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14/08/2006 - 13h05

Leia biografia de Fidel Castro

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da Folha Online

Fidel Castro nasceu no dia 13 de agosto de 1926, em Birán, atual Província de Holguín (leste de Cuba). Filho de Ángel Castro, imigrante espanhol e latifundiário, e Lina Ruz, que conheceu a Ángel trabalhando em sua fazenda.

Quando Fidel tinha quatro anos, seu pai o enviou à Província de Santiago de Cuba. Aos oito anos, foi batizado como Fidel Hipólito, e apenas aos 17 anos foi reconhecido pelo pai e registrado com seu nome definitivo: Fidel Alejandro Castro Ruz.

O pai de Fidel teve dois filhos com sua primeira mulher e cinco com a mãe de Fidel, entre eles Raúl Castro.

Educação

Fidel freqüentou escolas católicas nas Províncias de Santiago de Cuba e Havana, onde estudou também em uma escola jesuíta, o Colégio de Belen. Desde pequeno chamava a atenção por sua grande capacidade de memorizar dados. Há informações de que podia memorizar livros inteiros.

Em 1945 entrou na Universidade de Havana, onde se graduou em Direito em 1945 e atuou como líder estudantil. Sempre gostou de esportes, principalmente beisebol, o esporte nacional cubano.

Família

Fidel se casou com Mirta Diaz-Balart em 1948 e divorciou-se em 1954. Seu filho, Fidel Castro Diaz-Balart (Fidelito), que nasceu em 1949, trabalhou como chefe da comissão de energia atômica cubana. É físico nuclear e assessor científico do governo cubano.

AP
Imprensa publica primeiras fotos após cirurgia de Fidel Castro
Na década de 50 nasceu Alina Fernandez. Fruto de um caso extraconjugal que Fidel teve na década de 50 com Natalia Revuelta, Alina nasceu em 1956 e só aos 10 anos soube ser sua filha. Vive como exilada nos EUA desde 1993.

Juanita Castro Ruiz, 73, irmã de Fidel, também é exilada política e vive em Miami, onde tem uma farmácia.

Simpatia

Um dos motivos pelos quais Fidel se mantém durante tanto tempo no poder é sua figura profundamente carismática.

Desde o início da revolução se preocupou em estar sempre presente em atividades populares, desde seus longos discursos em tribunas abertas até a participação em debates sobre temas variados na televisão.

Fidel costuma freqüentar também eventos esportivos e culturais, sempre protegido por um forte esquema de segurança.

Política

Membro do Partido Ortodoxo (social-democrata) nos anos 1940 e no começo dos anos 1950, Fidel foi um grande opositor do então ditador Fulgêncio Batista (1933-59).

No dia 26 de julho de 1953 Fidel liderou um ataque ao quartel Moncada. O ataque fracassou, mas deu a Fidel reputação nacional. Na época, suas idéias políticas eram nacionalistas, antiimperialistas e reformista. Ainda não era membro do Partido Comunista.

Após o ataque a Moncada, Fidel foi julgado e condenado a 15 anos de prisão. Na ocasião proferiu seu famoso discurso conhecido como 'A história me absolverá'. Em 1955 saiu da prisão devido a uma anistia. Partiu para um exílio no México, onde fundou o movimento 26 de Julho, prometendo voltar a Cuba e combater Batista.

Em dezembro de 1956, Fidel e outros 81 rebeldes, incluindo o médico argentino Ernesto Che Guevara, entraram em Cuba e se estabeleceram na Serra Maestra, de onde lançaram uma guerrilha de sucesso.

Fidel demonstrou ser um líder forte e carismático. Após o colapso do Exército de Batista, que fugiu de Cuba no dia 1º de janeiro de 1959, Fidel assumiu o poder na ilha. Foi primeiro-ministro de 1959 a 1976 e presidente do governo e primeiro secretário do Partido Comunista desde 1976.

Relações Internacionais

Em 1961, Fidel declara Cuba Estado socialista. No mesmo ano, os Estados Unidos cortaram relações diplomáticas com Cuba e iniciaram um embargo econômico ao país, que dura até hoje. Em abril daquele ano, milhares de exilados auxiliados pelos EUA tentaram derrubar o regime cubano; sua investida à baía dos Porcos, porém, foi derrotada pelas forças castristas.

Em 1962 ocorreu aquela que ficou conhecida como a crise dos mísseis cubanos. Em outubro daquele ano, a União Soviética transferiu mísseis nucleares para Cuba, ao que se seguiu um cerco americano à ilha de Fidel.

Desde a chegada de Fidel ao poder, Washington manteve a pressão sobre o regime comunista com um embargo econômico de 44 anos, fortalecido em 1996 pela lei Helms-Burton.

Além disso, os Estados Unidos contam há um ano com uma pessoa encarregada especialmente de coordenar a transição em Cuba, Caleb McCarry.

Nos últimos anos, Washington acirrou sua política anticastrista. Fortaleceu o embargo à ilha em 2004 e aumentou, em julho deste ano, os fundos destinados a acelerar a transição política após a queda de Fidel Castro, que chegam agora a US$ 80 milhões para os anos fiscais 2007 e 2008. A iniciativa partiu da Comissão de Assistência para uma Cuba Livre.

Por iniciativa dessa comissão, o presidente americano, George W. Bush, nomeou McCarry como responsável pela coordenação do processo de transição em Cuba.

Desde o triunfo da revolução Cuba manteve relações estreitas com o bloco socialista, principalmente com a então URSS. Durante a guerra Fria e até os dias de hoje a ilha mantém uma relação conflitiva com os Estados Unidos.

Um exemplo dessa relação foi a reação de Fidel à posição tomada pela URSS em 1964. No fim do seu mandato como presidente da União Soviética, Nikita Krushev (1956-1964), cedeu às exigências do presidente americano John F. Kennedy (1961-63) evitando o início iminente de uma guerra nuclear. Fidel considerou a decisão do russo uma traição.

Mais tarde, quando Mikhail Gorbachov (1985-91) assumiu o poder na URSS e instaurou a "perestroika" (reestruturação econômica), e a "glasnost" (abertura política), Cuba e Fidel enfrentaram um período difícil,pois o apoio financeiro à ilha foi suspenso.

Até a queda da União Soviética, Cuba recebeu muita ajuda econômica e militar do país. Após o fim da URSS, nos anos 90, Cuba iniciou um período de dificuldades econômicas, do qual vem se recuperando lentamente.

Críticas

Fidel chegou ao poder recebendo o apoio da maioria cos cidadãos cubanos, prometendo reinstaurar a Constituição de 1940, criar uma administração honesta, restabelecer liberdades civis e políticas e realizar reformas moderadas.

Seu governo, porém, recebeu ao longo dos anos duras acusações de autoritarismo, radicalismo e violação aos direitos humanos, além de perseguição a religiosos e homossexuais.

Uma vez estabelecido como líder cubano, Fidel nacionalizou comércio e indústria; realizou reforma agrária; negócios norte-americanos e grandes propriedades rurais foram expropriados.

Milhares de cubanos deixaram o país, de maneira legal ou ilegal, por não estarem de acordo com o governo. Muitos escaparam pelo mar, arriscando suas vidas, e são conhecidos como "balseiros". Um acordo entre EUA e Cuba dá cidadania norte-americana aos cubanos que chegam ao solo dos EUA.

Existe uma massa de dissidentes cubanos e seus descendentes vivendo fora de Cuba, principalmente nos estados Unidos e na Espanha. Muitos deles estão organizados em movimentos anti-Fidel e defendem a queda de seu regime e reformas democráticas no país.

O governo Fidel é amplamente criticado pela comunidade internacional, que o acusa de violações aos direitos humanos em seu tratamento a presos políticos e dissidentes do regime. Muitas pessoas que atuaram contra o governo foram condenadas à morte.

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