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27/03/2006 - 12h34

Partido de Sharon deve conquistar 40 cadeiras no Parlamento

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DANIELA LORETO
da Folha Online

Criado pelo premiê israelense, Ariel Sharon, o partido de centro Kadima --cujo candidato é o premiê interino Ehud Olmert-- deve vencer as eleições israelenses desta terça-feira e conquistar até 40 cadeiras no Parlamento, disse à Folha Online Ephraim Kam, vice-chefe do Centro Jaffee de Estudos Estratégicos da Universidade de Tel Aviv.

"Praticamente não há dúvidas de que o Kadima vencerá as eleições, nenhuma pesquisa aponta um resultado diferente", diz Kam, acrescentando que a principal questão em jogo não é que partido irá vencer, mas quantas cadeiras o Kadima conquistará. "As pesquisas mostram que o Kadima deve conquistar entre 35 e 40 cadeiras das 120 do Parlamento. O Likud deve obter entre 16 e 18 cadeiras. Já o Partido Trabalhista pode alcançar entre 17 a 26."

Segundo o especialista, O Kadima deve conseguir, no mínimo, 32 ou 33 cadeiras.

No entanto, Kam ressalta que surpresas sempre podem acontecer. "Podem haver mudanças de última hora, já que as pesquisas também indicam que cerca de 20% dos eleitores estão indecisos, o que pode mudar o cenário."

Ataques

Questionado sobre a possibilidade de mais ataques contra alvos israelenses com a proximidade do pleito, Kam afirmou que tudo dependerá do "balanço" entre as ações dos diferentes grupos extremistas palestinos.

"O Hamas reduziu suas ações terroristas e está tendo mais cuidado depois que chegou ao poder. No entanto, outras organizações, como o Jihad Islâmico e grupos ligados ao Fatah [principal grupo político da Organização para a Libertação da Palestina, ligado a Mahmoud Abbas], estão acirrando os ataques", comenta.

Segundo Kam, o número de atentados "dependerá do balanço entre a diminuição da ação do Hamas e o aumento das operações de outros grupos".

Acordo de paz

Em relação ao acordo de paz entre Israel e a ANP (Autoridade Nacional Palestina), Kam afirma que as perspectivas não são animadoras.

"Após a vitória do Hamas, não se dá grande crédito às negociações de paz. Antes mesmo da vitória, as chances de sucesso nas negociações já eram pequenas. Agora, elas estão menores ainda", afirma.

Segundo o especialista, as diferenças de posição entre Israel e a ANP, "que já eram muito grandes", se tornaram "ainda maiores após a vitória do Hamas"--que prega a destruição de Israel-- nas eleições parlamentares palestinas de 25 de janeiro.

"Há grandes divergências a respeito de questões como os refugiados, os territórios e as fronteiras dos assentamentos israelenses. Essas divergências se acentuaram após a chegada do Hamas ao poder", diz.

De acordo com Kam, o grupo extremista não irá mudar sua posição e poderá se tornar "um pouco mais moderado", mas "não reconhecerá Israel".

Invasão

Em relação à invasão do Exército israelense a uma prisão palestina em Jericó (Cisjordânia), no último dia 14, Kam diz acreditar que a ação não teve motivações políticas, como afirmaram críticos e a esquerda israelense.

"A operação não teve ligação com as eleições em Israel, mas com a decisão dos governos americano e britânico de retirar seus inspetores do local", diz.

De acordo com Kam, inspetores dos EUA e do Reino Unido vigiavam, sob um acordo internacional, as prisões palestinas depois da vitória do Hamas, principalmente depois que o grupo disse que libertaria presos de Jericó.

Mas gerou polêmica o fato de membros da segurança dos EUA e do Reino Unido terem deixado a prisão momentos antes da invasão israelense.

"Uma vez que o Hamas anunciou que libertaria os prisioneiros e Mahmoud Abbas e a ANP nada fizeram para detê-los, Israel não teve outra opção senão realizar essa operação", afirma Kam.

A invasão -- que culminou com a captura do líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Ahmed Saadat, e de quatro de seus assessores-- causou uma onda de protestos em Gaza e na Cisjordânia, onde 12 estrangeiros foram seqüestrados por extremistas, mas posteriormente libertados.

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