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23/05/2006 - 04h44

Hamas oferece "trégua de muitos anos" em troca da Cisjordânia

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da Efe, em Jerusalém

O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniyeh, do Movimento Islâmico Hamas, ofereceu uma "trégua por longos anos" a Israel, em entrevista publicada pelo jornal israelense "Haaretz".

A condição é que Israel se retire da Cisjordânia, ocupada na Guerra dos Seis Dias, recuando para a linha do armistício ou "linha verde", fronteira fixada antes do conflito.

"Se Israel se retirar para as fronteiras de 1967, prevalecerá a paz e nós vamos iniciar uma trégua de muitos anos", afirmou o primeiro-ministro palestino ao jornal de Tel Aviv.

O ministro de Transportes palestino, Ziyad Zaza, presente durante a entrevista, comentou que "o cessar-fogo será renovado de forma automática" periodicamente.

O Hamas se nega a reconhecer a legitimidade do Estado israelense. Na sua interpretação, a nação foi criada em 1948 em parte do território palestino, ou seja, em "terras sagradas do Islã", então sob controle da Inglaterra por ordem da ONU.

O dirigente palestino não quis falar da iniciativa adotada pelo mundo árabe na Cúpula de 2002, em Beirute. Na ocasião, os países participantes se comprometeram a negociar a paz e reconhecer Israel se seu exército voltasse às linhas de 1967.

"Esse é um assunto entre nós e os árabes", disse Haniyeh, cujo governo rejeitou a iniciativa.

Haniyeh também não comentou a carta constitucional do Hamas, que rejeita a existência de Israel. "Vamos deixar o Hamas de lado. Eu falo como líder do Governo palestino, de todos os palestinos, e não o de um movimento".

Ajuda financeira

O presidente americano, George W.Bush, se reúne hoje com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, em Washington. Israel, Estados Unidos e a União Européia (UE) exigem que Haniyeh reconheça o Estado judeu para retomar o estagnado processo de paz, disperse a milícia do Hamas e respeite os acordos assinados pela ANP, quando era comandada por Yasser Arafat.

O dirigente palestino perguntou durante a entrevista por que o governo do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert,, se recusa a negociar os assuntos de interesse diário para os dois povos. Ele exigiu a transferência dos fundos arrecadados por Israel a título de impostos graças a um acordo de 1994.

O Governo israelense, que costumava transferir cerca de US$ 50 milhões mensais à ANP, suspendeu as remessas em março, antes de Haniyeh assumir o Governo.

EUA, União Européia e outros doadores da ANP também suspenderam suas transferências até o governo do Hamas cumprir as suas exigências e reconhecer Israel.

O gabinete israelense aprovou no domingo, antes da viagem de Olmert aos EUA, a remessa de US$ 11 milhões à ANP em equipamentos médicos e remédios.

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