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03/07/2006 - 03h12

Sem resultado oficial, dois candidatos proclamam-se eleitos no México

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da Folha Online

O México, que conviveu por mais de 70 anos com o mesmo partido no poder, vive agora a disputa eleitoral mais acirrada de sua história: encerradas as eleições presidenciais deste domingo (2), os dois candidatos mais votados declararam-se vencedores. O resultado oficial, contudo, só será divulgado na quarta-feira (6).

O presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE), Luis Carlos Ugalde, afirmou que a pequena diferença no número de votos entre o conservador Felipe Calderón e o esquerdista Andrés López Obrador impediu uma divulgação rápida dos resultados preliminares, como estava previsto.

Segundo Ugalde, o nome do novo presidente mexicano não será divulgado antes de quarta-feira, quando o IFE começará a apuração definitiva dos votos.

O IFE fez uma apuração preliminar com base em 7.281 mesas eleitorais distribuídas por todo o país, que representam 95,12% da amostra prevista, mas os resultados não foram conclusivos.

"A margem de diferença entre o primeiro e o segundo lugar é muita estreita e, portanto, não é possível anunciar neste momento um candidato vencedor", afirmou Ugalde. Não há segundo turno nas eleições presidenciais do México.

Vencedores

A declaração do órgão eleitoral, feita no final da noite de domingo (início da madrugada de segunda-feira no Brasil), não impediu que ambos os candidatos se autoproclamassem vencedores.

Obrador, do PRD (Partido da Revolução Democrática), declarou sua suposta vitória a milhares de simpatizantes reunidos em Zócalo, maior praça pública do país. "Sorriam que já ganhamos", afirmou em discurso

"Quero informar ao povo do México que, de acordo com nossos dados, ganhamos a presidência por uma diferença de pelo menos 500.000 votos", disse Obrador. Para ele, o resultado era "irreversível".

Já falando como presidente eleito, Obrador afirmou que se reuniria nesta segunda com líderes de diversos setores políticos e sociais para coordenar as obras de seu governo.

Minutos depois, Calderón, do conservador Partido Ação Nacional (PAN) --partido do presidente Vicente Fox-- também se autoproclamou eleito, na sede de sua campanha. "Ganhamos as eleições, mas respeitamos os resultados do Instituto Federal Eleitoral", afirmou Calderón.

Ele disse que, "após ser declarado formalmente presidente eleito", convocaria um governo de união nacional.

Perfis

O México enfrenta uma situação política inédita após sete décadas do governo autoritário do PRI, de 1929 a 2000, e quase seis anos do governo conservador e sem maioria legislativa de Vicente Fox. Segundo analistas, nunca o país esteve tão polarizado entre dois candidatos.

Felipe Calderón, advogado formado na Universidade de Harvard nos Estados Unidos e ex-ministro da Energia da atual gestão, promete a continuidade da gestão foxista e se auto-denomina o "candidato do emprego".

Atualmente, grande parte dos mexicanos estão subempregados. Dos trabalhadores em atividade, 60% se mantêm da economia informal.

O candidato, representante da direita do país, é o favorito também dos mercados. Uma das suas principais propostas de governo é a redução de impostos para atrair os investidores estrangeiros.

De outro lado está o esquerdista López Obrador, que afirma que seu país precisa "mudar de caminho". O candidato promete dar prioridade aos pobres durante sua gestão --com programas assistenciais, construção de hospitais e estradas --e rever o Nafta (sigla em inglês para o Tratado de Livre Comércio com Estados Unidos e Canadá).

Em terceiro lugar nas apurações, aparece o candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Roberto Madrazo. O partido de Madrazo dominou o país por 70 anos, até ser derrotado nas urnas em 2000, com a eleição do presidente Vicente Fox.

Mais de 71 milhões de mexicanos têm direito a voto. De acordo com o Instituto Federal Eleitoral aproximadamente 13 milhões de mexicanos votarão pela primeira vez, dos quais 12 milhões tem idade entre 18 e 24 anos. No México o voto é facultativo.

Todas as estimativas indicam que a participação dos eleitores nesta eleição foi muito maior do que nas eleições presidenciais de 2000, em que 63,9% dos eleitores votaram.

Com agências internacionais

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