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24/08/2006 - 16h07

França oferece mais 1.600 soldados para força da ONU no Líbano

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da Folha Online

A França anunciou nesta quinta-feira que está pronta para mandar mais 1.600 soldados para reforçar as tropas da ONU no Líbano, elevando o contingente total francês no país para 2.000 militares e facilitando o envio de tropas de outras nações.

Inicialmente, Paris havia oferecido apenas dobrar sua força no território libanês para 400 homens, desapontando muitos diplomatas das Nações Unidas que esperavam que a França enviasse a maior parte das tropas da missão.

O presidente francês, Jacques Chirac, disse hoje que seu país decidiu enviar mais tropas para a Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) depois de receber garantias da ONU de que os soldados poderão se defender plenamente se forem alvo de ataques e terão o direito de usar a força para proteger civis.

"Dois mil soldados franceses serão portanto dispostos no Líbano sob o controle das Nações Unidas. A França está pronta, se as Nações Unidas quiserem, a continuar a liderar esta força", declarou Chirac em um pronunciamento na televisão.

A Itália, que havia prometido enviar entre 2.000 e 3.000 militares, disse mais cedo que havia obtido a anuência da ONU para comandar a Unifil reforçada e que estava confiante de que a Europa, e especialmente a França, pudesse definir seu até então limitado compromisso militar.

De acordo com o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, o presidente dos EUA, George W. Bush, durante conversa telefônica, se manifestou "positivamente" sobre a oferta da Itália para liderar a força. Prodi disse também que Bush estava discutindo com seus aliados para oferecer mais tropas.

"Eu espero que, relutante ou não, favorável ou não, haja uma ampla contribuição européia", disse Prodi durante entrevista para a rádio estatal Rai.

Cessar-fogo

Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Erkki Tuomioja, que ocupa a presidência rotativa da União Européia (UE), disse que novas tropas da força de manutenção de paz da ONU no Líbano devem chegar em uma semana ao país.

Matt Dunham/AP
Homem come sanduíche no litoral de Beirute (Líbano); cessar-fogo já dura dez dias
Após dez dias do início do cessar-fogo, ainda não há uma definição sobre o início dos trabalhos da força internacional ampliada.

O porta-voz da ONU Stéphane Dujarric confirmou hoje que a França seguirá no comando da Unifil. "O general francês Alain Pellegrini continuará dirigindo a Unifil, com o apoio do secretário-geral Kofi Annan", afirmou o porta-voz.

Segundo Dujarric, a ONU ainda discute os aspectos militares e políticos da força com os países que podem ceder tropas. Espera-se ainda os resultados da reunião ministerial da União Européia (UE), que será realizada nesta sexta-feira, em Bruxelas.

"Queremos uma força com países europeus e não europeus, que tenha legitimidade política e militar", disse Dujarric.

O porta-voz acrescentou que o Departamento de Operações de Manutenção da Paz e o próprio secretário-geral estão confiantes de que poderão recrutar estes efetivos "o mais rápido possível".

A resolução 1.701, adotada em 11 de agosto pelo Conselho de Segurança, previa o cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah, assim como o aporte de 15 mil novos soldados à Unifil.

O objetivo da missão pacificadora, que conta atualmente com um efetivo de 2.000 homens, será supervisionar o cessar-fogo, assim como auxiliar o posicionamento do Exército libanês no sul do país, além de coordenar a retirada das tropas israelenses da região.

Os países europeus alegam que precisam de "mais detalhes sobre as operações e as regras de combate" para confirmar o número de tropas que serão cedidas à Unifil.

Dujarric, no entanto, afirma que estes detalhes já foram discutidos com os possíveis contribuintes de tropas, e que nenhum deles apresentou objeções.

"Todos eles se mostraram de acordo. O que estamos discutindo é o calendário de posicionamento e outras questões relacionadas com a capacidade dos efetivos", afirmou.

A ONU deve enviar um contingente de missão avançada nos próximos dez dias, composto por 3.500 soldados, para garantir a manutenção do cessar-fogo, que entrou em vigor em 14 de agosto.

Outros países, como Finlândia, Bélgica, Polônia, Espanha, Noruega e Portugal, ainda não expressaram oficialmente seu compromisso, mas espera-se que o façam amanhã, em Bruxelas.

Agradecimento

A ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, se reuniu hoje em Grosseto (região central da Itália) com o primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, a quem agradeceu a participação de seu país na Unifil.

Em declarações após o encontro, Livni ressaltou que a Itália é "um modelo" para os países europeus que analisarão amanhã, em Bruxelas, a aplicação da resolução 1.701 da ONU sobre o fim das hostilidades no Oriente Médio.

No entanto, a chanceler disse que sua visita à Itália não foi para pedir o envio de tropas ao Líbano, e ressaltou que "Israel pode se defender sozinho". "Achamos, entretanto, que a resolução 1.701 é importante."

Livni argumentou que seu país quer "apoiar a comunidade internacional para ajudar o Executivo libanês, porque no futuro [a situação] dependerá do fato de o governo libanês ter força para desmantelar as milícias, mobilizar suas forças no sul e garantir um embargo de armas".

A ministra também considerou que o futuro da região depende, em grande parte, "da determinação da comunidade internacional" no momento de aplicar a resolução da ONU, e reiterou que, para seu governo, é indispensável a "libertação incondicional" de seus dois soldados seqüestrados pelo Hizbollah.

Prodi destacou a necessidade de enviar o mais rápido possível os reforços para a Unifil, e permitir assim "que as forças israelenses saiam do sul do Líbano", e considerou que há perspectivas "positivas" diante da reunião de amanhã, na qual os 25 ministros de Exteriores da União Européia analisarão a questão.

Antes de se reunir com Prodi, a chefe da diplomacia israelense se reuniu com o titular de Relações Exteriores italiano, Massimo D'Alema, e pediu a aplicação "plena e veloz" da resolução, a mobilização "real" do Exército libanês no sul do país e garantias para evitar o rearmamento do Hizbollah.

Com agências internacionais

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