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21/07/2006 - 15h09

Israel convoca milhares de reservistas e declara estar em guerra

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da Folha Online

O general Udi Adam, da divisão norte do Exército de Israel, disse nesta sexta-feira que seu país está em guerra e que não é hora de contar os mortos, embora as vidas humanas sejam importantes. Ele também disse acreditar que os confrontos no norte do país devem continuar por várias semanas. Milhares de reservistas serão convocados para reforçar as ações, segundo o site do jornal israelense "Haaretz".

"Nós precisamos mudar nosso pensamento. Vidas humanas são importantes, mas nós estamos em guerra, e isso custa vidas. Não vamos contar os mortos neste momento, apenas no final. Nós vamos chorar pelos mortos e encorajar os combatentes", afirmou.

AP
Crianças libanesas feridas em ataque aéreo de Israel são tratadas em hospital de Beirute
O anúncio de Israel, que pretende convocar milhares de reservistas para fortalecer seu corpo militar, comprova a afirmação do general Adam, que caracteriza o conflito contra o Hizbollah como uma guerra. Adam se recusou a informar quantos homens estão atuando nas ofensivas contra o sul do Líbano, disse apenas que não era uma missão de "peso".

O estopim da atual crise entre Israel e Líbano foi o seqüestro de dois soldados israelenses, além da morte de outros oito militares, em uma ação levada a cabo pelo Hizbollah, no último dia 12.

Desde então, o governo Israel tem realizado ininterruptos ataques por ar, terra e mar, principalmente contra o sul do Líbano, onde o Hizbollah se concentra.

A idéia de Israel é destruir a infra-estrutura da região para enfraquecer as ações do grupo e conseguir resgatar os dois soldados seqüestrados. Em resposta, o Hizbollah lança diariamente dezenas de foguetes Katyusha contra o território israelense. O saldo da agressão é de cerca de 380 mortos [35 israelense] e mais de mil feridos.

A força militar israelense também disse nesta sexta-feira que em dez dias de combates cem membros do Hizbollah foram mortos. "O Hizbollah não está revelando a real extensão de suas perdas", disse Dan Halutz, um dos oficiais de mais alta posição no Exército israelense.

Até momento, a informação não foi confirmada pelo Hizbollah.

Reforço

Os milhares de reservistas que Israel deve convocar ainda nesta sexta-feira vão atuar em duas frentes: contra o sul do Líbano e a faixa de Gaza, de acordo com informações do Exército Israelense. Para Gaza, serão enviados soldados presos em razão de delitos menos graves para reforçar as tropas. A informação já havia sido antecipada por outro site de jornal israelense, "Yediot Aharonot", na última quarta-feira.

Herzl Shapira/Reuters
Médicos socorrem israelense ferido por foguete na cidade de Haifa, no norte de Israel
Nesta sexta-feira, Israel fez dezenas de ataques ao sul do Líbano, e lançou alertas, por meio de panfletos jogados de aviões, para que a população desta região abandone suas casas e fuja para outras áreas --sinalizando que vem ataque pesado pela frente.

O Hizbollah também agiu. Cerca de 30 foguetes Katyuscha foram lançados contra cidades no norte de Israel. Em Haifa, terceira maior cidade do país, 16 israelenses se feriram, quatro deles com gravidade.

Em uma ação sem precedentes, o Hizbollah tem lançado mais de cem foguetes Katyusha por dia contra Israel, causando mortes e destruição. De acordo com especialistas, o grupo deve ter gasto muito tempo se preparando para um combate com Israel, desde a saída do país de território libanês, em 2000, após 22 anos de ocupação israelense.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, planeja ir para o Oriente Médio na próxima semana a fim de tentar um acordo que ponha a fim à violência.

Estradas

Na região central do Líbano, onde fica a estrada que liga Beirute a Damasco, aviões de Israel lançaram quatro mísseis contra uma ponte que liga os picos de duas montanhas. A ponte --que já foi atingida diversas vezes desde o início dos confrontos-- desabou parcialmente.

Os ataques atingiram três ônibus de passageiros que trafegavam na região do vale do Bekaa, a 15 quilômetros da fronteira com a Síria, na estrada que liga Beirute a Damasco. Os bombardeios também incendiaram ônibus na região de Taanayel, mas não deixaram vítimas, segundo a polícia.

Também nesta sexta-feira, uma coluna de fumaça preta foi vista saindo da cidade de Baalbek --considerada reduto do Hizbollah. Aviões de Israel lançaram mísseis contra áreas residenciais e contra um grande prédio na entrada da cidade, segundo testemunhas. Não houve relato imediato de vítimas.

Brasileiros

Os ataques de Israel ao Líbano já envolvem um número de vítimas civis brasileiras jamais visto em um conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, segundo informou nesta quinta-feira o embaixador que coordena o grupo de apoio a brasileiros no Líbano, Everton Vieira Vargas.

Até agora, o Itamaraty reconhece oficialmente a morte de sete brasileiros no conflito. Entretanto, não há confirmação oficial do balanço de feridos e nem sequer do número de brasileiros que vivem no Líbano.

Diante da gravidade da situação no Líbano e da demanda de brasileiros que tentam deixar o país, o governo brasileiro organizou comboios de ônibus de Damasco (Síria) e de Beirute (Líbano) nesta sexta-feira, sábado e domingo com destino a Adana, na Turquia, e também decidiu instalar um escritório de apoio aos brasileiros em Adana (Turquia), ao norte do Líbano.

Vôos da FAB (Força Aérea Brasileira) no domingo, segunda e terça-feira farão o transporte dos brasileiros que não possuem bilhetes de companhias comerciais de Adana para o Brasil.

Com agências internacionais

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