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05/10/2000
-
18h22
da Reuters
em Belgrado (Iuguslávia)
O líder da oposição na Iugoslávia, Vojislav Kostunica, apoiou-se em uma onda de descontentamento contra Slobodan Milosevic para chegar perto do poder de um Estado policial empobrecido e isolado.
Sua reivindicação de vitória nas eleições de 24 de setembro e a recusa de Milosevic em aceitar a derrota levaram milhares de sérvios às ruas.
"Boa noite, Sérvia libertada", disse Kostunica a centenas de milhares de pessoas que se reuniram entre o prédio do Parlamento e a prefeitura de Belgrado na noite de hoje.
"A Sérvia atingiu o caminho da democracia, e onde há democracia não há lugar para Slobodan Milosevic", disse.
A multidão respondeu: "Ele está acabado" e "Prendam Sloba".
Kostunica disse que a oposição continuará usando métodos não violentos e pediu perseverança à população.
"Iremos com a não-violência contra a violência deles", disse.
Kostunica tornou-se uma ameaça a Milosevic nos últimos meses ao conseguir conciliar o impensável-nacionalismo sérvio com ideal democrático pró-Europa.
Sempre cuidadoso ao atacar a política do Ocidente contra a Iugoslávia e a atuação sanguinária de Milosevic, Kostunica deixou a máquina de propaganda do presidente esforçando-se para desacreditá-lo antes da votação de 24 de setembro.
"Ele tem apoio de gays e lésbicas, membros de várias organizações não-governamentais e feministas. Sabem que ele é um falso tradicionalista sérvio", é um exemplo do tipo de ataque lançado pelo jornal "Politika" contra o líder da oposição.
Kostunica foi apoiado por 18 partidos políticos e uma associação de sindicatos. Atraiu os inimigos de Milosevic principalmente por ter evitado críticas a eles durante 10 anos de sua luta política.
Outro líder, Vuk Draskovic, permaneceu isolado em Montenegro depois de sofrer duas tentativas de assassinato.
A campanha de Kostunica foi reforçada por sua reputação de nunca ter feito acordos privados com Milosevic, e por não ter interesse nos negócios dúbios comuns entre políticos iugoslavos.
"Eu prometo mudar nosso Estado para melhor, de acordo com as leis de Deus e da humanidade, e nunca deixarei o poder me transformar", disse Kostunica no lançamento de sua campanha.
Nascido em Belgrado, Kostunica, 56 anos, casado e sem filhos, mantém uma vida discreta. Pessoas próximas dizem que ele gosta de gatos e cachorros e torce para o time de futebol Estrela Vermelha de Belgrado. Ele sua esposa, Zorica, são doutores em Direito e mantêm uma vida social modesta.
Kostunica é especialista em direito constitucional e já publicou livros sobre o assunto. Foi demitido em 1974 por opor-se à nova constituição iugoslava. Voltou a lecionar em 1989.
Naquele mesmo ano ajudou a fundar o Partido Democrático. Deixou a agremiação em 1992 para formar o Partido Democrático da Sérvia, mantendo suas atividades sobre direitos humanos e liberdades civis. É visto como um nacionalista moderado e que não apresenta ameaça a aos países vizinhos. Sua devoção à democracia é considerada acima de qualquer suspeita.
A DOS (Oposição Democrática da Sérvia), que abriga diversos grupos de apoio a Kostunica, agrega os cidadãos de origem húngara e a minoria muçulmana.
Na convenção da DOS, Kostunica prometeu aproximar a Iugoslávia da Europa e trabalhar para redefinir as relações com Montenegro, a outra República que forma a Iugoslávia, ao lado da Sérvia.
É favorável ao fim do isolamento em relação aos Estados Unidos, mas critica muito a política norte-americana para a Sérvia. "Sérvia e sua desafortunada nação não precisam de qualquer ajuda vinda da Casa Branca", disse.
Leia mais sobre a crise na Iugoslávia
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''Boa noite, Sérvia libertada'', diz Vojislav Kostunica
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em Belgrado (Iuguslávia)
O líder da oposição na Iugoslávia, Vojislav Kostunica, apoiou-se em uma onda de descontentamento contra Slobodan Milosevic para chegar perto do poder de um Estado policial empobrecido e isolado.
Sua reivindicação de vitória nas eleições de 24 de setembro e a recusa de Milosevic em aceitar a derrota levaram milhares de sérvios às ruas.
"Boa noite, Sérvia libertada", disse Kostunica a centenas de milhares de pessoas que se reuniram entre o prédio do Parlamento e a prefeitura de Belgrado na noite de hoje.
"A Sérvia atingiu o caminho da democracia, e onde há democracia não há lugar para Slobodan Milosevic", disse.
A multidão respondeu: "Ele está acabado" e "Prendam Sloba".
Kostunica disse que a oposição continuará usando métodos não violentos e pediu perseverança à população.
"Iremos com a não-violência contra a violência deles", disse.
Kostunica tornou-se uma ameaça a Milosevic nos últimos meses ao conseguir conciliar o impensável-nacionalismo sérvio com ideal democrático pró-Europa.
Sempre cuidadoso ao atacar a política do Ocidente contra a Iugoslávia e a atuação sanguinária de Milosevic, Kostunica deixou a máquina de propaganda do presidente esforçando-se para desacreditá-lo antes da votação de 24 de setembro.
"Ele tem apoio de gays e lésbicas, membros de várias organizações não-governamentais e feministas. Sabem que ele é um falso tradicionalista sérvio", é um exemplo do tipo de ataque lançado pelo jornal "Politika" contra o líder da oposição.
Kostunica foi apoiado por 18 partidos políticos e uma associação de sindicatos. Atraiu os inimigos de Milosevic principalmente por ter evitado críticas a eles durante 10 anos de sua luta política.
Outro líder, Vuk Draskovic, permaneceu isolado em Montenegro depois de sofrer duas tentativas de assassinato.
A campanha de Kostunica foi reforçada por sua reputação de nunca ter feito acordos privados com Milosevic, e por não ter interesse nos negócios dúbios comuns entre políticos iugoslavos.
"Eu prometo mudar nosso Estado para melhor, de acordo com as leis de Deus e da humanidade, e nunca deixarei o poder me transformar", disse Kostunica no lançamento de sua campanha.
Nascido em Belgrado, Kostunica, 56 anos, casado e sem filhos, mantém uma vida discreta. Pessoas próximas dizem que ele gosta de gatos e cachorros e torce para o time de futebol Estrela Vermelha de Belgrado. Ele sua esposa, Zorica, são doutores em Direito e mantêm uma vida social modesta.
Kostunica é especialista em direito constitucional e já publicou livros sobre o assunto. Foi demitido em 1974 por opor-se à nova constituição iugoslava. Voltou a lecionar em 1989.
Naquele mesmo ano ajudou a fundar o Partido Democrático. Deixou a agremiação em 1992 para formar o Partido Democrático da Sérvia, mantendo suas atividades sobre direitos humanos e liberdades civis. É visto como um nacionalista moderado e que não apresenta ameaça a aos países vizinhos. Sua devoção à democracia é considerada acima de qualquer suspeita.
A DOS (Oposição Democrática da Sérvia), que abriga diversos grupos de apoio a Kostunica, agrega os cidadãos de origem húngara e a minoria muçulmana.
Na convenção da DOS, Kostunica prometeu aproximar a Iugoslávia da Europa e trabalhar para redefinir as relações com Montenegro, a outra República que forma a Iugoslávia, ao lado da Sérvia.
É favorável ao fim do isolamento em relação aos Estados Unidos, mas critica muito a política norte-americana para a Sérvia. "Sérvia e sua desafortunada nação não precisam de qualquer ajuda vinda da Casa Branca", disse.
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