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08/09/2006 - 13h03

Cinco anos depois de 11/9, EUA mantêm "guerra" contra o terror

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da France Presse, em Washington

Cinco anos após os ataques de 11 de Setembro, os Estados Unidos ainda se encontram envolvidos com o conflito no Iraque e comprometidos na chamada "guerra contra o terrorismo".

Em 11 de setembro de 2001, 19 terroristas causaram a morte de cerca de 3.000 pessoas. Naquele dia, enquanto a poeira dos escombros das Torres Gêmeas do World Trade Center cobria Nova York, o Pentágono pegava fogo e um quarto avião era derrubado na Pensilvânia.

Dias depois, em pé sobre os escombros do WTC, o presidente americano se apresentou como um chefe de guerra, disposto a liderar o debate político interno e as ações americanas no exterior com sua "guerra antiterrorista".

Cinco anos depois, os primeiros êxitos previstos parecem distantes, como a desejada vitória sobre o regime dos talebans em novembro de 2001 no Afeganistão, onde a violência se intensificou nos últimos meses.

Bush também não cumpriu com sua promessa de "capturar vivo ou morto" o terrorista Osama bin Laden, suposto mentor dos atentados do 11/9, que conseguiu escapar dos soldados americanos apesar dos intensos bombardeios dos EUA nas montanhas do Afeganistão.

Iraque

Apesar de não ter capturado o líder da Al Qaeda, Bush conseguiu a reeleição em novembro de 2004, mesmo com as tropas de seu país sofrendo mais baixas do que o inicialmente previsto na invasão ao Iraque, atacado em 2003 em nome da "luta antiterrorista", sem o aval da ONU.

Os militares americanos não encontraram, no entanto, as supostas armas de destruição em massa que Bush usou como pretexto para atacar o regime de Saddam Hussein.

Três anos mais tarde, a entrada triunfal dos soldados americanos em Bagdá, em abril de 2003, e a posterior declaração de Bush de que a guerra havia terminado são apenas uma recordação.

Hoje, regiões inteiras do Iraque estão submetidas a uma violência diária e a oposição à guerra não pára de crescer nos Estados Unidos, principalmente nas fileiras do Partido Democrata.

Desde 2003, mais de 2.600 soldados americanos morreram no Iraque, sem contar os 3.200 iraquianos mortos na capital nos últimos dois meses, segundo balanço das autoridades locais.

Métodos

Ao mesmo tempo, os tribunais americanos questionam a legalidade dos meios utilizados pelo governo para conduzir sua luta antiterrorista.

Nos Estados Unidos, a Suprema Corte invalidou os tribunais estabelecidos pelo presidente para julgar os presos de Guantánamo e o governo tem dificuldades para justificar seu programa de escutas telefônicas sem mandato legal e o uso de tortura nos interrogatórios.

Frente às críticas, os partidários do presidente recordam que nenhum atentado foi cometido em território americano desde 11 de Setembro, enquanto as bombas da Al Qaeda explodiram em Madri, Londres e Índia.

Faltando ainda mais de dois anos de mandato e a dois meses das eleições para o Congresso, Bush perdeu parte de sua popularidade nas pesquisas.

Seu secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, continua no cargo apesar das inúmeras críticas sobre sua gestão da guerra no Iraque e dos inúmeros pedidos para que renuncie.

A revelação dos vôos de prisioneiros secretos da CIA que aterrissaram em vários países europeus também deixou incomodados os muitos aliados que Washington havia conseguiu no mundo devido à solidariedade frente à tragédia sofrida pelo país.

Israel

Paralelamente, o apoio incondicional a Israel, inclusive nos momentos de maior tensão no Líbano, danificou as relações que os Estados Unidos tentavam estabelecer com o mundo árabe, onde várias pesquisas revelaram a crescente desconfiança que Washington gera na região.

"A diplomacia americana não conseguiu isolar os terroristas, e sim os Estados Unidos", afirmou James Dobbins, especialista do Centro de Investigações RAND Corporation.

Em diferentes discursos depois do 11 de setembro, Bush assegurou que lutava contra o "eixo do mal" constituído pelo Iraque, Irã e Coréia do Norte, e também alertou ao resto do mundo que "quem não está conosco, está contra nós".

O pânico que tomou o país há cinco anos, alimentado pelos alertas regulares do Ministério da Segurança Interna, já se reduziu, com exceção em cidades como Washington e Nova York, onde a população continua sensível ao medo.

No entando, depois dos frustrados atentados aéreos de Londres e com a proximidade das eleições de novembro, os controles de segurança foram multiplicados nos aeroportos.

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