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01/09/2006
-
21h20
da France Presse, em La Paz
A aprovação preliminar de uma medida na Assembléia Constituinte que confronta governo e oposição pode levar a uma nova crise política na Bolívia e reavivar os confrontos regionais, advertiram vários políticos nesta sexta-feira.
A oposição rejeita energicamente a medida, que concede à situação a possibilidade de modificar a Constituição por maioria absoluta, e não por dois terços dos votos, como ficou estabelecido na convocação da Assembléia Constituinte.
"A Assembléia Constituinte está ferida de morte", advertiu o ex-candidato à Presidência Samuel Doria Medina, ao final de uma caótica e violenta sessão de mais de 12 horas na Constituinte, que terminou na madrugada desta sexta-feira com a aprovação global da medida, após a saída dos constituintes da oposição.
Os representantes do Podemos, principal partido de oposição, liderado pelo ex-presidente Jorge Quiroga, ameaçaram abandonar Sucre, sede da Constituinte.
Se a medida for confirmada em votação artigo por artigo, na próxima segunda-feira, os constituintes ligados ao presidente Evo Morales, que ocupam mais de 50% das 255 cadeiras da Constituinte, poderão aprovar todas as medidas de interesse do governo socialista.
A oposição rejeita radicalmente a manobra para emplacar a "maioria absoluta" e insiste em manter os dois terços para a aprovação das novas regras constitucionais.
Diante da resistência da oposição, o presidente Morales denunciou que o partido "Podemos e alguns comitês cívicos estão em total conspiração contra a Assembléia Constituinte".
"Este complô não é apenas contra a Assembléia Constituinte, mas, fundamentalmente, contra a nacionalização [dos hidrocarbonetos, promulgada em maio passado]."
"Depois de superar este complô, vêm a agressão, a provocação na Assembléia Constituinte e algumas paralisações injustificadas que tentam abalar a Constituinte", disse Morales.
O constituinte Doria Medina advertiu que, "se o governo insistir neste caminho, nos levará a um desastre, ao enfrentamento que o país não quer".
Guillermo Richter, constituinte do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), do ex-presidente liberal Gonzalo Sánchez de Lozada, disse que a medida "gera um clima de incerteza e instabilidade institucional" no país.
O senador Walter Guiteras pediu aos comitês cívicos de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, opostos ao governo Morales, que definam medidas para "evitar esta decisão vergonhosa" ocorrida em Sucre.
Em meio à polêmica, Gerardo Alejandro, dirigente do sindicato de camponeses de Potosí, partidário de Morales, informou que levará 400 indígenas a Sucre para exercer um "controle social" sobre os 255 constituintes.
Na tumultuada sessão que aprovou a medida, o líder da bancada do Movimento ao Socialismo (de Evo Morales), Román Loayza, caiu e bateu com a cabeça, sofrendo traumatismo craniano.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Assembléia Constituinte na Bolívia
Constituinte provoca tensão no cenário político da Bolívia
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A aprovação preliminar de uma medida na Assembléia Constituinte que confronta governo e oposição pode levar a uma nova crise política na Bolívia e reavivar os confrontos regionais, advertiram vários políticos nesta sexta-feira.
A oposição rejeita energicamente a medida, que concede à situação a possibilidade de modificar a Constituição por maioria absoluta, e não por dois terços dos votos, como ficou estabelecido na convocação da Assembléia Constituinte.
"A Assembléia Constituinte está ferida de morte", advertiu o ex-candidato à Presidência Samuel Doria Medina, ao final de uma caótica e violenta sessão de mais de 12 horas na Constituinte, que terminou na madrugada desta sexta-feira com a aprovação global da medida, após a saída dos constituintes da oposição.
Os representantes do Podemos, principal partido de oposição, liderado pelo ex-presidente Jorge Quiroga, ameaçaram abandonar Sucre, sede da Constituinte.
Se a medida for confirmada em votação artigo por artigo, na próxima segunda-feira, os constituintes ligados ao presidente Evo Morales, que ocupam mais de 50% das 255 cadeiras da Constituinte, poderão aprovar todas as medidas de interesse do governo socialista.
A oposição rejeita radicalmente a manobra para emplacar a "maioria absoluta" e insiste em manter os dois terços para a aprovação das novas regras constitucionais.
Diante da resistência da oposição, o presidente Morales denunciou que o partido "Podemos e alguns comitês cívicos estão em total conspiração contra a Assembléia Constituinte".
"Este complô não é apenas contra a Assembléia Constituinte, mas, fundamentalmente, contra a nacionalização [dos hidrocarbonetos, promulgada em maio passado]."
"Depois de superar este complô, vêm a agressão, a provocação na Assembléia Constituinte e algumas paralisações injustificadas que tentam abalar a Constituinte", disse Morales.
O constituinte Doria Medina advertiu que, "se o governo insistir neste caminho, nos levará a um desastre, ao enfrentamento que o país não quer".
Guillermo Richter, constituinte do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), do ex-presidente liberal Gonzalo Sánchez de Lozada, disse que a medida "gera um clima de incerteza e instabilidade institucional" no país.
O senador Walter Guiteras pediu aos comitês cívicos de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, opostos ao governo Morales, que definam medidas para "evitar esta decisão vergonhosa" ocorrida em Sucre.
Em meio à polêmica, Gerardo Alejandro, dirigente do sindicato de camponeses de Potosí, partidário de Morales, informou que levará 400 indígenas a Sucre para exercer um "controle social" sobre os 255 constituintes.
Na tumultuada sessão que aprovou a medida, o líder da bancada do Movimento ao Socialismo (de Evo Morales), Román Loayza, caiu e bateu com a cabeça, sofrendo traumatismo craniano.
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