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08/04/2006 - 09h17

Líder xiita iraquiano pede união com sunitas contra terroristas

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da France Presse, em Bagdá

O líder do principal partido xiita do Iraque, Abdel Aziz al Hakim, defendeu neste sábado a união com os sunitas para formar o novo governo e acabar com os "terroristas" e a violência, que nos últimos dias causaram quase 90 mortes em dois atentados contra alvos xiitas.

"Tenho uma mensagem para os terroristas: vamos lutar, e iremos destruí-los, com a graça de Deus", afirmou Al Hakim, dirigente do Conselho Supremo para a Revolução Islâmica no Iraque (CSRII), diante dos seguidores que se concentraram em seu quartel-general, em Bagdá.

Pouco antes, centenas de xiitas marcharam pelas ruas da capital iraquiana até o escritório de Al Hakim para ouvir o discurso anunciado pelo líder. Eles levavam pequenos cartazes em que se lia "Não ao terrorismo" e "Não a [Abu Musab al] Zarqawi [jordaniano foragido que é o líder da rede terrorista Al Qaeda no Iraque]".

O chefe do CSRII dirigiu-se aos seguidores após o triplo atentado suicida de ontem, contra uma mesquita da capital iraquiana controlada por sua comunidade, que causou 79 mortes e deixou 164 feridos.

Na quinta-feira (6), a comunidade xiita foi alvo de um atentado com carro-bomba na cidade sagrada de Najaf, em que morreram dez pessoas.

"O objetivo de ambos os ataques é nos impedir de avançar no processo político, nos levar à paralisia e nos aterrorizar", afirmou Al Hakim. "Mas dizemos aos terroristas: Não poderão parar nossa marcha, sejam quais forem seus crimes. Não são mais fortes do que Saddam [Hussein], que acabamos tirando do poder", acrescentou.

Al Hakim defendeu a união entre xiitas e sunitas para formar um governo de união nacional, o que disse esperar que aconteça em breve. "Aqueles que cometeram o atentado na mesquita de Buratha, em Bagdá, são os maiores inimigos dos sunitas. Querem avivar o ódio entre os xiitas e nossos irmãos sunitas, nossos futuros companheiros no governo", assinalou.

Al Hakim também disse que os atentados contra a sua comunidade, majoritária no Iraque, estão ganhando o aspecto de genocídio, como ressaltou em um comunicado divulgado na noite de ontem, horas depois da matança na mesquita da capital iraquiana.

O governo americano condenou o atentado antixiita e afirmou que ele foi "claramente realizado pelos que desejam dividir o Iraque". Entre os mortos na mesquita estão um jornalista iraquiano de 45 anos, dois suecos, um homem de origem iraquiana e sua filha de seis anos.

"As negociações para formar um governo prosseguem. Ele será formado o quanto antes", afirmou Al Hakim diante de seus seguidores. Apesar do comedimento do líder xiita em suas palavras, autoridades temem o crescimento da onda de violência entre as seitas, que já causou dezenas de mortes, tanto de xiitas quanto de sunitas.

A violência tem como pano de fundo o vazio de poder, diante da falta de acordo para formar um Executivo, mais de três meses depois das eleições de 15 de dezembro. Os líderes políticos iraquianos não têm reuniões previstas para os próximos dias.

Com agências internacionais

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