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12/07/2006
-
12h29
DANIELA LORETO
da Folha Online
O seqüestro de dois soldados israelenses anunciado nesta quarta-feira pelo Hizbollah [grupo terrorista libanês que recebe apoio sírio e iraniano] representa uma grande derrota para o governo israelense, segundo Efraim Inbar, diretor do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat e professor de Ciências Políticas da Universidade de Bar Ilan, em Tel Aviv.
"A ação de hoje é um golpe contra Israel e cria um problema institucional e político para o governo israelense", disse Inbar à Folha Online, por telefone, de Tel Aviv. Segundo ele, o governo israelense precisará, neste momento, "restaurar sua credibilidade".
O Hizbollah libanês anunciou o seqüestro dos dois soldados israelenses na manhã desta quarta-feira. A ação deixou ainda sete soldados israelenses mortos. Em resposta, Israel invadiu e atacou o sul do Líbano.
O grupo é considerado terrorista pelos Estados Unidos. No Líbano, não é visto como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982. O grupo também é um dos principais partidos libaneses, realiza ações humanitárias e possui uma rede de escolas e hospitais.
No último dia 25, o soldado israelense Gilad Shalit, 19, foi seqüestrado e ainda é mantido em cativeiro. A ação foi reivindicada por três grupos terroristas palestinos, entre eles o Hamas, cujo braço político foi eleito democraticamente para o atual governo.
Exigências
Para o professor, Israel não cederá às exigências dos grupos Hamas e Hizbollah --que oferecem trocar os soldados seqüestrados pela libertação de prisioneiros árabes detidos por Israel. Por isso, provavelmente, haverá uma escalada militar na região. "Infelizmente, está é a situação no Oriente Médio", afirma. "Quem quiser sobreviver na região, terá que demonstrar força", acrescenta.
A exigência do Hizbollah inclui a libertação de Samir al Quntar --que cumpre múltiplas penas perpétuas em Israel, no total de 542 anos, e é acusado de matar o soldado israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos, após seqüestrá-los em 1979.
Gaza
Para o especialista, a ação militar de Israel na faixa de Gaza não pode ser vista como um fracasso --já que idéia era a de resgatar o soldado que ainda mantido como refém por palestinos. Iniciada três dias após o seqüestro de Shalit, a ofensiva já matou cerca de 80 palestinos --a maioria civis.
"É uma situação que leva tempo", diz. "O Hamas vem fornecendo mais informações sobre Shalit. O problema é que ele continua em cativeiro e ninguém ainda foi preso", pondera.
No entanto, segundo ele, o foco principal da questão já não é a vida do soldado. "Há o terrorismo, os problemas de governo, a escalada da violência, estas são as grandes questões. As vidas dos soldados pouco importam neste momento", afirma.
Segundo o professor, pode ocorrer em Gaza e no sul do Líbano o mesmo que aconteceu na Cisjordânia em 2002, quando houve uma grande operação terrestre para "limpar" a área de terroristas. Questionado a respeito de uma eventual reocupação israelense de Gaza, Inbar afirma que isso "é possível". "Não excluo essa possibilidade", diz.
Síria
A Síria, qualificada pelo premiê israelense, Ehud Olmert, como Estado terrorista", nesta quarta-feira, também é um alvo em potencial de Israel, segundo o professor. Ele afirma que Israel --que acusa o governo de Damasco de abrigar terroristas-- pode decidir alvejar a Síria por seu apoio declarado ao Hizbollah e ao Hamas.
Israel considera Khaled Mashaal --líder máximo do Hamas exilado na Síria-- o autor da ação que resultou no seqüestro do soldado Shalit.
Como exemplo de um eventual ataque á Síria, Inbar lembra que aviões militares de Israel sobrevoaram, no último dia 28, a casa de veraneio do presidente sírio, Bashar al Assad, no norte do país. A ação seria uma
advertência ao governo sírio para que não apoiasse extremistas palestinos.
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Ação do Hizbollah representa derrota para Israel, diz professor
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O seqüestro de dois soldados israelenses anunciado nesta quarta-feira pelo Hizbollah [grupo terrorista libanês que recebe apoio sírio e iraniano] representa uma grande derrota para o governo israelense, segundo Efraim Inbar, diretor do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat e professor de Ciências Políticas da Universidade de Bar Ilan, em Tel Aviv.
"A ação de hoje é um golpe contra Israel e cria um problema institucional e político para o governo israelense", disse Inbar à Folha Online, por telefone, de Tel Aviv. Segundo ele, o governo israelense precisará, neste momento, "restaurar sua credibilidade".
O Hizbollah libanês anunciou o seqüestro dos dois soldados israelenses na manhã desta quarta-feira. A ação deixou ainda sete soldados israelenses mortos. Em resposta, Israel invadiu e atacou o sul do Líbano.
O grupo é considerado terrorista pelos Estados Unidos. No Líbano, não é visto como uma entidade terrorista, mas como um grupo de resistência contra a invasão israelense ao país, em 1982. O grupo também é um dos principais partidos libaneses, realiza ações humanitárias e possui uma rede de escolas e hospitais.
No último dia 25, o soldado israelense Gilad Shalit, 19, foi seqüestrado e ainda é mantido em cativeiro. A ação foi reivindicada por três grupos terroristas palestinos, entre eles o Hamas, cujo braço político foi eleito democraticamente para o atual governo.
Exigências
Para o professor, Israel não cederá às exigências dos grupos Hamas e Hizbollah --que oferecem trocar os soldados seqüestrados pela libertação de prisioneiros árabes detidos por Israel. Por isso, provavelmente, haverá uma escalada militar na região. "Infelizmente, está é a situação no Oriente Médio", afirma. "Quem quiser sobreviver na região, terá que demonstrar força", acrescenta.
A exigência do Hizbollah inclui a libertação de Samir al Quntar --que cumpre múltiplas penas perpétuas em Israel, no total de 542 anos, e é acusado de matar o soldado israelense Danny Haran, 28, e sua filha de quatro anos, após seqüestrá-los em 1979.
Gaza
Para o especialista, a ação militar de Israel na faixa de Gaza não pode ser vista como um fracasso --já que idéia era a de resgatar o soldado que ainda mantido como refém por palestinos. Iniciada três dias após o seqüestro de Shalit, a ofensiva já matou cerca de 80 palestinos --a maioria civis.
"É uma situação que leva tempo", diz. "O Hamas vem fornecendo mais informações sobre Shalit. O problema é que ele continua em cativeiro e ninguém ainda foi preso", pondera.
No entanto, segundo ele, o foco principal da questão já não é a vida do soldado. "Há o terrorismo, os problemas de governo, a escalada da violência, estas são as grandes questões. As vidas dos soldados pouco importam neste momento", afirma.
Segundo o professor, pode ocorrer em Gaza e no sul do Líbano o mesmo que aconteceu na Cisjordânia em 2002, quando houve uma grande operação terrestre para "limpar" a área de terroristas. Questionado a respeito de uma eventual reocupação israelense de Gaza, Inbar afirma que isso "é possível". "Não excluo essa possibilidade", diz.
Síria
A Síria, qualificada pelo premiê israelense, Ehud Olmert, como Estado terrorista", nesta quarta-feira, também é um alvo em potencial de Israel, segundo o professor. Ele afirma que Israel --que acusa o governo de Damasco de abrigar terroristas-- pode decidir alvejar a Síria por seu apoio declarado ao Hizbollah e ao Hamas.
Israel considera Khaled Mashaal --líder máximo do Hamas exilado na Síria-- o autor da ação que resultou no seqüestro do soldado Shalit.
Como exemplo de um eventual ataque á Síria, Inbar lembra que aviões militares de Israel sobrevoaram, no último dia 28, a casa de veraneio do presidente sírio, Bashar al Assad, no norte do país. A ação seria uma
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