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27/02/2006
-
13h37
da Efe, em Berlim
da Folha Online
O governo alemão desmentiu nesta segunda-feira informações publicadas pelo jornal americano "The New York Times", segundo as quais os serviços secretos germânicos colaboraram com os Estados Unidos na invasão do Iraque em 2003.
O porta-voz do governo alemão, Hans-Ulrich Wilhelm, disse que "não são certas" as informações do diário, que informa que os dois agentes alemães em Bagdá forneceram aos EUA o plano de Saddam Hussein para a defesa da capital iraquiana.
O "New York Times" baseia suas informações num relatório secreto do Pentágono, que também diz que o Egito facilitou a operação dos EUA, ao permitir que aviões-tanque utilizassem seu território para o reabastecimento da aviação americana.
O relatório também sustenta que a Arábia Saudita permitiu que os EUA atacassem a capital iraquiana a partir do seu território.
Plano
Wilhelm afirmou que "nem o BND (serviço secreto) nem o governo conheciam a existência de tal plano, nem sabiam que houve uma reunião", disse, referindo-se a um suposto encontro de Saddam com seus comandantes, em dezembro de 2002, no qual foi desenvolvido o citado plano de defesa, conforme afirma o relatório.
Segundo o jornal, os dois agentes alemães souberam do plano e o entregaram a seus superiores imediatos.
Em fevereiro de 2003, um agente alemão teria se reunido com um oficial dos serviços secretos americanos no Qatar, e fornecido uma cópia do plano.
De acordo com as mesmas fontes, os EUA elaboraram uma lista secreta dos países que formavam a denominada "coalizão dos dispostos".
Na lista, a Alemanha figurou como país "não membro da coalizão, mas que está cooperando", enquanto Egito e Arábia Saudita foram qualificados de "membros silenciosos", segundo um "funcionário do Pentágono" citado pelo diário nova-iorquino.
É a segunda vez que um jornal americano envolve os agentes alemães na guerra contra o Iraque.
Há alguns meses, o "Washington Post" revelou o seqüestro de um alemão de origem libanesa pela CIA.
Relatório
Depois da reviravolta política causada pela informação, que também teve repercussão nos jornais nacionais, o governo de Berlim publicou na semana passada um relatório de 90 páginas sobre o papel desempenhado pela Alemanha durante a guerra e, particularmente, sobre a atuação dos dois agentes.
O Executivo sustenta que os agentes apenas facilitaram a informação para evitar que alvos civis, como hospitais, colégios e embaixadas, fossem bombardeados.
O então chanceler, Gerhard Schröder, era naquele momento um dos principais opositores europeus da guerra contra o Iraque, ao lado da França.
O Partido Verde e o Partido de Esquerda não se deram por satisfeitos e anunciaram neste fim de semana que criarão uma comissão parlamentar para investigar a participação do país na guerra do Iraque.
No entanto, para que tal comissão seja estabelecida, os dois partidos necessitam de apoio da terceira força de oposição, o Partido Liberal, que deverá tomar uma decisão a respeito nos próximos dias.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Guerra do Iraque
Alemanha desmente participação na invasão do Iraque
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da Folha Online
O governo alemão desmentiu nesta segunda-feira informações publicadas pelo jornal americano "The New York Times", segundo as quais os serviços secretos germânicos colaboraram com os Estados Unidos na invasão do Iraque em 2003.
O porta-voz do governo alemão, Hans-Ulrich Wilhelm, disse que "não são certas" as informações do diário, que informa que os dois agentes alemães em Bagdá forneceram aos EUA o plano de Saddam Hussein para a defesa da capital iraquiana.
O "New York Times" baseia suas informações num relatório secreto do Pentágono, que também diz que o Egito facilitou a operação dos EUA, ao permitir que aviões-tanque utilizassem seu território para o reabastecimento da aviação americana.
O relatório também sustenta que a Arábia Saudita permitiu que os EUA atacassem a capital iraquiana a partir do seu território.
Plano
Wilhelm afirmou que "nem o BND (serviço secreto) nem o governo conheciam a existência de tal plano, nem sabiam que houve uma reunião", disse, referindo-se a um suposto encontro de Saddam com seus comandantes, em dezembro de 2002, no qual foi desenvolvido o citado plano de defesa, conforme afirma o relatório.
Segundo o jornal, os dois agentes alemães souberam do plano e o entregaram a seus superiores imediatos.
Em fevereiro de 2003, um agente alemão teria se reunido com um oficial dos serviços secretos americanos no Qatar, e fornecido uma cópia do plano.
De acordo com as mesmas fontes, os EUA elaboraram uma lista secreta dos países que formavam a denominada "coalizão dos dispostos".
Na lista, a Alemanha figurou como país "não membro da coalizão, mas que está cooperando", enquanto Egito e Arábia Saudita foram qualificados de "membros silenciosos", segundo um "funcionário do Pentágono" citado pelo diário nova-iorquino.
É a segunda vez que um jornal americano envolve os agentes alemães na guerra contra o Iraque.
Há alguns meses, o "Washington Post" revelou o seqüestro de um alemão de origem libanesa pela CIA.
Relatório
Depois da reviravolta política causada pela informação, que também teve repercussão nos jornais nacionais, o governo de Berlim publicou na semana passada um relatório de 90 páginas sobre o papel desempenhado pela Alemanha durante a guerra e, particularmente, sobre a atuação dos dois agentes.
O Executivo sustenta que os agentes apenas facilitaram a informação para evitar que alvos civis, como hospitais, colégios e embaixadas, fossem bombardeados.
O então chanceler, Gerhard Schröder, era naquele momento um dos principais opositores europeus da guerra contra o Iraque, ao lado da França.
O Partido Verde e o Partido de Esquerda não se deram por satisfeitos e anunciaram neste fim de semana que criarão uma comissão parlamentar para investigar a participação do país na guerra do Iraque.
No entanto, para que tal comissão seja estabelecida, os dois partidos necessitam de apoio da terceira força de oposição, o Partido Liberal, que deverá tomar uma decisão a respeito nos próximos dias.
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