade dos direitos e deveres seja total", ressaltou o ministro ao jornal "La Stampa".
Em entrevista concedida semana passada ao jornal "La Repubblica", o ministro defendeu uma "cruzada cristã" contra o islã e acusou os muçulmanos de manterem "um ódio louco".
Ontem, quase ao mesmo tempo em que acontecia o ataque na Líbia, um site ligado à rede Al Qaeda que costuma veicular comunicados de grupos terroristas publicou uma foto do ministro e o chamou de "porco".
Comunicado
A Fundação Gaddafi, presidida por Seif al Islam Gaddafi, filho do líder líbio Muammar Gaddafi, emitiu um comunicado em que repudia a atitude de Calderoli, chamado de "odioso e racista".
No documento, citado hoje por veículos de comunicação italianos, a organização pede a Roma que "tome iniciativas urgentes contra o ministro" por suas ações "provocadoras e ultrajantes".
O texto ainda afirma que "os interesses italianos na Líbia e as relações com Trípoli podem passar por uma delicada fase de reavaliação".
Para a política interna, a controvérsia sobre Calderoli representa um golpe para a coalizão governante, a menos de dois meses das eleições gerais.
A Liga Norte sempre foi um dos parceiros mais polêmicos de Berlusconi, mas os últimos fatos evidenciaram suas divergências com outros membros da coalizão e, sobretudo, deram à oposição, liderada por Romano Prodi, um novo argumento contra o atual governo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Roberto Calderoli
Veja galeria de imagens dos protestos contra as charges
Ministro que usou camiseta estampada com charge renuncia na Itália
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da Folha Online
O ministro italiano das Reformas, Roberto Calderoli, anunciou sua renúncia neste sábado depois de ter sido responsabilizado pela invasão do consulado italiano em Benghazi (Líbia), ontem, devido a suas provocações contra o islã.
AP |
Roberto Calderoli, ministro das Reformas que renunciou na Itália após polêmica com charges |
A renúncia acontece um dia após um violento ataque ao Consulado da Itália em Benghazi, na Líbia, que deixou 11 mortos e suscitou críticas a Calderoli, considerado responsável pela agressão por suas declarações antiislâmicas.
Boa parte do mundo político italiano e da imprensa local aponta a decisão do ministro de vestir uma camiseta estampada com uma das polêmicas charges do profeta Maomé como pretexto para o protesto. Calderoli disse que seu objetivo com a atitude foi "reivindicar a liberdade de expressão".
Famoso por declarações racistas e xenófobas, Calderoli mostrou a camiseta na quarta-feira (15) durante uma entrevista na televisão pública italiana "RAI" e foi criticado pelos partidos governistas e da oposição.
Pedido
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, não comentou o fato até a divulgação do ataque ocorrido ontem em Benghazi, quando pediu a renúncia do ministro. Calderoli, porém, insiste que sua posição é "pessoal".
"Vesti a camiseta como homem e como político, não como ministro. Se alguém pensa em pedir perdão, não sou eu. Peço que a reciprocidade dos direitos e deveres seja total", ressaltou o ministro ao jornal "La Stampa".
Em entrevista concedida semana passada ao jornal "La Repubblica", o ministro defendeu uma "cruzada cristã" contra o islã e acusou os muçulmanos de manterem "um ódio louco".
Ontem, quase ao mesmo tempo em que acontecia o ataque na Líbia, um site ligado à rede Al Qaeda que costuma veicular comunicados de grupos terroristas publicou uma foto do ministro e o chamou de "porco".
Comunicado
A Fundação Gaddafi, presidida por Seif al Islam Gaddafi, filho do líder líbio Muammar Gaddafi, emitiu um comunicado em que repudia a atitude de Calderoli, chamado de "odioso e racista".
No documento, citado hoje por veículos de comunicação italianos, a organização pede a Roma que "tome iniciativas urgentes contra o ministro" por suas ações "provocadoras e ultrajantes".
O texto ainda afirma que "os interesses italianos na Líbia e as relações com Trípoli podem passar por uma delicada fase de reavaliação".
Para a política interna, a controvérsia sobre Calderoli representa um golpe para a coalizão governante, a menos de dois meses das eleições gerais.
A Liga Norte sempre foi um dos parceiros mais polêmicos de Berlusconi, mas os últimos fatos evidenciaram suas divergências com outros membros da coalizão e, sobretudo, deram à oposição, liderada por Romano Prodi, um novo argumento contra o atual governo.
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