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26/07/2006
-
13h18
da Folha Online
Os observadores da ONU mortos ontem em ataque de Israel --que lançou mais de 14 bombas à região onde ficava o posto da organização, no sul do Líbano-- enviaram dez avisos sobre sua localização e pedidos de cuidado ao Exército israelense seis horas antes de serem atingidos por um míssil certeiro, segundo oficial das Nações Unidas citado pela CNN.
A informação dá força à frase dita ontem pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que classificou o ataque como "aparentemente deliberado". Israel nega. O prédio das Forças Internacionais das Nações Unidas [ou Unifil, sigla em inglês] ficou destruído. Três dos quatro corpos das vítimas foram retirados dos escombros na manhã desta quarta-feira.
A crise de violência entre Israel e Líbano teve início no último dia 12, após o grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestrar dois soldados israelenses. A violência já deixou 400 mortos no Líbano, a maioria civis, e cerca de 40 mortos em Israel. Entre os mortos no Líbano, há sete brasileiros [três crianças].
Militares
Os quatro observadores mortos ontem eram militares de nacionalidade chinesa, finlandesa, canadense e austríaca. Nesta quarta-feira, a China condenou o ataque. Annan pediu uma investigação urgente sobre as condições do ataque. O mesmo fizeram União Européia (UE) e os países diretamente ligados às vítimas.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, afirmou que o ataque seria "investigado seriamente" e defendeu o Exército, alegando que seus soldados sempre tomam medidas para evitar bombardeios contra observadores da ONU que atuam no Líbano.
O premiê de Israel, Ehud Olmert, telefonou a Annan para dizer que "lamentava profundamente as mortes e o erro ocorrido".
Fracasso
Ministros das Relações Exteriores de 15 países participantes da conferência internacional sobre o Líbano, realizada nesta quarta-feira em Roma, pediram a formação urgente de uma força internacional sob o mandato da ONU (Organização das Nações Unidas) para dar assistência à população libanesa. Apesar disso, eles não chegaram a nenhum acordo para exigir um cessar-fogo imediato.
Os pontos principais do documento final do encontro são a intenção de resolver a questão entre Israel e Líbano e o desejo de trabalhar por um cessar-fogo "durável e permanente", mas não há definições, nem prazos.
Nesta terça-feira, o Exército de Israel anunciou a criação de uma "zona de segurança" no sul do Líbano, que deverá ser monitorada pelos israelenses até que tropas internacionais assumam o controle. O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, disse que o território da "faixa de segurança" [no sul do Líbano e por toda a extensão da fronteira de Israel] será controlado indefinidamente.
"Cessar-fogo"
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, afirmou nesta quarta-feira que seu país irá exigir uma compensação de Israel pela "bárbara destruição" contra o povo libanês.
Em um discurso na conferência internacional em Roma sobre a crise no Líbano, Siniora pediu um cessar-fogo "amplo e imediato" após 15 dias de confrontos entre Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah, que tem base no sul do Líbano.
"Quanto mais adiaremos o cessar-fogo, testemunharemos mais mortes, mais destruição e mais agressão contra civis no Líbano", afirmou Siniora.
As exigências de Sianora incluem a retirada das forças israelenses do Líbano, para permitir que os libaneses retornem para suas casas, e um pedido de indenização a Israel.
"Israel não pode desrespeitar as leis internacionais por tempo indeterminado", afirmou.
Ameaça
Nesta quarta-feira, o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse que o combate contra Israel entrou em nova fase e que o grupo não aceitará condições "humilhantes" para chegar a um cessar-fogo.
Nasrallah também voltou a dizer que as incursões no sul do Líbano não conseguirão deter o lançamento de foguetes Katyusha contra o território de Israel, alegando que o conflito se dirige agora diretamente a Haifa [cidade israelense e principal alvo do Hizbollah]. "Esta é uma batalha pela soberania e independência do Líbano", disse.
Após Israel anunciar ontem a tomada da cidade de Bint Jbeil, classificada como a capital do Hizbollah, confrontos pesados deixaram cerca de 30 soldados israelenses feridos nesta quarta-feira.
Nesta quarta-feira, oito soldados morreram e 22 ficaram feridos em violentos confrontos no sul do Líbano, onde Israel tenta avançar em território libanês para tomar posições do Hizbollah.
Com agências internacionais
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A informação dá força à frase dita ontem pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que classificou o ataque como "aparentemente deliberado". Israel nega. O prédio das Forças Internacionais das Nações Unidas [ou Unifil, sigla em inglês] ficou destruído. Três dos quatro corpos das vítimas foram retirados dos escombros na manhã desta quarta-feira.
A crise de violência entre Israel e Líbano teve início no último dia 12, após o grupo terrorista libanês Hizbollah seqüestrar dois soldados israelenses. A violência já deixou 400 mortos no Líbano, a maioria civis, e cerca de 40 mortos em Israel. Entre os mortos no Líbano, há sete brasileiros [três crianças].
Militares
Os quatro observadores mortos ontem eram militares de nacionalidade chinesa, finlandesa, canadense e austríaca. Nesta quarta-feira, a China condenou o ataque. Annan pediu uma investigação urgente sobre as condições do ataque. O mesmo fizeram União Européia (UE) e os países diretamente ligados às vítimas.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, afirmou que o ataque seria "investigado seriamente" e defendeu o Exército, alegando que seus soldados sempre tomam medidas para evitar bombardeios contra observadores da ONU que atuam no Líbano.
O premiê de Israel, Ehud Olmert, telefonou a Annan para dizer que "lamentava profundamente as mortes e o erro ocorrido".
Fracasso
Ministros das Relações Exteriores de 15 países participantes da conferência internacional sobre o Líbano, realizada nesta quarta-feira em Roma, pediram a formação urgente de uma força internacional sob o mandato da ONU (Organização das Nações Unidas) para dar assistência à população libanesa. Apesar disso, eles não chegaram a nenhum acordo para exigir um cessar-fogo imediato.
Os pontos principais do documento final do encontro são a intenção de resolver a questão entre Israel e Líbano e o desejo de trabalhar por um cessar-fogo "durável e permanente", mas não há definições, nem prazos.
Nesta terça-feira, o Exército de Israel anunciou a criação de uma "zona de segurança" no sul do Líbano, que deverá ser monitorada pelos israelenses até que tropas internacionais assumam o controle. O ministro israelense da Defesa, Amir Peretz, disse que o território da "faixa de segurança" [no sul do Líbano e por toda a extensão da fronteira de Israel] será controlado indefinidamente.
"Cessar-fogo"
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, afirmou nesta quarta-feira que seu país irá exigir uma compensação de Israel pela "bárbara destruição" contra o povo libanês.
Em um discurso na conferência internacional em Roma sobre a crise no Líbano, Siniora pediu um cessar-fogo "amplo e imediato" após 15 dias de confrontos entre Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah, que tem base no sul do Líbano.
"Quanto mais adiaremos o cessar-fogo, testemunharemos mais mortes, mais destruição e mais agressão contra civis no Líbano", afirmou Siniora.
As exigências de Sianora incluem a retirada das forças israelenses do Líbano, para permitir que os libaneses retornem para suas casas, e um pedido de indenização a Israel.
"Israel não pode desrespeitar as leis internacionais por tempo indeterminado", afirmou.
Ameaça
Nesta quarta-feira, o líder do Hizbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse que o combate contra Israel entrou em nova fase e que o grupo não aceitará condições "humilhantes" para chegar a um cessar-fogo.
Nasrallah também voltou a dizer que as incursões no sul do Líbano não conseguirão deter o lançamento de foguetes Katyusha contra o território de Israel, alegando que o conflito se dirige agora diretamente a Haifa [cidade israelense e principal alvo do Hizbollah]. "Esta é uma batalha pela soberania e independência do Líbano", disse.
Após Israel anunciar ontem a tomada da cidade de Bint Jbeil, classificada como a capital do Hizbollah, confrontos pesados deixaram cerca de 30 soldados israelenses feridos nesta quarta-feira.
Nesta quarta-feira, oito soldados morreram e 22 ficaram feridos em violentos confrontos no sul do Líbano, onde Israel tenta avançar em território libanês para tomar posições do Hizbollah.
Com agências internacionais
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