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28/06/2006 - 12h21

Comentário: Ameaça e linha-dura cercam novo impasse israelo-palestino

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LIGIA BRASLAUSKAS
Editora de Mundo da Folha Online

Após megaincursão que deixou 38 anos de ocupação para trás, em setembro de 2005, Israel invadiu Gaza apoiado por cerca de 3.000 soldados ontem. Desta vez, o motivo não era retirar do território palestino colonos judeus assentados ilegalmente na região, mas resgatar um soldado israelense levado ilegalmente para lá por extremistas palestinos.

Guilad Shalit, 19, o soldado, é mantido refém desde o ultimo domingo (25) após uma curiosa "incursão subterrânea" de extremistas palestinos a Israel, que deixou um saldo de quatro mortos, dois de cada lado. Nas últimas semanas, vários ataques aéreos de Israel, que tinham como alvo terroristas palestinos, causaram a morte de 22 pessoas, das quais 21 eram civis.

Agora, após a troca de invasões, palestinos e israelenses fazem trocas de ameaças. Israel promete manter e endurecer a ação contra Gaza se o soldado não for devolvido. Em resposta, os grupos terroristas palestinos envolvidos no seqüestro --o braço armado do Hamas [no governo palestino desde janeiro último], o Comitê de Resistência Popular e o desconhecido Exército Islâmico-- dizem que não libertarão Shalit e um colono judeu, também seqüestrado, enquanto Israel não interromper sua ação, que destruiu três pontes e causou pane no sistema de eletricidade de Gaza.

Nenhum dos dois lados sinaliza ceder, mesmo que isso tenha como custo mais vidas --além das perdidas desde 28 de setembro de 2000, quando teve início da Segunda Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense]. Nessa linha, o governo de Israel se reúne hoje para conseguir aprovar a permissão para novas ações contra palestinos a fim de persuadi-los a devolver os reféns com vida. A pressão israelense alcança a mais alta autoridade palestina, Mahmoud Abbas, que pode ser proibido de sair de Ramallah --a exemplo do que ocorreu com seu antecessor, Iasser Arafat.

Mas isso não intimida os palestinos, que seguem a estratégia de pressão com uma "oferta-bomba": devolvem o soldado seqüestrado em troca da libertação de prisioneiros palestinos [muitos deles membros de grupos terroristas, além de mulheres e crianças]. Isso, sabem, provavelmente não será aceito por Israel.

A permuta de ameaças e ações lentas dá início a um novo momento de tensão extrema entre palestinos e israelenses, o que deve tirar o mínimo de "paz e tranqüilidade" que os dois lados vinham experimentando. A melhor perspectiva nessa relação de troca de farpas é de que a linha-dura de ambos não tire mais vidas.

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