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15/07/2006 - 18h07

Violência israelo-libanesa aumenta; mortos ultrapassam 100

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da Folha Online

O primeiro-ministro libanês, Fuad Siniora, pediu neste sábado "um cessar-fogo imediato e global no Líbano sob a proteção da ONU" e acusou Israel de transformar o Líbano em uma "zona de desastre" que precisa de ajuda internacional. O total de mortos da violência ultrapassa cem.

Em resposta, Israel admitiu um cessar-fogo no conflito, desde que o grupo terrorista Hizbollah se retire para o norte do rio Litani [principal provedor de água para o sul do Líbano] e entregue seu arsenal de foguetes, deixando o sul do Líbano sob o controle do Exército libanês, informou o ministro israelense da Justiça, Haim Ramon.

Desde que a recente violência entre os dois países eclodiu na última quarta-feira (12), com um ataque do Hizbollah contra um posto militar israelense --que resultou no seqüestro de dois soldados, além da morte de outros oito militares israelenses--, mais de cem pessoas morreram [entre elas um casal de brasileiros e seus dois filhos, de 4 e 8 anos] e outras 250 ficaram feridas no Líbano devido aos ataques aéreos e por terra desferido por Israel.

Do lado Israelense, ao menos 12 pessoas morreram [entre elas os oito militares e uma criança de cinco anos] e mais de 250 se feriram, vítimas de foguetes Katyusha lançados do sul do Líbano por membros do Hizbollah. Em uma ação sem precedentes, cerca de 700 foguetes do Hizbollah atingiram 20 cidades israelenses, desde a última quarta-feira.

"Zona de desastre"

O primeiro-ministro libanês declarou seu país como uma zona de desastre, que necessita de um plano abrangente e rápido [da comunidade] árabe (...) e pediu a seus amigos no mundo todo que acelerem sua ajuda. "Israel castiga de forma coletiva e é responsável pela catástrofe humanitária e econômica pela qual o Líbano passa atualmente.

Após a proposta de cessar fogo, Israel admitiu pela primeira vez aceitar um acordo, sob a condição de que o Hizbollah volte ao norte do Litani e se desfaça de seu arsenal de foguetes, entregando-o ao Exército libanês, que deve tomar posição ao longo da fronteira entre Líbano e Israel. "Com estas condições reunidas, Israel estará pronto para um acordo de cessar-fogo", afirmou o ministro israelense da Justiça.

Israel também declarou que o país está em "situação de segurança especial", o que permitirá que autoridades decretem o fechamento de instituições e locais públicos caso considere oportuno. A medida, decretada pelo ministro da Defesa, Amir Peretz, é um pouco menos radical que o estado de emergência, que permite que autoridades prendam pessoas sem a necessidade de ordens judiciais, limitem o movimento de pessoas ou veículos, confisquem armas e fechem espaços públicos.

O Exército israelense começou a posicionar mísseis Patriot [capazes de destruir foguetes inimigos] na cidade de Haifa, que fica a cerca de 50 km da fronteira com o Líbano e que foi atingida por dois foguetes Katyusha, surpreendendo as autoridades israelenses. Anteriormente, os Katyusha tinham alcance máximo de 20 km de distância.

Fuga

Milhares de estrangeiros começam a ser retirados do Líbano com o apoio de seus governos.

Um grupo de 17 turistas brasileiros contou neste sábado com apoio do Consulado do Brasil em Beirute para deixar o Líbano com destino à Turquia. O grupo percorreu uma distância de cerca de 200 km para cruzar a fronteira com a Síria.

Ataques

Foguetes lançados pelo Hizbollah voltaram a atingir Israel neste sábado. Os foguetes tiveram como alvo a cidade de Tiberias, região do mar da Galiléia, e feriram ao menos 15 pessoas no norte de Israel.

Israel intensificou seus ataques a várias regiões do Líbano, entre elas Beirute, informou a emissora estatal "Rádio Líbano". Ataques israelenses atingiram também o farol da capital --que estava em chamas--, além das cidades de Jounieh, Amchit e Trípoli.

Os bombardeios também tiveram como alvo uma posição do Exército libanês em Talet el Jayar, na região de Batrun (norte), matando um militar e ferindo outras 11 pessoas, segundo um comunicado militar.

Caças-bombardeiros israelenses atacaram a maioria das posições de radar do Exército libanês no país, informou a rede de televisão "LBC". Baterias antiaéreas do Exército libanês entraram em ação contra aviões israelenses, mas não conseguiram alcançá-los.

Os bairros do sul de Beirute foram bombardeados neste sábado em pelo menos oito ocasiões. Um edifício de nove andares, onde o líder Hizbollah, Hassan Nasrallah, tem sua sede geral, foi completamente destruído.

Na noite desta sexta-feira, a aviação e a Marinha israelenses bombardearam também o sul da capital e destruíram, entre outros edifícios, a residência e o escritório de Nasrallah, segundo a agência nacional de notícias.

A casa do xeque Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah, líder espiritual do Hizbollah, foi destruída, assim como o escritório de um chefe do grupo terrorista e partido político palestino] Hamas no Líbano, Mohamad Nazal.

A aviação israelense atacou também, em oito ocasiões, a cidade de Baalbeck, onde destruiu a casa de uma autoridade do Hizbollah, Mohamad Yazbek, e deixou ao menos dez feridos, segundo a rede "New TV".

Várias estradas perto da fronteira síria, no leste e norte, e de Sidon, também foram alvo dos ataques israelenses, assim como pontes, reservas de água, postos de gasolina e uma instalação para abastecimento de gás de cozinha.

Cerca de 10 mil pessoas abandonaram suas casas fugindo dos bombardeios. Em meio à fuga de um dos grupos, um míssil caiu sobre uma caminhonete em Maruayin causando a morte de 17 pessoas, incluindo dez crianças.

Os israelenses, com alto-falantes, pediram aos habitantes da região de Bint Jbeil (sul do Líbano) que não saiam de suas casas depois das 19h30 (13h30 de Brasília).

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