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02/05/2006
-
15h37
da Folha Online
O Irã, que enfrenta a partir de hoje forte avaliação do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas sobre seu programa nuclear, ameaçou atacar Israel em represália a qualquer "ação diabólica" dos Estados Unidos contra seu território.
O governo iraniano também anunciou o fortalecimento de seu processo de enriquecimento de urânio, que teria alcançado 4,8%. O enriquecimento de urânio gera combustível para usinas nucleares [energia] e também pode ser usado para criar bombas atômicas.
Em resposta, Shimon Peres, um dos principais nomes do setor moderado da política israelense, pediu ao Irã que descarte seu programa nuclear, alegando que Israel tem capacidade para se defender sozinho, caso isso seja necessário.
Peres mandou seu recado ao Irã durante a cerimônia anual que comemora a Independência de Israel. "Nós pedimos ao Irã que abandone suas ambições nucleares. Lembramos que Israel é excepcionalmente forte e sabe como se defender", disse.
A ameaça do Irã --que em outras ocasiões já pregou a "destruição de Israel" e questionou o Holocausto-- ocorreu pouco antes de representantes dos países do CS da ONU (Organização das Nações Unidas)com poder de veto [França, China, EUA, Rússia e Reino Unido] e Alemanha se reunirem para dar início a conversas que podem levar a sanções contra o Irã devido a seu programa nuclear.
A relação do Irã com países do Ocidente, sobretudo Estados Unidos, está cada vez mais tensa. O governo americano se diz convencido de que o governo iraniano, chefiado pelo conservador Mahmoud Ahmadinejad, pretende construir armas nucleares. O Irã nega, alegando que seu programa tem fins pacíficos.
A Rússia disse nesta terça-feira que rejeitará propostas do CS da ONU sobre possível sanções contra o Irã, propostas por Estados Unidos e países europeus. A declaração foi feita por
Konstantin Kosachev, chefe do comitê de Relações Exteriores da Câmara Baixa do Parlamento, citado pela rádio Ekho Moskvy.
A ausência de aprovação das sanções daria de um mês a três meses para que o Irã decida sobre a interrupção do enriquecimento de urânio. "Se esse período expirar sem resultados, uma nova resolução do CS da ONU poderia ser solicitada para impor sanções contra o Irã", disse Kosachev.
Rússia e China, ambos membros-permanentes do CS da ONU com direito a veto, opõem-se à imposição de sanções contra Teerã --seu maior parceiro comercial.
"Sucesso"
O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Gholamreza Aghazadeh, disse nesta terça-feira que seu país potencializou seu processo nuclear anunciando o enriquecimento de urânio em até 4,8%. "Enriquecimento acima de 5% não está em nossos planos. O que conseguimos (4,8%) é suficiente para o uso civil da energia atômica", disse Aghazadeh a estudantes, segundo informações da agência de notícias iraniana Isna.
Enriquecer urânio até 5% permite apenas produzir combustível nuclear para uso civil, enquanto seu uso militar implica em um enriquecimento de 80%.
Aghazadeh também revelou que o Irã iniciará exploração de uma mina de urânio no sul do país, da qual se espera extrair 30 mil quilos anuais de "yellowcake" [concentrado de minério de urânio que pode ser transformado em urânio enriquecido].
A reunião desta terça-feira é a primeira desde que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) concluiu, na última sexta-feira (30), que o Irã não havia cooperado nem suspendido suas atividades de enriquecimento de urânio, conforme as exigências da ONU.
Um segundo encontro está previsto para a próxima terça-feira (9), em Nova York, quando se reunirão ministros de Relações Exteriores de França, China, EUA, Rússia, Reino Unido e Alemanha.
Irã
Autoridades iranianas afirmaram que os participantes da reunião em Paris não devem "utilizar a linguagem da força e da ameaça", porque ela "não dará resultados".
"Não voltaremos atrás em relação à suspensão [do enriquecimento de urânio]", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Manucher Mottaki, em entrevista ao jornal "Kayhan".
Nesta segunda-feira, o Irã entregou uma carta de protesto ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na qual país "denuncia a ameaça" dos EUA de atacar o Irã.
O responsável iraniano para a questão nuclear, Ali Larijani, afirmou ontem que deve ser encontrada "uma nova solução" para a questão, e que seu país "não cederá às pressões da comunidade internacional".
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Irã anuncia novo processo nuclear e ameaça Israel
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O Irã, que enfrenta a partir de hoje forte avaliação do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas sobre seu programa nuclear, ameaçou atacar Israel em represália a qualquer "ação diabólica" dos Estados Unidos contra seu território.
O governo iraniano também anunciou o fortalecimento de seu processo de enriquecimento de urânio, que teria alcançado 4,8%. O enriquecimento de urânio gera combustível para usinas nucleares [energia] e também pode ser usado para criar bombas atômicas.
14.dez.2005/AP |
Shimon Peres, ex-primeiro-ministro de Israel |
Peres mandou seu recado ao Irã durante a cerimônia anual que comemora a Independência de Israel. "Nós pedimos ao Irã que abandone suas ambições nucleares. Lembramos que Israel é excepcionalmente forte e sabe como se defender", disse.
A ameaça do Irã --que em outras ocasiões já pregou a "destruição de Israel" e questionou o Holocausto-- ocorreu pouco antes de representantes dos países do CS da ONU (Organização das Nações Unidas)com poder de veto [França, China, EUA, Rússia e Reino Unido] e Alemanha se reunirem para dar início a conversas que podem levar a sanções contra o Irã devido a seu programa nuclear.
A relação do Irã com países do Ocidente, sobretudo Estados Unidos, está cada vez mais tensa. O governo americano se diz convencido de que o governo iraniano, chefiado pelo conservador Mahmoud Ahmadinejad, pretende construir armas nucleares. O Irã nega, alegando que seu programa tem fins pacíficos.
A Rússia disse nesta terça-feira que rejeitará propostas do CS da ONU sobre possível sanções contra o Irã, propostas por Estados Unidos e países europeus. A declaração foi feita por
Konstantin Kosachev, chefe do comitê de Relações Exteriores da Câmara Baixa do Parlamento, citado pela rádio Ekho Moskvy.
A ausência de aprovação das sanções daria de um mês a três meses para que o Irã decida sobre a interrupção do enriquecimento de urânio. "Se esse período expirar sem resultados, uma nova resolução do CS da ONU poderia ser solicitada para impor sanções contra o Irã", disse Kosachev.
Rússia e China, ambos membros-permanentes do CS da ONU com direito a veto, opõem-se à imposição de sanções contra Teerã --seu maior parceiro comercial.
"Sucesso"
O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Gholamreza Aghazadeh, disse nesta terça-feira que seu país potencializou seu processo nuclear anunciando o enriquecimento de urânio em até 4,8%. "Enriquecimento acima de 5% não está em nossos planos. O que conseguimos (4,8%) é suficiente para o uso civil da energia atômica", disse Aghazadeh a estudantes, segundo informações da agência de notícias iraniana Isna.
Enriquecer urânio até 5% permite apenas produzir combustível nuclear para uso civil, enquanto seu uso militar implica em um enriquecimento de 80%.
Aghazadeh também revelou que o Irã iniciará exploração de uma mina de urânio no sul do país, da qual se espera extrair 30 mil quilos anuais de "yellowcake" [concentrado de minério de urânio que pode ser transformado em urânio enriquecido].
A reunião desta terça-feira é a primeira desde que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) concluiu, na última sexta-feira (30), que o Irã não havia cooperado nem suspendido suas atividades de enriquecimento de urânio, conforme as exigências da ONU.
Um segundo encontro está previsto para a próxima terça-feira (9), em Nova York, quando se reunirão ministros de Relações Exteriores de França, China, EUA, Rússia, Reino Unido e Alemanha.
Irã
Autoridades iranianas afirmaram que os participantes da reunião em Paris não devem "utilizar a linguagem da força e da ameaça", porque ela "não dará resultados".
"Não voltaremos atrás em relação à suspensão [do enriquecimento de urânio]", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Manucher Mottaki, em entrevista ao jornal "Kayhan".
Nesta segunda-feira, o Irã entregou uma carta de protesto ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na qual país "denuncia a ameaça" dos EUA de atacar o Irã.
O responsável iraniano para a questão nuclear, Ali Larijani, afirmou ontem que deve ser encontrada "uma nova solução" para a questão, e que seu país "não cederá às pressões da comunidade internacional".
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