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02/08/2006
-
07h07
IANA COSSOY PARO
da Folha Online
Três cubanos que vivem no Brasil acompanham com surpresa e preocupação as notícias sobre os problemas de saúde de Fidel Castro, 79. Submetido a uma cirurgia de intestino nesta segunda-feira, o presidente de Cuba delegou provisoriamente o controle do governo a seu irmão Raúl Castro, 75.
A cubana Idália Morejón, 40, professora de literatura latino-americana da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que vive no Brasil como refugiada política há oito anos, afirma que teve um sentimento "ambíguo" quando recebeu a notícia. "Ao mesmo tempo em que esperamos que Fidel 'caia' de uma vez para recuperarmos liberdades, seria como se um pai de família morresse", disse.
Morejón deseja voltar a Cuba com seu filho Javier Prendes, 15. "Desde que cheguei aqui sinto que estou me preparando para voltar". afirma. A professora, porém, é cética com relação a mudanças com a possível saída definitiva de Fidel do poder. "Não é que se Fidel morrer, todas as estruturas vão desaparecer. Está tudo planejado, o governo está se preparando faz tempo".
Mas Morejón diz temer pela presença de Raúl no poder. Segundo ela, o irmão de Fidel é uma figura antipática que pode tomar "medidas extremas" em caso de revolta popular.
Surpresa e preocupação
O tradutor cubano Amaury Bu Wilson, 37, que chegou de Cuba há três semanas para viver em São Paulo, disse à Folha Online que se sentiu "surpreso e preocupado" quando soube da doença de Fidel, mas que imagina "que esta não seja a última crise". Sobre Raúl, ele tem outra opinião.
Wilson pensa que Raúl não tem a mesma força e a mesma empatia que Fidel entre os cubanos e, por isso, espera que "tudo corra de forma tranqüila e que Fidel volte ao comando". Ele disse desejar que outro governante esteja à frente dos Estados Unidos quando, por algum motivo, Fidel tenha de abandonar o poder definitivamente. A fotógrafa cubana Mailin Milanez, 35, faz coro.
"Não quero pensar no que vem depois. Por mais que eu queira que mude muita coisa, prefiro esperar pelo menos até que o presidente dos EUA, George W. Bush, esteja fora do poder".
Milanez, que vive em São Paulo há quase um ano, diz que achou "estranho" quando escutou a notícia. "É a primeira vez que dão uma notícia assim com antecedência. Normalmente o Fidel some uma semana e começam as especulações: estava com gripe, com pneumonia. Acho que avisaram antes porque ele vai ter que ficar afastado um tempão'."
Indignação
Apesar de expressar o desejo de que algumas coisas mudem em seu país, Milanez e Wilson manifestaram indignação ao ver os dissidentes cubanos que moram em Miami comemorar a internação de Fidel. "Não gosto de ver as pessoas comemorando", disse Wilson. "Sinto raiva", acrescentou Milanez.
Por e-mail, a estudante cubana Valéria Mancheva, que mora em Havana, afirmou à Folha Online, que o dia hoje foi normal, apesar da notícia sobre a saúde de Fidel. "O dia acaba de amanhecer como outro qualquer. A única informação que temos é a divulgada na carta de Fidel, em que ele comunica ter delegado o poder temporariamente a Raúl Castro e explica o porquê."
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da Folha Online
Três cubanos que vivem no Brasil acompanham com surpresa e preocupação as notícias sobre os problemas de saúde de Fidel Castro, 79. Submetido a uma cirurgia de intestino nesta segunda-feira, o presidente de Cuba delegou provisoriamente o controle do governo a seu irmão Raúl Castro, 75.
A cubana Idália Morejón, 40, professora de literatura latino-americana da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), que vive no Brasil como refugiada política há oito anos, afirma que teve um sentimento "ambíguo" quando recebeu a notícia. "Ao mesmo tempo em que esperamos que Fidel 'caia' de uma vez para recuperarmos liberdades, seria como se um pai de família morresse", disse.
Morejón deseja voltar a Cuba com seu filho Javier Prendes, 15. "Desde que cheguei aqui sinto que estou me preparando para voltar". afirma. A professora, porém, é cética com relação a mudanças com a possível saída definitiva de Fidel do poder. "Não é que se Fidel morrer, todas as estruturas vão desaparecer. Está tudo planejado, o governo está se preparando faz tempo".
Mas Morejón diz temer pela presença de Raúl no poder. Segundo ela, o irmão de Fidel é uma figura antipática que pode tomar "medidas extremas" em caso de revolta popular.
Surpresa e preocupação
O tradutor cubano Amaury Bu Wilson, 37, que chegou de Cuba há três semanas para viver em São Paulo, disse à Folha Online que se sentiu "surpreso e preocupado" quando soube da doença de Fidel, mas que imagina "que esta não seja a última crise". Sobre Raúl, ele tem outra opinião.
Wilson pensa que Raúl não tem a mesma força e a mesma empatia que Fidel entre os cubanos e, por isso, espera que "tudo corra de forma tranqüila e que Fidel volte ao comando". Ele disse desejar que outro governante esteja à frente dos Estados Unidos quando, por algum motivo, Fidel tenha de abandonar o poder definitivamente. A fotógrafa cubana Mailin Milanez, 35, faz coro.
"Não quero pensar no que vem depois. Por mais que eu queira que mude muita coisa, prefiro esperar pelo menos até que o presidente dos EUA, George W. Bush, esteja fora do poder".
Milanez, que vive em São Paulo há quase um ano, diz que achou "estranho" quando escutou a notícia. "É a primeira vez que dão uma notícia assim com antecedência. Normalmente o Fidel some uma semana e começam as especulações: estava com gripe, com pneumonia. Acho que avisaram antes porque ele vai ter que ficar afastado um tempão'."
Indignação
Apesar de expressar o desejo de que algumas coisas mudem em seu país, Milanez e Wilson manifestaram indignação ao ver os dissidentes cubanos que moram em Miami comemorar a internação de Fidel. "Não gosto de ver as pessoas comemorando", disse Wilson. "Sinto raiva", acrescentou Milanez.
Por e-mail, a estudante cubana Valéria Mancheva, que mora em Havana, afirmou à Folha Online, que o dia hoje foi normal, apesar da notícia sobre a saúde de Fidel. "O dia acaba de amanhecer como outro qualquer. A única informação que temos é a divulgada na carta de Fidel, em que ele comunica ter delegado o poder temporariamente a Raúl Castro e explica o porquê."
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