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17/07/2006
-
18h22
DANIELA LORETO
da Folha Online
Há nove dias no Líbano, o empresário Mahmud Abdo Rahal, 32, enfrenta dificuldades para deixar o país após o início dos bombardeios de Israel contra o sul libanês, na quarta-feira (12). Desesperado com a situação e com a falta de ajuda, ele diz que tentará deixar o Lìbano de carro, acompanhado por seu irmão.
Morador de Foz do Iguaçu (PR), Rahal chegou ao país no último dia 8 para passar férias com o irmão, Mohammed, no vale do Bekaa, onde a família mantém um apartamento. Os pais de Rahal, que são libaneses naturalizados brasileiros, também estão no país há cerca de dois meses.
"Estamos isolados aqui na região do vale. Eu já vi sete ou oito bombas caírem a cerca de 500 metros do prédio onde temos apartamento. O que o PCC está fazendo em São Paulo é fichinha perto do que estamos passando aqui", afirmou Rahal por telefone à Folha Online.
Ele relata que os principais acessos do país foram bloqueados pelos ataques de Israel. "O Líbano é um país pequeno, com cerca de 10 mil quilômetros quadrados de área. Minar as posições é muito fácil", diz o brasileiro.
Mahmud Abdo Rahal (Líbano)
Ouça relato de Mahmud Abdo Rahal
Língua portuguesa
De acordo com Rahal, há muitos turistas nessa época no Líbano --em sua maioria, franceses, canadenses e brasileiros. Segundo ele, a maior parte dos brasileiros estão no vale do Bekaa. "É uma área freqüentada por brasileiros, há cidades onde só se fala português", conta.
A princípio, segundo ele, os brasileiros no país acreditaram que a reação de Israel seria moderada. "Mas agora as pessoas estão com medo, porque eles não escolhem alvos", diz.
Rahal conta que o apartamento mantido pela família no vale do Bekaa fica perto do acesso da região a Beirute. "Nós vimos vários ataques de aviões israelenses", afirmou. "Nunca passamos por isso, assistir a uma situação dessas, que vemos pela TV, ao vivo, é muito assustador".
Saída
De acordo com Rahal, a família entrou em contato por telefone com a Embaixada brasileira em Beirute, que prometeu um comboio de ônibus escoltado pela ONU (Organização das Nações Unidas) até a fronteira com a Síria, de onde seguiria para a Turquia.
No entanto, a escolta não foi oferecida, fazendo com que muitos brasileiros desistissem do trajeto. "Há cerca de 20 mil brasileiros no Líbano. A embaixada não dá conta, é muita gente", diz.
O brasileiro diz que a geografia da região também dificulta a saída. "Entre o vale do Bekaa e Beirute, há montanhas de 3.000 ou 3.500 metros de altura. Ir a Beirute já seria perigoso", diz.
"Mas o mais seguro para quem está no vale é sair pela Síria. "Estamos a cerca de 40 km da fronteira", diz.
Ele reclama da falta de auxílio da embaixada brasileira e diz que os representantes deveriam conhecer melhor a situação e as necessidades de cada brasileiro no país. "Conheço bem o Líbano, já vim para cá oito vezes. Os casos deveriam ser analisados separadamente. Para cada região, as melhores alternativas de saída são diferentes", diz.
Síria
Diante da falta de ajuda, o brasileiro diz que pretende deixar o Líbano de carro em direção a Damasco, na Síria, na quinta-feira (20). "Vou tentar atravessar a fronteira com meu irmão".
Os pais de Rahal devem permanecer no Líbano até que a situação se acalme. Segundo o brasileiro, a família deixou o apartamento e está em outra casa em uma região supostamente mais segura do vale do Bekaa, onde ainda não houve bombardeios de Israel.
Rahal deve permanecer em Damasco até dia 28 de julho, de onde pretende embarcar em um vôo com escala na Tunísia, no norte da África, com destino ao Brasil. Segundo ele, a companhia aérea também não prestou ajuda. "Estamos aqui a Deus dará, totalmente abandonados".
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Desesperado, brasileiro tenta escapar do Líbano de carro
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Há nove dias no Líbano, o empresário Mahmud Abdo Rahal, 32, enfrenta dificuldades para deixar o país após o início dos bombardeios de Israel contra o sul libanês, na quarta-feira (12). Desesperado com a situação e com a falta de ajuda, ele diz que tentará deixar o Lìbano de carro, acompanhado por seu irmão.
Morador de Foz do Iguaçu (PR), Rahal chegou ao país no último dia 8 para passar férias com o irmão, Mohammed, no vale do Bekaa, onde a família mantém um apartamento. Os pais de Rahal, que são libaneses naturalizados brasileiros, também estão no país há cerca de dois meses.
"Estamos isolados aqui na região do vale. Eu já vi sete ou oito bombas caírem a cerca de 500 metros do prédio onde temos apartamento. O que o PCC está fazendo em São Paulo é fichinha perto do que estamos passando aqui", afirmou Rahal por telefone à Folha Online.
Ele relata que os principais acessos do país foram bloqueados pelos ataques de Israel. "O Líbano é um país pequeno, com cerca de 10 mil quilômetros quadrados de área. Minar as posições é muito fácil", diz o brasileiro.
Mahmud Abdo Rahal (Líbano)
Ouça relato de Mahmud Abdo Rahal
Língua portuguesa
De acordo com Rahal, há muitos turistas nessa época no Líbano --em sua maioria, franceses, canadenses e brasileiros. Segundo ele, a maior parte dos brasileiros estão no vale do Bekaa. "É uma área freqüentada por brasileiros, há cidades onde só se fala português", conta.
A princípio, segundo ele, os brasileiros no país acreditaram que a reação de Israel seria moderada. "Mas agora as pessoas estão com medo, porque eles não escolhem alvos", diz.
Rahal conta que o apartamento mantido pela família no vale do Bekaa fica perto do acesso da região a Beirute. "Nós vimos vários ataques de aviões israelenses", afirmou. "Nunca passamos por isso, assistir a uma situação dessas, que vemos pela TV, ao vivo, é muito assustador".
Saída
De acordo com Rahal, a família entrou em contato por telefone com a Embaixada brasileira em Beirute, que prometeu um comboio de ônibus escoltado pela ONU (Organização das Nações Unidas) até a fronteira com a Síria, de onde seguiria para a Turquia.
No entanto, a escolta não foi oferecida, fazendo com que muitos brasileiros desistissem do trajeto. "Há cerca de 20 mil brasileiros no Líbano. A embaixada não dá conta, é muita gente", diz.
O brasileiro diz que a geografia da região também dificulta a saída. "Entre o vale do Bekaa e Beirute, há montanhas de 3.000 ou 3.500 metros de altura. Ir a Beirute já seria perigoso", diz.
"Mas o mais seguro para quem está no vale é sair pela Síria. "Estamos a cerca de 40 km da fronteira", diz.
Ele reclama da falta de auxílio da embaixada brasileira e diz que os representantes deveriam conhecer melhor a situação e as necessidades de cada brasileiro no país. "Conheço bem o Líbano, já vim para cá oito vezes. Os casos deveriam ser analisados separadamente. Para cada região, as melhores alternativas de saída são diferentes", diz.
Síria
Diante da falta de ajuda, o brasileiro diz que pretende deixar o Líbano de carro em direção a Damasco, na Síria, na quinta-feira (20). "Vou tentar atravessar a fronteira com meu irmão".
Os pais de Rahal devem permanecer no Líbano até que a situação se acalme. Segundo o brasileiro, a família deixou o apartamento e está em outra casa em uma região supostamente mais segura do vale do Bekaa, onde ainda não houve bombardeios de Israel.
Rahal deve permanecer em Damasco até dia 28 de julho, de onde pretende embarcar em um vôo com escala na Tunísia, no norte da África, com destino ao Brasil. Segundo ele, a companhia aérea também não prestou ajuda. "Estamos aqui a Deus dará, totalmente abandonados".
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