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11/06/2006 - 10h03

Após morte de líder, Al Qaeda ameaça fazer novos ataques no Iraque

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da Folha Online

A rede terrorista Al Qaeda no Iraque ameaçou neste domingo realizar novos ataques em larga escala que iriam "sacudir o inimigo" após a morte do líder do grupo, Abu Musab al Zarqawi, 39, morto em um bombardeio da força aérea americana na quinta-feira (8) na região de Baquba.

Em um comunicado divulgado na internet, o grupo afirma que seus líderes se reuniram após a morte de Al Zarqawi para discutir uma nova estratégia e renovar a fidelidade ao líder da Al Qaeda, o terrorista saudita Osama bin Laden.

"Nós planejamos operações em larga escala que irão sacudir o inimigo, em coordenação com outra facções, como o Conselho dos Mujahidin", diz o anúncio divulgado em um site islâmico.

"Nós reiteramos a lealdade ao líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, que Deus o proteja, e ele ficará satisfeito com as ações de seus soldados no Iraque", diz ainda o comunicado.

A autenticidade do anúncio atribuído à rede terrorista não pode ser comprovada.

O jordaniano Al Zarqawi foi morto na quinta-feira ao norte de Bagdá após um ataque aéreo de dois aviões F16, que lançaram uma bomba de 227 kg sobre o esconderijo. Em seguida, eles se certificaram de que haviam acertado o alvo e lançaram outra bomba no mesmo lugar.

Segundo o porta-voz do Exército americano, William Caldwell, o líder terrorista não morreu de imediato após o bombardeio e "balbuciou algumas palavras" para policiais iraquianos, que foram os primeiros a entrar no local.

Outras sete pessoas, supostamente ligadas a Al Zarqawi, morreram no bombardeio.

Autópsia

Neste domingo, especialistas forenses do Exército dos EUA concluíram a autópsia nos restos mortais de Al Zarqawi iniciada ontem, como parte de uma investigação para determinar a causa de sua morte e reconstruir seus últimos minutos de vida, segundo o Comando do Exército.

"A autópsia foi concluída, no entanto, não divulgaremos os resultados por enquanto", afirmou o o major William Willhoite.

08.jun.2006/Reuters
Imagem exibe Abu Musab al Zarqawi, líder da Al Qaeda no Iraque, morto. Veja mais fotos
O exame foi realizado por dois especialistas militares que chegaram de dois locais diferentes fora do Iraque. Neste sábado, o general William Caldwell, porta-voz do Exército americano em Bagdá, disse que a o objetivo da autópsia é conhecer as causas exatas da morte do líder terrorista, inimigo número um e homem mais procurado do Iraque.

"Se não fizermos uma autópsia completa, seria uma irresponsabilidade de nossa parte", afirmou.

Além da autópsia, o Exército americano espera o exame de DNA que confirme a identidade do terrorista jordaniano --o resultado está previsto para sair na segunda-feira (12).

Irã

O Irã se disse "satisfeito" com a morte do líder da Al Qaeda, mas negou as acusações de que tenha ajudado os EUA a matar o rebelde insurgente. O governo iraniano têm ligações com os partidos xiitas à frente do governo iraquiano e que Al Zarqawi --que é sunita-- tentava derrubar.

"É natural que nós, assim como o povo iraquiano, estejamos felizes com este fato", afirmou o porta-voz do Ministério iraniano de Relações Exteriores, Hamid Reza Asefi. "Isso não significa, no entanto, que tenhamos cooperado com os Estados Unidos em sua captura. Nós não trocamos informações com a inteligência dos EUA a esse respeito", afirmou.

Segundo o comandante Thomas Fisher, da 68ª Cavalaria Armada do 1º Batalhão do Exército dos EUA, suas tropas chegaram ao local cerca de cinco minutos após o bombardeio e cercaram o local. Os soldados já realizavam uma patrulha na região.

"Nós não sabíamos que Al Zarqawi estava lá, sabíamos apenas que era um alvo importante", afirmou Fisher neste sábado. "Mas suspeitávamos de quem fosse",

Traição

A morte do líder da Al Qaeda foi anunciada pelos Estados Unidos e pelo Iraque como um grande golpe à organização, mas segundo informações da rede de TV americana CNN, divulgadas na sexta-feira (9), o principal líder da insurgência iraquiana foi traído por colaboradores.

A Folha Online já havia antecipado essa informação no dia da morte, em entrevista com Ely Karmon, 60, pesquisador-chefe do Instituto de Contraterrorismo de Herzlia, em Israel. "Provavelmente, ele foi traído, o que mostra que a organização está dividida", disse.

Segundo a CNN, que cita fontes do Exército dos EUA, um importante membro da Al Qaeda preso na Jordânia no mês passado e ao menos um "espião" infiltrado na rede terrorista forneceram informação suficiente para que as tropas americanas no Iraque localizassem o esconderijo em que Al Zarqawi estava.

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