Publicidade
Publicidade
23/04/2006
-
21h38
da France Presse, em Tchernobil
Mesmo 20 anos depois de 26 de abril de 1986, quando o reator número quatro da central de Tchernobil explodiu, milhões de pessoas continuam sofrendo os efeitos devastadores, econômicos, sociais e ecológicos da maior catástrofe da história nuclear civil.
A central, orgulho da indústria da antiga União Soviética, ficava na Ucrânia, perto da fronteira com Belarus (antiga Bielo-Rússia), formada por duas repúblicas então integrantes do império soviético.
A explosão provocou uma nuvem radioativa de grande intensidade que contaminou grande parte da Europa. Durante quase um mês, Moscou manteve um completo silêncio, antes de decidir retirar os 135 mil habitantes da região.
Em seguida, enviou quase 600 mil pessoas --entre bombeiros, civis e soldados-- à zona afetada. Eles tinham a missão de construir uma espécie de sarcófago para fechar hermeticamente o reator danificado de 20 a 30 anos, pelo menos.
Na ocasião, as previsões foram de dezenas de milhares de mortes. Um relatório divulgado pela ONU em setembro de 2005 afirmou que o número de mortos chegou a 4.000 na Ucrânia, Belarus e Rússia por conta dos cânceres provocados em conseqüência das radiações de Tchernobil.
Porém, o balanço recebeu muitas críticas, como as do grupo ecológico Greenpeace, que o qualificou de campanha de desinformação insultante para as vítimas. Um estudo elaborado por cientistas britânicos, divulgado no dia 11 de abril em Kiev, calcula o número de mortes entre 30 mil e 60 mil.
O impacto da contaminação nuclear sobre a saúde mental e física da população afetada também foi muito grave, sobretudo porque 5 milhões de pessoas continuam morando nas zonas radiadas.
"No início tínhamos medo de nós mesmos; diziam que estávamos sujos e nos sentíamos assim", lembra Liubov Sirienko, que teve de reconstruir a vida em outro local depois de ser obrigado a abandonar a região quando tinha 42 anos. Além disso, décadas depois da catástrofe, as regiões afetadas permanecem social e economicamente devastadas.
Um total de 350 mil pessoas foram evacuadas, 784 mil hectares de terras agrícolas passaram a ser zonas proibidas para o cultivo e outros 700 mil hectares tiveram vetada a produção de madeira. O custo da catástrofe chegou a centenas de milhares de dólares, segundo a ONU.
A esta situação é preciso acrescentar que o sarcófago, cheio de fissuras, ameaça ceder e as autoridades precisam construir um "arco" hermético, que custará mais de US$ 1 bilhão, segundo o Berd (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento).
Tchernobil não será uma zona segura antes de pelo menos um século depois da construção do arco, disse Yulia Marussich, porta-voz da organização. Marussich afirma que o armazenamento definitivo das toneladas de dejetos radioativos existentes entre os escombros não está previsto.
Os efeitos de Tchernobil a longo prazo no meio ambiente e na saúde pública também são uma incógnita. Alguns especialistas já observaram uma intensificação de certas doenças, como o câncer de tireóide, entre os adultos. Atualmente, não há sinais das conseqüências para o meio ambiente, mas podem surgir modificações genéticas em 50 anos, segundo Rudolph Alexahin, diretor do Instituto de Radiologia Agrícola de Moscou.
Leia mais
Belarus quer reflorestar área afetada por radiação de Tchernobil
Tchernobil pode matar mais 100 mil pessoas, diz Greenpeace
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Tchernobil
Milhões ainda sofrem conseqüências de radiação de Tchernobil
Publicidade
Mesmo 20 anos depois de 26 de abril de 1986, quando o reator número quatro da central de Tchernobil explodiu, milhões de pessoas continuam sofrendo os efeitos devastadores, econômicos, sociais e ecológicos da maior catástrofe da história nuclear civil.
A central, orgulho da indústria da antiga União Soviética, ficava na Ucrânia, perto da fronteira com Belarus (antiga Bielo-Rússia), formada por duas repúblicas então integrantes do império soviético.
A explosão provocou uma nuvem radioativa de grande intensidade que contaminou grande parte da Europa. Durante quase um mês, Moscou manteve um completo silêncio, antes de decidir retirar os 135 mil habitantes da região.
Em seguida, enviou quase 600 mil pessoas --entre bombeiros, civis e soldados-- à zona afetada. Eles tinham a missão de construir uma espécie de sarcófago para fechar hermeticamente o reator danificado de 20 a 30 anos, pelo menos.
Na ocasião, as previsões foram de dezenas de milhares de mortes. Um relatório divulgado pela ONU em setembro de 2005 afirmou que o número de mortos chegou a 4.000 na Ucrânia, Belarus e Rússia por conta dos cânceres provocados em conseqüência das radiações de Tchernobil.
Porém, o balanço recebeu muitas críticas, como as do grupo ecológico Greenpeace, que o qualificou de campanha de desinformação insultante para as vítimas. Um estudo elaborado por cientistas britânicos, divulgado no dia 11 de abril em Kiev, calcula o número de mortes entre 30 mil e 60 mil.
O impacto da contaminação nuclear sobre a saúde mental e física da população afetada também foi muito grave, sobretudo porque 5 milhões de pessoas continuam morando nas zonas radiadas.
"No início tínhamos medo de nós mesmos; diziam que estávamos sujos e nos sentíamos assim", lembra Liubov Sirienko, que teve de reconstruir a vida em outro local depois de ser obrigado a abandonar a região quando tinha 42 anos. Além disso, décadas depois da catástrofe, as regiões afetadas permanecem social e economicamente devastadas.
Um total de 350 mil pessoas foram evacuadas, 784 mil hectares de terras agrícolas passaram a ser zonas proibidas para o cultivo e outros 700 mil hectares tiveram vetada a produção de madeira. O custo da catástrofe chegou a centenas de milhares de dólares, segundo a ONU.
A esta situação é preciso acrescentar que o sarcófago, cheio de fissuras, ameaça ceder e as autoridades precisam construir um "arco" hermético, que custará mais de US$ 1 bilhão, segundo o Berd (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento).
Tchernobil não será uma zona segura antes de pelo menos um século depois da construção do arco, disse Yulia Marussich, porta-voz da organização. Marussich afirma que o armazenamento definitivo das toneladas de dejetos radioativos existentes entre os escombros não está previsto.
Os efeitos de Tchernobil a longo prazo no meio ambiente e na saúde pública também são uma incógnita. Alguns especialistas já observaram uma intensificação de certas doenças, como o câncer de tireóide, entre os adultos. Atualmente, não há sinais das conseqüências para o meio ambiente, mas podem surgir modificações genéticas em 50 anos, segundo Rudolph Alexahin, diretor do Instituto de Radiologia Agrícola de Moscou.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice