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27/05/2006 - 09h47

Sobe para 2.700 o total de mortos por forte tremor na Indonésia

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da Folha Online

O governo da Indonésia elevou novamente o balanço de mortos no forte terremoto que abalou a ilha de Java neste sábado, matando mais de 2.700 e ferindo mais de 2.500 pessoas, no pior desastre do país desde o tsunami de 2004.

"O total de vítimas agora é de 2.711 pessoas mortas. O número continua crescendo a cada hora porque a retirada [das vítimas dos escombros] ainda está transcorrendo", afirmou Desmawati, autoridade do escritório de emergência do Ministério de Assuntos Sociais da Indonésia em Jacarta.

Segundo ela, 1.700 pessoas sofreram ferimentos graves, enquanto 872 vítimas tiveram ferimentos leves.

AP
Indonésio observa casa destruída pelo terremoto que devastou Yogyakarta, na ilha de Java
O epicentro do tremor de 6,2 graus na escala Richter, que abalou o país às 5h54 locais (19h54 de sexta-feira em Brasília), foi situado a 37,6 km ao sul da cidade de Yogyakarta (a 400 km a sudeste de Jacarta), um dos principais locais destruídos pelo sismo.

A população estimada da cidade universitária Yogyakarta é de cerca de 500 mil habitantes.

Os telhados de muitas residências desabaram e hotéis e prédios do governo foram destruídos. Com pontes e estradas seriamente danificadas, muitos dos feridos tiveram que ser transportados com dificuldade por táxis ou caminhonetes em rotas alternativas.

O abalo sísmico também causou problemas no abastecimento de energia elétrica e nas linhas telefônicas.

O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, ordenou que o Exército retirasse as vítimas do local do tremor, que causou pânico nos moradores.

De acordo com o escritório de emergência do Ministério de Assuntos Sociais, cerca de dois terços das mortes ocorreram no distrito de Bantul, que foi devastado.

"O número continua crescendo", afirmou Arifin Muhadi, da Cruz Vermelha da Indonésia, acrescentando que aproximadamente 2.900 pessoas foram feridas.

Os hospitais de Yogyakarta estão lotados. O governo indonésio determinou que tendas de campanha, água potável, comida e remédios sejam levados imediatamente aos acampamentos de desabrigados, na encosta do vulcão Merapi, a apenas 30 km de Yogyakarta, que ameaçou entrar em erupção este mês.

O aeroporto da cidade permanece fechado pelos danos sofridos na pista. As linhas telefônicas estão congestionadas. O presidente indonésio visitará amanhã as zonas afetadas, acompanhado por vários ministros.

As autoridades dos serviços de saúde temem o aumento do número de vítimas, ao mesmo tempo que muitos feridos esperam atendimento médico. Centenas deles, com fraturas, esperavam no chão dos hospitais. Os corpos foram cobertos por lençóis simples e alinhados em necrotérios improvisados.

As unidades de cirurgia trabalhavam intensamente, já que vários edifícios desabaram, provocando fraturas e traumatismos em muitas pessoas.

Uma sala de espera do aeroporto de Yogyakarta também desabou. As equipes de emergência trabalham para levantar a estrutura metálica no chão. Pelo menos uma pessoa ficou presa debaixo das ferragens.

"Todos os vôos foram adiados por tempo indeterminado", declarou o porta-voz do aeroporto, que se identificou como Wasfan.

Centenas de casas desabaram parcial ou totalmente nos distritos de Bantul (10 km ao sul de Yogyakarta) e de Kulonprogo (ao sudoeste de Yogyakarta), segundo testemunhas.

O presidente indonésio enviou o ministro da Saúde, Siti Fadillah Supari, e o ministro de Assuntos Sociais, Bachtiar Chamsyah, ao local da tragédia. Os dois coordenarão os trabalhos de emergência.

O chefe da polícia de Yogyakarta, Ari Purnomo, informou que as comunicações telefônicas estavam cortadas ou intermitentes, assim como o fornecimento de energia elétrica.

Milhares de habitantes abandonaram suas casas após o terremoto e não queriam retornar até o fim da onda de pânico. Às margens do oceano Índico, 30 km ao sul de Yogyakarta, os boatos de tsunami provocaram a fuga de centenas de famílias.

Os terremotos e erupções vulcânicas são freqüentes na Indonésia, um imenso arquipélago formado por milhares de ilhas situado no Cinturão de Fogo do Pacífico.

França, Rússia e Reino Unido ofereceram ajuda à Jacarta.

"Comunicamos imediatamente às autoridades indonésias nossa disponibilidade para enviar voluntários e ajuda humanitária", declarou o porta-voz da chancelaria francesa, Denis Simmoneau.

"Estamos dispostos a oferecer toda a ajuda que nos for pedida. Nós responderemos rapidamente", declarou Hilary Ben, secretário britânico para o Desenvolvimento Internacional.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também propôs assistência. "Senti compaixão e dor com o anúncio do desastre em seu país", declarou Putin em uma mensagem ao colega indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono.

"Confirmo nossa solidariedade e disposição de fornecer ajuda para superar as conseqüências desta catástrofe natural", acrescentou Putin.

Em 26 de dezembro de 2004, um sismo de mais de 9 graus na escala Richter ao longo de Sumatra provocou um tsunami que atingiu ao menos dez países do oceano Índico e deixou mais de 168 mil mortos ou desaparecidos na Indonésia.

As autoridades indonésias descartaram a possibilidade do abalo deste sábado provocar tsunamis.

Com agências internacionais

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