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28/06/2006 - 08h49

Após incursão militar, Israel nega intenção de reocupar Gaza

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da Folha Online

Tanques e soldados do Exército de Israel invadiram o sul da faixa de Gaza na noite desta quarta-feira, em uma operação militar que visa pressionar pela libertação do soldado israelense mantido em cativeiro por extremistas palestinos desde domingo (25).

Após o início da operação --batizada de "Chuva de Verão"-- o premiê israelense, Ehud Olmert, negou a intenção de reocupar a faixa de Gaza.

A ofensiva foi a maior ação de Israel na região desde a retirada israelense de Gaza, ocorrida em setembro de 2005.

"A ação militar que teve início durante a noite irá continuar nos próximos dias", afirmou Olmert. "Nós não pretendemos reocupar Gaza. Nosso objetivo é apenas trazer o soldado para casa".

No entanto, o premiê acrescentou que as forças israelenses "não hesitarão em tomar medidas extremas para trazer o soldado de volta para sua família".

A incursão militar teve início após dois dias de esforços frustrados de negociadores egípcios e franceses, que tentavam fazer a intermediação pela libertação de Gilad Shalit, 19.

O soldado foi seqüestrado em um posto militar de Israel localizado perto de Kerem Shalom, na região da fronteira com Gaza, em uma ação que matou outros dois soldados israelenses.

Nesta quarta-feira, Olmert reiterou que Israel não irá negociar com grupos extremistas pela libertação de Shalit. Ontem, o porta-voz do grupo extremista Comitês de Resistência Popular (PRC, na sigla em inglês), Mohammed Abdel Al, pediu a libertação de mulheres e adolescentes das prisões israelenses em troca de informações sobre o soldado.

Um total de 95 mulheres e 313 menores de 18 anos estão entre os 9.000 palestinos detidos em prisões de Israel.

O PRC foi um dos três grupos extremistas a reivindicar --ao lado do braço armado do Hamas e de um terceiro grupo conhecido como Exército Islâmico-- o seqüestro.

Segundo Olmert, a liderança do grupo terrorista e partido político Hamas na Síria é responsável pela ação.

Operação

Tropas israelenses penetraram por um quilômetro do território do sul de Gaza, posicionando tanques e veículos blindados em áreas da cidade de Rafah, na fronteira com Gaza, inclusive o aeroporto internacional em Dahaniyeh, o único de Gaza.

Uma unidade das Brigadas de Givati também foi destacada ao norte da fronteira, pronta para entrar em Gaza caso militantes realizassem ataques com foguetes Qassam contra Israel.

Na manhã de ontem, quatro foguetes foram lançados contra a região de Negev, mas caíram em áreas abertas e não causaram vítimas.

Além da incursão terrestre, forças aéreas israelenses atacaram pontes no centro de Gaza. Segundo fontes militares, o ataque pretendia impedir que extremistas transportem Shalit para diferentes pontos de Gaza.

Paradeiro

Segundo o jornal israelense "Haaretz", Shalit estaria sendo mantido em cativeiro no campo de refugiados de Khan Yunis, ao sul de Gaza. Seus seqüestradores podem considerar a possibilidade de movê-lo para outro local em Gaza, como o campo de refugiados de Jebalya.

Nesta quarta-feira, aviões israelenses também atacaram uma central elétrica na Cidade de Gaza, deixando a região sem luz, segundo autoridades palestinas.

Ontem, Abdel Al, porta-voz do PRC, afirmou que o soldado está sendo mantido "em um local seguro". O seqüestro foi a primeira ação palestina contra um soldado israelense em 12 anos.

Em 1994, Nachshon Waxman, um soldado israelo-americano de 19 anos, foi seqüestrado por extremistas. Tropas israelenses invadiram seu cativeiro, mas ele morreu durante a operação, que também resultou na morte de um membro da equipe de resgate e de três seqüestradores.

Com agências internacionais

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