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22/04/2006
-
12h28
da France Presse, em Washington
A CIA (inteligência dos EUA) advertiu o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, antes da Guerra do Iraque, que tinha informações confiáveis de que o governo de Saddam Hussein não possuía armas de destruição em massa, segundo revelações de Tyler Drumheller, agente aposentado do serviço secreto americano.
Segundo Drumheller, altos funcionários da Casa Branca simplesmente eliminaram o alerta, alegando que não estavam mais interessados em espionagem e que a política para o Iraque já havia sido estabelecida.
A revelação, feita em uma entrevista ao programa da rede de televisão CBS "60 Minutes", que será exibido na noite deste sábado, soma-se a acusações recentes de que o governo Bush utilizou seletivamente a espionagem, ao mesmo tempo em que preparava a justificativa para a invasão do Iraque, em março de 2003, e a derrubada do regime Saddam.
Washington alegou na fase prévia à guerra que Bagdá tinha enormes depósitos de armas químicas e biológicas. Além disso, chegou a afirmar que o governo de Saddam trabalhava clandestinamente para construir um arsenal nuclear, o que representaria uma ameaça ao mundo.
Uma grande investigação realizada depois que o Exército dos EUA assumiu o controle do Iraque não conseguiu encontrar as armas de destruição em massa. Porém, Bush e outros membros do governo atribuíram a culpa do fiasco a um fracasso da espionagem e negaram de forma veemente uma possível manipulação das informações recebidas.
Drumheller, que foi um alto agente de ligação da CIA na Europa antes da guerra, fez questão de destacar que Bush foi explicitamente advertido de que os EUA não encontrariam as supostas armas de destruição em massa no Iraque muito antes da ordem de invasão.
A informação sobre a ausência das supostas armas no Iraque, de acordo com trechos das declarações de Drumheller, foi fornecida clandestinamente aos EUA pelo ex-ministro das Relações Exteriores do Iraque Naji Sabri, que trabalhou como agente duplo para os serviços ocidentais.
O então diretor da CIA, George Tenet, enviou um relatório para Bush, o vice-presidente Dick Cheney e outros altos funcionários do governo, mas a informação foi descartada, ainda segundo Drumheller.
"O grupo que estava lidando com a preparação para a Guerra no Iraque veio e disse que não estava mais interessado", lembra o ex-agente da CIA. "Nós dissemos: 'Bom, o que acontece com a inteligência?'. Eles responderam: 'Já não se trata de inteligência. Se trata de uma mudança de regime'."
Drumheller ressalta que a Casa Branca não queria nenhuma informação adicional. "A política já havia sido estabelecida", afirma.
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Bush sabia que Iraque não tinha armas de destruição, diz ex-agente
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A CIA (inteligência dos EUA) advertiu o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, antes da Guerra do Iraque, que tinha informações confiáveis de que o governo de Saddam Hussein não possuía armas de destruição em massa, segundo revelações de Tyler Drumheller, agente aposentado do serviço secreto americano.
Segundo Drumheller, altos funcionários da Casa Branca simplesmente eliminaram o alerta, alegando que não estavam mais interessados em espionagem e que a política para o Iraque já havia sido estabelecida.
A revelação, feita em uma entrevista ao programa da rede de televisão CBS "60 Minutes", que será exibido na noite deste sábado, soma-se a acusações recentes de que o governo Bush utilizou seletivamente a espionagem, ao mesmo tempo em que preparava a justificativa para a invasão do Iraque, em março de 2003, e a derrubada do regime Saddam.
Washington alegou na fase prévia à guerra que Bagdá tinha enormes depósitos de armas químicas e biológicas. Além disso, chegou a afirmar que o governo de Saddam trabalhava clandestinamente para construir um arsenal nuclear, o que representaria uma ameaça ao mundo.
Uma grande investigação realizada depois que o Exército dos EUA assumiu o controle do Iraque não conseguiu encontrar as armas de destruição em massa. Porém, Bush e outros membros do governo atribuíram a culpa do fiasco a um fracasso da espionagem e negaram de forma veemente uma possível manipulação das informações recebidas.
Drumheller, que foi um alto agente de ligação da CIA na Europa antes da guerra, fez questão de destacar que Bush foi explicitamente advertido de que os EUA não encontrariam as supostas armas de destruição em massa no Iraque muito antes da ordem de invasão.
A informação sobre a ausência das supostas armas no Iraque, de acordo com trechos das declarações de Drumheller, foi fornecida clandestinamente aos EUA pelo ex-ministro das Relações Exteriores do Iraque Naji Sabri, que trabalhou como agente duplo para os serviços ocidentais.
O então diretor da CIA, George Tenet, enviou um relatório para Bush, o vice-presidente Dick Cheney e outros altos funcionários do governo, mas a informação foi descartada, ainda segundo Drumheller.
"O grupo que estava lidando com a preparação para a Guerra no Iraque veio e disse que não estava mais interessado", lembra o ex-agente da CIA. "Nós dissemos: 'Bom, o que acontece com a inteligência?'. Eles responderam: 'Já não se trata de inteligência. Se trata de uma mudança de regime'."
Drumheller ressalta que a Casa Branca não queria nenhuma informação adicional. "A política já havia sido estabelecida", afirma.
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