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28/07/2006 - 13h19

Sob ataques de Israel e Hizbollah, ONU retira 50 homens do Líbano

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da Folha Online

Aviões e artilharia de Israel intensificaram seus ataques nesta sexta-feira contra alvos no Líbano, atingindo posições do grupo terrorista Hizbollah e destruindo casas no sul do país. Israel disse ter bombardeado 130 pontos, dos quais 57 seriam bases do Hizbollah.

Nesta sexta-feira, a ONU (Organização das nações Unidas) decidiu retirar 50 observadores de postos localizados ao logo da fronteira. Na última quarta-feira, ataques israelenses destruíram uma instalação da ONU, causando a morte de quatro observadores.

A ação de Israel desta sexta-feira deixou ao menos 12 mortos, segundo informações oficiais. Um dos bombardeios israelenses ocorridos hoje atingiu um comboio no qual viajavam pessoas que tentam fugir da violência instalada entre os dois países desde o último dia 12, depois que membros do Hizbollah seqüestraram dois soldados israelenses. Um jornalista e seu motorista, que estavam no comboio, sofreram ferimentos leves.

AP
Médicos carregam corpo de homem retirado de escombros em Kefar Jaouz, ao sul do Líbano
O Hizbollah lançou foguetes Katyusha contra cidades israelenses próxima à fronteira entre os dois países. Até o momento, não há registro de vítimas em Israel.

O grupo também anunciou possuir um novo foguete [Khaibar-1], que teria capacidade para atingir a cidade de Afula, que fica a cerca de 50 km da fronteira, no norte de Israel. Ao menos cinco foguetes do Hizbollah foram lançados contra cidades israelenses hoje.

Desde o início dos confrontos, a violência já deixou cerca de 440 mortos no Líbano [entre eles mais de 380 civis, 20 soldados libaneses e 35 terroristas] e mais de 52 mortos em Israel [19 civis]. Entre os mortos no Líbano, há sete cidadãos brasileiros [três deles crianças].

"Ultrajante"

Hoje, o Departamento de Estado dos Estados Unidos classificou como "ultrajante" uma sugestão de Israel de que o país foi autorizado pela comunidade internacional a continuar bombardeando o Líbano. Nesta quinta-feira, os EUA impediram que o Conselho de Segurança da ONU condenasse os ataques de Israel contra o posto das Nações Unidas no Líbano.

AP
Israelense observa estragos de foguete lançado contra hospital em Nahariya, norte de Israel
"Os Estados Unidos não estão medindo esforços para pôr um fim duradouro ao conflito", disse o porta-voz do departamento, Adam Ereli.

Segundo informações da imprensa israelense, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, deve desembarcar amanhã na região para discutir possíveis pactos de cessar-fogo. Após visita feita no início desta semana --que rendeu encontros com autoridades israelenses, libanesas e palestinas--, a secretária sugeriu uma cúpula internacional para buscar soluções. Fracassado [e abalado pelo ataque de Israel ao posto da ONU], o encontro terminou sem ações efetivas.

Fortemente pressionado, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, tem previsto encontro nesta sexta-feira, em Washington, com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Juntos, os dois líderes devem se concentrar na formulação de uma resolução urgente sobre a crise no Líbano para ser apresentada à ONU.

O presidente Jacques Chirac também declarou que a França vai pressionar a comunidade internacional a fim de conseguir um cessar-fogo o mais rápido possível.

Apoio

Nesta sexta-feira, pesquisa divulgada pelo jornal "Yediot Aharonot" mostra que a maioria dos israelenses apóia um endurecimento da ofensiva no Líbano e a mobilização de novas unidades de reservistas --ontem Israel anunciou a convocação de 30 mil.

Dos entrevistados, 71% disseram que o Exército deve atacar com mais força, contra 26% de opiniões contrárias.

Do lado da maioria judaica, o apoio é ainda maior: 82% respaldam a intensificação da ofensiva iniciada em 12 de julho. A mobilização de unidades adicionais de reservistas conta com o apoio de 65% dos israelenses (74% entre os judeus).

Além disso, 80% dos entrevistados (90% entre a população judaica) se declaram satisfeitos com o rendimento do Exército, apesar das baixas (33 mortos) e de alguns erros táticos.

Para 82% (92% entre os judeus) a ofensiva é justificável, contra 18% de opiniões contrárias (8% na população judaica).

A pesquisa, realizada pelo Instituto Dahaf com 513 pessoas da população adulta de Israel, tem margem de erro de 4,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram feitas antes da decisão do governo de convocar três divisões de reservistas.

Dano florestal

Desde o início do conflito, foguetes do Hizbollah que caíram em áreas abertas de Israel causaram incêndios que queimaram aproximadamente 2.100 hectares de floresta e reservas naturais, segundo um relatório elaborado pelo Fundo Nacional Judaico.

Mijale Weinberg, responsável pela zona da Alta Galiléia e das colinas do Golã, disse que 500 mil árvores foram queimadas por causa dos foguetes.

Segundo Weinberg, nas duas últimas semanas foram queimados 1.500 hectares de reservas naturais e outros 600 de floresta. Os incêndios estão afetando a região mais verde de Israel, que, segundo o analista, levará entre 15 e 30 anos para ser reflorestada.

Com agências internacionais

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