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10/07/2006 - 10h42

Rússia anuncia morte de principal líder rebelde tchetcheno

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da Folha Online

O principal líder rebelde tchetcheno Shamil Basayev --acusado de ser o mentor do ataque de Beslan, ocorrido em 1º de setembro de 2004, que matou 330 pessoas-- foi morto nesta segunda-feira, informou o Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB).

Segundo a agência russa de notícias Itar-Tass, o líder do FSB, Nikolai Patrushev, afirmou ao presidente russo, Vladimir Putin, que Basayev foi morto na madrugada desta segunda-feira.

De acordo com a imprensa local, Basayev estaria planejando um ataque no sul da Rússia que coincidiria com o encontro da cúpula do G8 --grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia--, previsto para acontecer nesta semana em São Petersburgo.

Reuters
O principal líder rebelde tchetcheno, Samil Basayev, cuja morte foi anunciada pela Rússia
O Conselho de Segurança da ONU incluiu Basayev em sua lista de terroristas mais procurados no ano passado, depois que o governo americano o classificou como "ameaça para os EUA".

O FSB havia diminuído o cerco a Basayev ao anunciar uma recompensa de US$ 10 milhões por informações que levassem à prisão do líder rebelde.

Nascido na Tchetchênia em 1965, Basayev tornou-se conhecido em 1995, durante a primeira guerra separatista tchetchena, quando comandou um seqüestro em Budennovsk, na Rússia.

Nas eleições presidenciais de janeiro de 1997, Aslan Maskhadov derrotou Basayev, jurando "reforçar a independência do Estado tchetcheno". Basayev foi indicado premiê tchetcheno, mas renunciou após seis meses de mandato.

Acordo

Posteriormente, Maskhadov assinou um acordo com o então presidente russo, Boris Yeltsin, prometendo dar fim aos 400 anos de conflito entre a Rússia e a Tchetchênia.

O governo russo expressou a intenção de reconstruir as relações com a região, mas se recusou a reconhecer a independência da Tchetchênia.

Maskhadov trabalhou ao lado de Basayev até 1998, quando ele estabeleceu uma rede que depois evoluiu para um grupo rebelde rival.

Em 1999, rebeldes tchetchenos cruzaram a fronteira do Daguestão e a Rússia deteve supostos responsáveis por uma onda de ataques a bomba em território russo.

O governo russo enviou então tropas à Tchetchênia, qualificou o governo de Maskhadov de "ilegal" e tentou apoiar a criação de um Parlamento estabelecido por tchetchenos no exílio.

Após violentos confrontos, o governo de Maskhadov foi deposto e uma administração pró-Moscou assumiu o poder. Ele foi morto a tiros em março de 2005, supostamente por seu sobrinho, Visjan Jadyimuratov, que também era seu guarda-costas.

Ataques

Durante a retirada rebelde de Grozny (capital da Tchetchênia), em janeiro de 2000, Basayev perdeu um dos pés após pisar em uma mina terrestre, mas conseguiu se esconder das tropas russas em regiões de florestas e montanhas, ao lado de outros rebeldes.

Ele recebeu a ajuda de grupos islâmicos --entre eles, a milícia Taleban, que controlava o Afeganistão até a invasão liderada pelos EUA, em 2001-- e foi acusado pela Rússia de organizar um atentado suicida contra um prédio residencial na Rússia, em 1999.

Basayev reivindicou a autoria de um ataque contra um teatro em Moscou em outubro de 2002, no qual 50 rebeldes tchetchenos mantiveram cerca de 800 pessoas reféns. Tropas russas invadiram o local usando gás, matando grande parte dos rebeldes e mais de cem reféns.

Em maio deste ano, Basayev afirmou ser responsável pela morte do líder tchetcheno pró-Moscou e ameaçou matar mais autoridades, entre elas, o premiê russo, Akhmad Kadyrov.

A explosão matou seis pessoas e feriu outras 60, incluindo o comandante do Exército russo, que perdeu uma das pernas no ataque.

Com agências internacionais

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