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12/08/2006 - 10h32

Líbano anuncia que aceita resolução da ONU; Israel triplica força

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da Folha Online

Após algumas horas da aprovação na ONU (Organização das Nações Unidas) de uma resolução pedindo um cessar-fogo no conflito entre o Exército israelense e o grupo terrorista libanês Hizbollah, o primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, afirmou neste sábado que a proposta satisfaz os interesses de seu país.

Apesar da aprovação da resolução, os combates continuam. Israel leva a cabo uma ampliação de sua ofensiva no sul do Líbano --segundo o chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, Israel triplicou o número de seus militares em ação-- e o Hizbollah segue lançando foguetes contra o norte de Israel --20 deles já teriam sido lançados hoje. O conflito, iniciado no dia 12 de julho, já dura um mês.

Pelo menos 19 libaneses morreram e 30 soldados israelenses ficaram feridos nos combates deste sábado.

Siniora afirmou que seu gabinete aprovará o plano ainda hoje. "Esta resolução prova que o mundo inteiro ficou ao lado do Líbano", disse.

O Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou por unanimidade nesta sexta-feira uma resolução que pede o fim dos confrontos entre Israel e o Hizbollah e a retirada das tropas israelenses do Líbano.

A escalada de violência entre o Exército de Israel e o Hizbollah começou quando o grupo terrorista seqüestrou dois soldados israelenses, em ação que deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos. Desde então, forças israelenses atacam o Líbano por terra, ar e mar, deixando inúmeras cidades libanesas destruídas, sem luz, água e telefone. Em resposta, o Hizbollah lança foguetes: mais de 3.000 já atingiram o norte de Israel.

Ao menos 1.061 pessoas morreram no Líbano, a maioria civis --sendo 30% deles crianças com menos de 12 anos. No lado israelense, as baixas somam 124-- entre soldados e civis, incluindo mulheres e crianças.

A ONU não fixou a data para a entrada em vigor da resolução. Antes, o texto deve ser aprovado pelos governos dos dois países.

ONU

A resolução aprovada ontem autoriza o envio de 15 mil soldados de uma força de paz das Nações Unidas. Esta aprovação pelo CS é a primeira ação significativa adotada pelo organismo para tentar pôr fim à guerra no Oriente Médio.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo compartilhavam da sua frustração pelo fato de o CS ter demorado tanto tempo para agir. A inércia do órgão máximo da ONU "abalou extremamente a confiança do mundo sobre sua autoridade e integridade", criticou Annan.

A resolução, adotada por 15 a 0, exige a "completa suspensão das hostilidades", determinando que o Hizbollah interrompa imediatamente todos os ataques e que Israel pare com "todas operações ofensivas".

Assim que os confrontos cheguem ao fim, Israel deve empreender uma retirada em etapas do Líbano, à medida que o Exército libanês e uma força de paz ampliada da ONU --com 15 mil soldados-- avancem na área sob o domínio do Hizbollah no sul do Líbano.

Ofensiva

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, aceitou os termos da resolução que prevê um cessar-fogo no Líbano, mas dará continuidade à ofensiva contra o grupo terrorista Hizbollah até que o gabinete israelense aprove a trégua, informaram nesta sexta-feira autoridades israelenses.

Olmert, o ministro da Defesa Amir Peretz e a ministra de Relações Exteriores Tzipi Livni concordaram com os pontos do projeto de resolução apresentado no Conselho de Segurança da ONU, de acordo com fontes do governo citadas, sob a condição de anonimato, por agências de notícias.

Gideon Meir, alta autoridade da chancelaria israelense, declarou que Olmert vai discutir com seu gabinete os termos do acordo em sua próxima reunião, neste domingo (13).

Unidades militares israelenses que invadiram ontem à noite o sul do Líbano para ampliar a campanha contra o Hizbollah já controlam terrenos próximos à margem do rio Litani, segundo fontes militares citadas neste sábado pela rádio pública.

Esse é o objetivo da missão determinada por Olmert e Peretz, que ontem mandaram as Forças Armadas estenderem a ofensiva contra o Hizbollah até o Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira.

O Hizbollah confirmou haver enfrentado o Exército israelense perto do rio. O grupo afirmou ter destruído pelo menos quatro tanques de Israel e negou ter perdido o controle da região.

Segundo as autoridades militares, o território entre o Litani e a fronteira é usado pelos milicianos para disparar seus mísseis e foguetes contra a população do norte de Israel.

A nova invasão reforçou o contingente de 6.500 soldados que já estavam no sul do Líbano, operando numa faixa territorial de seis a oito quilômetros ao longo da fronteira.

A ofensiva israelense começou pouco antes de o Conselho de Segurança da ONU aprovar a resolução para o cessar-fogo. As tropas pretendem desmontar a infra-estrutura de combate do Hizbollah, o que pode levar várias semanas.

Violência

A televisão Al Manar, órgão do Hizbollah, leu neste sábado comunicados da milícia, afirmando que quatro tanques do Exército israelense foram destruídos em três incidentes, todos em lugares próximos ao Litani.

Um correspondente da Al Manar negou que o Exército israelense esteja controlando a região. As tropas, afirmou, se limitam a penetrar áreas despovoadas, mas as aldeias continuam nas mãos do Hizbollah.

Um ataque da aviação israelense causou a morte de 15 civis, na aldeia de Rachaf, 20 quilômetros a leste de Tiro, no sul do Líbano, segundo informaram fontes policiais.

As fontes, citadas pela rede Al Jazira, do Qatar, disseram que houve vários ataques contra Rachaf. Ainda não se sabe qual era o alvo na aldeia.

A cidade de Sidon, a terceira do país e que recebeu mais de 100 mil refugiados vindos do sul do país, também foi atacada. A aviação israelense concentrou suas bombas na central elétrica que alimenta a cidade.

Os ataques, segundo os primeiros relatórios, não causaram mortes em Sidon. O alvo parecia ser exclusivamente cortar a energia elétrica.

Por outro lado, o Exército israelense afirmou que um de seus soldados foi morto e outros cinco ficaram feridos nos recentes combates com o Hizbollah, que deixaram ainda 10 mortos do grupo terrorista.

Com agências internacionais

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