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29/03/2006 - 00h51

Com a vitória, Olmert se liberta da sombra de Sharon

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da Efe, em Jerusalém

Com a vitória do Kadima (Avante) nas eleições israelenses, Ehud Olmert, que se transformou em primeiro-ministro interino depois que Ariel Sharon entrou em coma em janeiro, se libertou, finalmente, da sombra de seu antecessor.

Conhecido por ser o braço direito de Sharon durante a evacuação da faixa de Gaza, Olmert concorreu ao pleito com uma imagem associada à de seu companheiro. O então vice-primeiro-ministro israelense assumiu em 4 de janeiro as funções de chefe de governo depois que Sharon sofreu um derrame cerebral que o mantém em coma.

Olmert, que ocupa também a pasta de Finanças e de Indústria e Comércio, assumiu nos últimos três anos o comando do governo nas ausências do primeiro-ministro Sharon.

Nascido em Binyamina, ao norte de Israel, em 1945, Olmert é um militante histórico do partido direitista Likud (União), embora tenha sido um dos primeiros a acompanhar Sharon em sua última aventura política quando criou, em novembro de 2005, o Kadima.

Favorecido nos últimos meses pelo vazio institucional na chefia do governo, Olmert soube assumir a liderança do Kadima como o mais lógico sucessor de Sharon, embora a legenda não tenha realizado eleições primárias e muitos lhe atribuíssem falta de carisma.

Nos anúncios da campanha, Olmert aparecia sentado em seu escritório de Jerusalém, com a fotografia de seu "trampolim político" Sharon pendurada na parede.

Em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados das pesquisas de boca-de-urna, Olmert lembrou o fundador do partido, de quem disse ter herdado "a coragem, a determinação e o desejo de ver as coisas de forma diferente e de mudar de rumo".

Apesar de muitos atribuírem a Olmert uma carreira militar pouco importante, sendo que esse quesito parece ser primordial para a escolha do chefe de governo israelense, a julgar pelos últimos anos, o dirigente parece ter compensado a situação "desconfortável".

Com 23 anos serviu nas Forças Armadas de Israel como combatente de Infantaria na conhecida brigada Golani. Advogado de profissão, é diplomado em Psicologia, Filosofia e Direito pela Universidade Hebraica de Jerusalém e exerceu a advocacia, embora tenha se dedicado à política desde sua juventude.

Desde 1973 é membro do Parlamento israelense, em mandatos que foram sendo renovados nas eleições legislativas seguintes.

Representou o partido Likud nos comitês parlamentares de Assuntos Exteriores, Defesa, Finanças, Interior e Meio Ambiente.

Entre 1988 e 1992 exerceu diferentes cargos no governo do então primeiro-ministro do Likud, Yitzhak Shamir, entre eles, os de comando da pasta de Minorias (1988-1990) e de Saúde (1990-1992).

Em novembro de 1993 foi eleito prefeito de Jerusalém, e renunciou ao cargo em 2003 quando Sharon o nomeou ministro da Indústria e do Comércio e vice-primeiro-ministro.

Em 7 de agosto de 2005 passou a ocupar a pasta das Finanças em substituição a Benjamin Netanyahu, que deixou o cargo em contrariedade ao "Plano de Desligamento" de Sharon para evacuar as colônias judias de Gaza e do norte da Cisjordânia.

Olmert, que provavelmente nunca pensou que seu acesso ao poder seria tão fácil, divulgou durante a campanha suas intenções de iniciar a denominada "iniciativa de concentração", para evacuar grande parte do território ocupado na Cisjordânia.

Sem dar detalhes, este político de fluente retórica assegurou que as fronteiras definitivas de Israel serão fixadas até 2010.

Olmert é o único em sua casa que deve ter votado no Kadima, já que, segundo a imprensa popular, sua mulher e seus quatro filhos são de esquerda.

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