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15/06/2006
-
14h25
da Folha Online
O Exército americano divulgou hoje a primeira foto do suposto novo líder da rede terrorista Al Qaeda no Iraque, o egípcio Abu Ayyub al Masri, indicado como sucessor do jordaniano Abu Musab al Zarqawi, morto há uma semana em um ataque dos EUA.
A Agência de Inteligência da Defesa dos EUA deu permissão para a divulgação da foto nesta quarta-feira, segundo o porta-voz do Exército americano em Bagdá, William Caldwell, que não revelou como a agência teve acesso à fotografia.
Na segunda-feira (12), em um comunicado na internet, a Al Qaeda no Iraque indicou Abu Hamza al Muhajir como o sucessor de Al Zarqawi na liderança do grupo. Um dia depois, em um segundo comunicado, o novo líder prometeu vingar a morte de Al Zarqawi "nos próximos dias".
Hoje, o Exército americano identificou Al Muhajir como pseudônimo do egípcio de Al Masri. "Ele tem amplo conhecimento da Al Qaeda no Iraque e tinha contato próximo com Al Zarqawi", afirmou o porta-voz do Exército dos EUA em Bagdá, William Caldwell.
Segundo Caldwell, ele é um terrorista desde 1982, e começou se envolvendo com o braço egípcio do Jihad Islâmico, que era comandado pelo atual "braço-direito" de Osama bin Laden, o egípcio Ayman al Zawahiri.
O porta-voz descreveu Al Masri como "especialista em explosivos e na construção de carros-bomba" que, após o treinamento no Afeganistão, se uniu a Al Zarqawi no Iraque.
Disputa
No entanto, segundo Caldwell, uma disputa interna pela liderança deve estar em curso na rede terrorista. "Não temos certeza absoluta de quem irá assumir o papel de líder, mas acreditamos que será ele", disse, em referência a Al Masri.
De acordo com o porta-voz, a divulgação da fotografia aconteceu após "muitas discussões" entre altos membros do Exército e a intenção "não é glorificá-lo nem torná-lo mais importante".
Os EUA ofereciam uma recompensa de US$ 250 mil por informações que levem à morte ou à captura de Al Masri -- cujo nome aparece na lista dos 29 terroristas mais procurados pelo Exército americano-- antes mesmo da morte de Al Zarqawi, segundo Caldwell.
Documentos
Também nesta quinta-feira, forças de segurança iraquianas anunciaram ter encontrado documentos pertencentes à Al Qaeda no Iraque no local onde al Zarqawi, foi morto na semana passada, perto de Baquba (65 km ao norte de Bagdá).
Segundo o assessor iraquiano de segurança nacional, Mowaffaq al Rubaie, os papéis fornecem informações valiosas sobre o funcionamento da rede terrorista e o paradeiro de seus líderes. "É o começo do fim da Al Qaeda no Iraque", afirmou Al Rubaie em uma coletiva de imprensa.
No início deste ano, o governo iraquiano já havia afirmado que a insurgência sunita havia sido "derrotada" pela administração xiita apoiada pelos Estados Unidos. No entanto, a violência prosseguiu no país, matando centenas de pessoas e sem perspectiva de que chegue ao fim.
Vitória
Nesta terça-feira, um dia após fazer uma visita-surpresa ao Iraque, o presidente americano, George W. Bush, admitiu que esperar a eliminação total da violência no país "não é razoável".
A morte de Al Zarqawi foi apresentada pelos Estados Unidos e pelo Iraque como uma "grande vitória". "Nós acreditamos que a Al Qaeda no Iraque foi pega de surpresa", disse Al Rubaie. "O governo agora trabalha para destruir a rede e dar fim a essa organização no Iraque".
Na quinta-feira passada, o governo iraquiano já havia anunciado que encontrara documentos pertencentes à Al Qaeda, mas não havia deixado claro se os papéis haviam sido achados no local em que Al Zarqawi foi morto. "Eu apresento a vocês um documento que foi encontrado nos arquivos de computador de Al Zarqawi, que revela planos e estratégias em detalhes", afirmou.
"Crise"
O documento -- cuja autenticidade não foi comprovada por fontes independentes-- sugere que a insurgência está perdendo força pelas operações militares dos EUA e propõe maneiras de reverter a situação, por meio de infiltrações nas forças armadas do Iraque, recrutamento de novos membros e fabricação de armas.
O papel também afirma que a melhor maneira de sair da "crise" seria alimentar um conflito entre os Estados Unidos e outro país, como o Irã, para tirar o foco da atenção sobre o Iraque.
Segundo Al Rubaie, o material apreendido aponta que a estratégia central da Al Qaeda é "dividir e destruir". "Esses documentos nos dão vantagem sobre a Al Qaeda e indicam o paradeiro de seus líderes, de suas armas, da maneira como se organizam e onde se reúnem", disse.
Com agências internacionais
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EUA divulgam foto de suposto novo líder da Al Qaeda no Iraque
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O Exército americano divulgou hoje a primeira foto do suposto novo líder da rede terrorista Al Qaeda no Iraque, o egípcio Abu Ayyub al Masri, indicado como sucessor do jordaniano Abu Musab al Zarqawi, morto há uma semana em um ataque dos EUA.
A Agência de Inteligência da Defesa dos EUA deu permissão para a divulgação da foto nesta quarta-feira, segundo o porta-voz do Exército americano em Bagdá, William Caldwell, que não revelou como a agência teve acesso à fotografia.
Na segunda-feira (12), em um comunicado na internet, a Al Qaeda no Iraque indicou Abu Hamza al Muhajir como o sucessor de Al Zarqawi na liderança do grupo. Um dia depois, em um segundo comunicado, o novo líder prometeu vingar a morte de Al Zarqawi "nos próximos dias".
Reuters |
O egípcio Abu Ayyub al Masri, novo líder da rede Al Qaeda no Iraque, segundo os EUA |
Segundo Caldwell, ele é um terrorista desde 1982, e começou se envolvendo com o braço egípcio do Jihad Islâmico, que era comandado pelo atual "braço-direito" de Osama bin Laden, o egípcio Ayman al Zawahiri.
O porta-voz descreveu Al Masri como "especialista em explosivos e na construção de carros-bomba" que, após o treinamento no Afeganistão, se uniu a Al Zarqawi no Iraque.
Disputa
No entanto, segundo Caldwell, uma disputa interna pela liderança deve estar em curso na rede terrorista. "Não temos certeza absoluta de quem irá assumir o papel de líder, mas acreditamos que será ele", disse, em referência a Al Masri.
De acordo com o porta-voz, a divulgação da fotografia aconteceu após "muitas discussões" entre altos membros do Exército e a intenção "não é glorificá-lo nem torná-lo mais importante".
Os EUA ofereciam uma recompensa de US$ 250 mil por informações que levem à morte ou à captura de Al Masri -- cujo nome aparece na lista dos 29 terroristas mais procurados pelo Exército americano-- antes mesmo da morte de Al Zarqawi, segundo Caldwell.
Documentos
Também nesta quinta-feira, forças de segurança iraquianas anunciaram ter encontrado documentos pertencentes à Al Qaeda no Iraque no local onde al Zarqawi, foi morto na semana passada, perto de Baquba (65 km ao norte de Bagdá).
Segundo o assessor iraquiano de segurança nacional, Mowaffaq al Rubaie, os papéis fornecem informações valiosas sobre o funcionamento da rede terrorista e o paradeiro de seus líderes. "É o começo do fim da Al Qaeda no Iraque", afirmou Al Rubaie em uma coletiva de imprensa.
No início deste ano, o governo iraquiano já havia afirmado que a insurgência sunita havia sido "derrotada" pela administração xiita apoiada pelos Estados Unidos. No entanto, a violência prosseguiu no país, matando centenas de pessoas e sem perspectiva de que chegue ao fim.
Vitória
Nesta terça-feira, um dia após fazer uma visita-surpresa ao Iraque, o presidente americano, George W. Bush, admitiu que esperar a eliminação total da violência no país "não é razoável".
A morte de Al Zarqawi foi apresentada pelos Estados Unidos e pelo Iraque como uma "grande vitória". "Nós acreditamos que a Al Qaeda no Iraque foi pega de surpresa", disse Al Rubaie. "O governo agora trabalha para destruir a rede e dar fim a essa organização no Iraque".
Na quinta-feira passada, o governo iraquiano já havia anunciado que encontrara documentos pertencentes à Al Qaeda, mas não havia deixado claro se os papéis haviam sido achados no local em que Al Zarqawi foi morto. "Eu apresento a vocês um documento que foi encontrado nos arquivos de computador de Al Zarqawi, que revela planos e estratégias em detalhes", afirmou.
"Crise"
O documento -- cuja autenticidade não foi comprovada por fontes independentes-- sugere que a insurgência está perdendo força pelas operações militares dos EUA e propõe maneiras de reverter a situação, por meio de infiltrações nas forças armadas do Iraque, recrutamento de novos membros e fabricação de armas.
O papel também afirma que a melhor maneira de sair da "crise" seria alimentar um conflito entre os Estados Unidos e outro país, como o Irã, para tirar o foco da atenção sobre o Iraque.
Segundo Al Rubaie, o material apreendido aponta que a estratégia central da Al Qaeda é "dividir e destruir". "Esses documentos nos dão vantagem sobre a Al Qaeda e indicam o paradeiro de seus líderes, de suas armas, da maneira como se organizam e onde se reúnem", disse.
Com agências internacionais
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