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17/10/2007 - 02h30

A revolução dos idiotas

"Manifesto a minha discordância com o artigo de Reinaldo Azevedo ( Opinião, 15/10), chamando de 'revolução de idiotas' as considerações feitas por Ferréz nesta Folha a respeito do alardeado roubo do Rolex de Luciano Huck.
Analisar o crime como mera ação da perversidade humana é de uma simplicidade atroz. Como jornalista bem informado que é, o senhor Azevedo há de concordar que os fatores sociais são causa e explicação da degeneração das sociedades modernas. Admiti-lo é sinal de maturidade.
Por último, a referência à professora Marilena Chaui é desproposital e inócua. Chaui não carece de minha defesa, mas é preciso lembrar que se trata de uma das mais notáveis pensadoras brasileiras de reconhecimento internacional. Ligá-la às conclusões do artigo do senhor Azevedo me parece tão injusto quanto afirmar que o fechamento da revista 'Primeira Leitura', dirigida por Reinaldo Azevedo, se deu em virtude das denúncias (feitas na mesma época) de favorecimento publicitário por parte do governo do tucanato paulista. Todos nós sabemos que foi mera coincidência."

PAULO ROBERTO PEDROZO ROCHA (Osasco, SP)

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"Ao ler o jornal da última segunda-feira, vi duas notícias que mostram bem como o Estado de São Paulo tem sido governado. A manchete principal mostra que São Paulo tem o maior orçamento entre os Estados, mas é o oitavo no ranking dos que pagam melhor seus professores em início de carreira. Quando viro a página, vejo no artigo de Reinaldo Azevedo que entre 2001 e 2006 o número de presos no Estado de São Paulo cresceu 85,93%.
Esse é o Estado almejado pelos tucanos há tantos anos no governo, um Estado modelo feito de presídios, que combate o efeito, e não a causa. Afinal, para que investir em educação não é mesmo, para que pagar bem os professores? Vamos em frente, construindo mais e mais prisões em vez de escolas com qualidade de ensino."

DAVID SOLEDADE SOUZA JUNIOR (São Paulo, SP)

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"Reinaldo Azevedo, ao comentar o texto de Ferréz, reduz o comportamento deste ao típico comportamento mercantilista, onde ações são tomadas com intuito de proporcionar ganhos financeiros apenas. Passa-me a impressão de projeção de sua própria forma de agir.
A solução simplista para os problemas da violência não surpreende. Os números apresentados mostram uma redução do crime a partir do aumento da quantidade de presos. Daí a ser esta a melhor solução há uma grande diferença. Não se analisa a causa da criminalidade, são sugeridas ações repressoras apenas.
Com relação ao texto que gerou toda esta repercussão, é de sensibilizar a preocupação de Luciano Huck com o futuro de seus filhos (a partir do roubo de seu relógio), mas o que ponho em questão é a proporção que certas opiniões tomam e as soluções encontradas dependendo de quem é o afetado.
Em seu último parágrafo, Reinaldo Azevedo diz: 'A minha pluralidade não alcança tolerar idiotas que querem destruir o sistema de valores que garantem a minha existência'.
Definitivamente este articulista escreve para a revista certa."

ALEXANDRE MARUCA (São Paulo, SP)

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"À parte a discussão sobre se se deve concordar com Huck ou Ferréz, admira-me sobremaneira a concepção de democracia manifestada por Reinaldo Azevedo em seu artigo do dia 15. É-lhe lícito concordar ou discordar de quem queira até porque a todos é dado o direito de se equivocar, porém jamais pretender censurar pensamento diverso do seu; muito menos fazê-lo da maneira baixa e ofensiva como o fez.
Admira, ademais, a notável manipulação da estatística por ele apresentada desrespeitosa para com os leitores desta Folha, na medida em que se sabe que a queda na criminalidade dos anos recentes ocorreu em São Paulo assim como em outros Estados que não possuem nem de longe os mesmos índices de encarceramento, e deve-se a fatores diversos, como o crescimento econômico, o pequeno incremento nos índices de escolarização, o desarmamento civil, entre tantos outros.
Mesmo que tenha fontes imprecisas, parece difícil crer que um jornalista experiente seja ingênuo a ponto de achar que somente uma variável explicaria o fenômeno. Porém, acima de tudo, entristece a constatação de que alguém que se pretenda ilustrado possa classificar como 'idiota' senão como 'bandido' aquele que simplesmente diverge de sua (questionável) opinião."

ROGÉRIO F. TAFFARELLO (São Paulo, SP)

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"Francis Drake era um pirata. Saqueou vários povoados no Caribe e América do Sul. Como o correria, ele roubava ouro. Além de roubar, matava. Matou muito mais que o correria jamais será capaz de matar.
Francis Drake destruiu o sistema de valores que garantia a existência de milhões de espanhóis. No seu lugar, Francis Drake ajudou a erguer o sistema de valores atual.
Francis Drake não era idiota. Era um herói. Foi condecorado como cavaleiro e hoje é contado nos livros de história não como pirata, mas como herói.
Sistemas de valores são sempre relativos. Se Reinaldo Azevedo considera que o sistema de valores que ele conhece é o único imaginável, então o idiota é ele."

GUSTAVO MAZONI MITT (Belo Horizonte, MG)

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Aborto

"O Movimento Nacional em Defesa da Vida - Brasil sem Aborto vem a público repudiar a posição da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff por assumir, na condição de ministra de Estado, uma posição que afronta cláusula pétrea da Constituição Federal que garante a inviolabilidade do direito à vida.
Qualquer tentativa de legalização do aborto é um grave desrespeito à vontade do povo brasileiro, que já gravou na Carta Magna a garantia do direito à vida desde a concepção.
A opinião pública vem se manifestando constantemente contra a legalização da condenação à morte do nascituro, como na recente pesquisa do Datafolha em que 87% se posicionou contra o aborto.
O governo deve dar o exemplo e cumprir a Lei Maior, promovendo políticas públicas em defesa da maternidade, da paternidade responsável, da criança, do adolescente e da família, conforme os ditames constitucionais."

JAIME FERREIRA LOPES, coordenador nacional e MARÍLIA DE CASTRO, coordenadora nacional adjunta do Movimento Nacional em Defesa da Vida Brasil sem Aborto (Brasília, DF)

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Retirada

"A cidade de São Paulo, mais uma vez, observou calada a atitude desavergonhada da prefeitura e da Justiça na retirada das 82 famílias carentes do Itaim para a construção do Parque do Povo. As famílias ocupavam a área há 20 anos. O usucapião pode ser aplicado a partir de 5 anos de ocupação. Mas a Justiça atendeu ao pedido da prefeitura de desapropriação do terreno para construção de mais um parque na região rica e valorizada da cidade, a exemplo de outros muitos parques nos bairros nobres como o Ibirapuera, o Villa-Lobos, o da Aclimação etc., enquanto a periferia continua sendo um deserto árido de calçadas cimentadas e tijolos mal assentados aparentes, sem áreas de lazer ou recreação.
Não concordo também que 82 famílias continuassem a viver em condições precárias no local, mas outras soluções poderiam ter sido tomadas. A transformação da área em uma Zeis (Zona Especial de Interesse Social), com a construção de habitações para a população residente, seria muito mais justo. Mas esse parque que será construído é para um povo muito seleto.
Caminhamos para a construção do apartheid socioeconômico na cidade de São Paulo. E caminhamos com a cabeça abaixada."

TALITA JACOBELIS (São Paulo, SP)

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Bancos

"Reporto-me ao artigo publicado no caderno Dinheiro em 8/10, com o irônico título 'Cobra engolir boi', deixando transparecer que o Santander, ao adquirir o Banespa, prestou um grande serviço ao Brasil, tirando-lhe das mãos uma enorme batata quente.
Ironias à parte, quero lhes assegurar que, como ex-funcionário do Banespa, onde trabalhei por quase 30 anos e leitor assíduo desse periódico, não poderia discordar totalmente do artigo, alinhando meu pensamento ao do jornal, quando afirma que a privatização do Banespa levou anos e era como uma cobra engolindo um boi. Levou muito tempo mesmo, mas não porque se tornou uma disputa acirrada entre a concorrência, nem pelo fato da mídia ter decidido apoiar luta contra a privatização e, sim, porque os funcionários, percebendo a grandeza do patrimônio que São Paulo e o Brasil iriam perder, montaram trincheira e lutaram bravamente.
Concordo plenamente quando é afirmado que era como uma cobra engolindo um boi. As dificuldades foram enormes, principalmente porque se tratava de enorme e suculento 'boi' como era o Banespa. Não foi tarefa fácil. Se nos fosse dado entrar no túnel do tempo e voltarmos aos primórdios da raça humana e aterrizássemos no 'Jardim do Éden', onde era permitido as cobras falarem e perguntássemos a essa cobra que lá estaria refestelando-se do banquete se teria valido o enorme sacrifício, por certo a resposta seria afirmativa.
Mas por que não buscarmos a resposta no nosso século 21? Aqui encontraremos cobras tão astutas como lá. Por que não perguntar aos atuais donos do Banespa, hoje transformado em Santander, se eles se arrependeram da aquisição feita, apesar de todos os sacrifícios enumerados pela reportagem? Será que alguém da Redação teria dúvida de qual seria a resposta?"

EUFRÁSIO MANOEL DA CRUZ (São Paulo, SP)

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Futebol

"O Botafogo começou muito bem o Brasileirão e liderou a competição por várias rodadas. De repente veio a cair, e a esperança da torcida era de que, pelo menos, o time permanecesse na zona da Libertadores. Hoje, estamos lutando para não sair da faixa que irá disputar a Sul-Americana em 2008. Porém, o fantasma do rebaixamento está batendo em nossa porta e se tornando visível após cada rodada. O Botafogo está parecendo um carro sem freios descendo uma ladeira. Muitas coisas ruins aconteceram, desde as roubalheiras de arbitragens até a apatia que se abateu sobre nossos jogadores, todos demonstrando que nada querem com as vitórias. É preciso reagir rapidamente afim de que nós, botafoguenses, não fiquemos apenas no 'quase', que foi a tônica deste 2007, ano de sofrimento para a massa alvinegra."

FERNANDO AL-EGYPTO (Rio de Janeiro, RJ)

 

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