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04/10/2000
-
08h14
da Reuters
em Boston (EUA)
Foi apresentado como momento divisor de águas na campanha presidencial do ano 2000, mas em última análise o primeiro debate entre os candidatos presidenciais Al Gore, democrata, e George W. Bush, republicano, pode não mudar muita coisa, disseram analistas ontem.
Conforme já se previa, o vice-presidente Gore demonstrou maior comando sobre detalhes e conseguiu evitar soar pomposo durante a maior parte do debate.
Mas o governador do Texas atacou o histórico de seu adversário e os dados que este apresentou, qualificando-os de "matemática pouco definida", e argumentou que Gore já teve tempo suficiente para colocar seus planos em ação.
Para o historiador político Allan Lichtman, da American University de Washington, "os fatores fundamentais da eleição não mudaram em consequência desses 90 minutos. Bush pôde competir com Gore, mas não conseguiu oferecer argumentos decisivos para convencer os eleitores a trocar um partido e uma administração que trouxeram paz e prosperidade à nação".
Uma pesquisa rápida da "CNN"/"USA Today"/Gallup feita com 435 eleitores registrados que assistiram ao debate constatou que 48% acharam que Gore se saiu melhor, contra 41% a favor de Bush.
Outra pesquisa rápida feita pela "ABC News" mostra Gore ligeiramente à frente de Bush, com 42% contra 39%.
Quatro dos seis cientistas políticos de todo o país entrevistados pela "Reuters" consideraram que Gore se saiu melhor. Os outros dois avaliaram o debate como um empate.
Mas nenhum deles achou que terá grande influência sobre a disputa presidencial.
"Foi uma disputa entre os detalhes de Gore e a "matemática pouco definida' de Bush, que com certeza foi a frase mais marcante da noite", disse a professora Beverly Wall, do Trinity College de Hartford, Connecticut.
"Bush se mostrou bastante bom em matéria de política educacional, mas demonstrou problemas sérios ao falar sobre política externa e finanças internacionais. Dado que o contestador precisa apresentar argumentos que convençam os eleitores da necessidade de uma mudança, Gore se saiu ligeiramente melhor", concluiu Wall.
Lichtman disse que Bush também pareceu hesitar em falar sobre o aborto. "Ficou claro que não queria entrar nesse assunto e correr o risco de desagradar ao eleitorado feminino. Parecia alguém que está sendo obrigado a comer suas verduras", disse o historiador.
A cientista política e especialista em debates Shirley-Anne Warshaw, do Gettysburg College, na Pensilvânia, disse que Bush não se igualou a Gore nos detalhes.
"Esse foi seu grande ponto fraco. Ficou claro que Gore tem um comando muito melhor dos fatos", explicou.
Warshaw disse que a resposta de Bush à pergunta de como lidaria com uma crise financeira internacional foi especialmente reveladora. O texano disse que consultaria o Federal Reserve, contataria outros centros financeiros, informaria o Congresso e "criaria um plano de jogo".
Quando chegou sua hora de responder, Gore falou na queda do euro, sua experiência em lidar com o colapso do peso mexicano e a crise financeira asiática.
Leia mais no especial Eleições nos EUA.
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Pequena vantagem de Gore não significa influência sobre eleitorado
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em Boston (EUA)
Foi apresentado como momento divisor de águas na campanha presidencial do ano 2000, mas em última análise o primeiro debate entre os candidatos presidenciais Al Gore, democrata, e George W. Bush, republicano, pode não mudar muita coisa, disseram analistas ontem.
Conforme já se previa, o vice-presidente Gore demonstrou maior comando sobre detalhes e conseguiu evitar soar pomposo durante a maior parte do debate.
Mas o governador do Texas atacou o histórico de seu adversário e os dados que este apresentou, qualificando-os de "matemática pouco definida", e argumentou que Gore já teve tempo suficiente para colocar seus planos em ação.
Para o historiador político Allan Lichtman, da American University de Washington, "os fatores fundamentais da eleição não mudaram em consequência desses 90 minutos. Bush pôde competir com Gore, mas não conseguiu oferecer argumentos decisivos para convencer os eleitores a trocar um partido e uma administração que trouxeram paz e prosperidade à nação".
Uma pesquisa rápida da "CNN"/"USA Today"/Gallup feita com 435 eleitores registrados que assistiram ao debate constatou que 48% acharam que Gore se saiu melhor, contra 41% a favor de Bush.
Outra pesquisa rápida feita pela "ABC News" mostra Gore ligeiramente à frente de Bush, com 42% contra 39%.
Quatro dos seis cientistas políticos de todo o país entrevistados pela "Reuters" consideraram que Gore se saiu melhor. Os outros dois avaliaram o debate como um empate.
Mas nenhum deles achou que terá grande influência sobre a disputa presidencial.
"Foi uma disputa entre os detalhes de Gore e a "matemática pouco definida' de Bush, que com certeza foi a frase mais marcante da noite", disse a professora Beverly Wall, do Trinity College de Hartford, Connecticut.
"Bush se mostrou bastante bom em matéria de política educacional, mas demonstrou problemas sérios ao falar sobre política externa e finanças internacionais. Dado que o contestador precisa apresentar argumentos que convençam os eleitores da necessidade de uma mudança, Gore se saiu ligeiramente melhor", concluiu Wall.
Lichtman disse que Bush também pareceu hesitar em falar sobre o aborto. "Ficou claro que não queria entrar nesse assunto e correr o risco de desagradar ao eleitorado feminino. Parecia alguém que está sendo obrigado a comer suas verduras", disse o historiador.
A cientista política e especialista em debates Shirley-Anne Warshaw, do Gettysburg College, na Pensilvânia, disse que Bush não se igualou a Gore nos detalhes.
"Esse foi seu grande ponto fraco. Ficou claro que Gore tem um comando muito melhor dos fatos", explicou.
Warshaw disse que a resposta de Bush à pergunta de como lidaria com uma crise financeira internacional foi especialmente reveladora. O texano disse que consultaria o Federal Reserve, contataria outros centros financeiros, informaria o Congresso e "criaria um plano de jogo".
Quando chegou sua hora de responder, Gore falou na queda do euro, sua experiência em lidar com o colapso do peso mexicano e a crise financeira asiática.
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