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04/04/2008 - 02h30

Dengue

"Referente ao editorial 'Médicos em falta' ( Opinião, 2/4), a tentativa do governo fluminense de trazer pediatras de outros Estados, aventando inclusive a possibilidade de importar médicos cubanos para solucionar a crise da dengue, bem expressa o estado caótico em que se encontra a administração da saúde.
Evidentemente não faltam bons médicos nem bons gestores de saúde no Rio de Janeiro. O que acontece é que eles não se encontram nos lugares em que deveriam estar, nem médicos e muitos menos os gestores. A má gestão política afasta os bons gestores da administração da saúde e impede que o Sistema Único de Saúde (SUS) absorva os profissionais necessários.
Existem 331 mil médicos em atividade no Brasil. Porém a ausência de um plano de carreira no SUS deixa grandes espaços abertos na assistência. Os profissionais se acumulam no setor privado, não porque seja esta sua primeira opção; é a única que lhes é oferecida. A questão da saúde é o pior problema do país, não há dúvida. As alternativas para solucioná-lo exigem a participação de todos. Observa-se que a gestão pública recusa-se a aceitar as sugestões que lhe são oferecidas. Estamos trabalhando em um plano de carreira, propondo a interiorização e nos dispondo a ajudar. Porém, o governo quer seguir a sua própria linha com prioridades inadequadas.
'Eu sou eu e minhas circunstâncias' (José Ortega y Gasset). Quais circunstâncias induzem um gestor de saúde agir com tal descompromisso?"

JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL, presidente da Associação Médica Brasileira (São Paulo, SP)

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Metrô

"Brilhante o artigo do geólogo e ex-diretor de Planejamento e Gestão do IPT Álvaro Rodrigues dos Santos ('Tendências/Debates', 30/3), que critica a tese de que a tragédia ocorrida na construção da linha 4 do metrô tenha sido um incidente da natureza. A versão do Consórcio Via Amarela, baseada num laudo encomendado de um técnico norueguês, é um atentado à inteligência dos brasileiros e um ultraje à engenharia nacional. Busca com isso eximir-se das responsabilidades da tragédia ocorrida no dia 12 de janeiro de 2007, quando desabaram as obras da futura estação Pinheiros, matando sete pessoas e causando um prejuízo ainda sem cálculo."

SIMÃO PEDRO, deputado estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) e vice-líder da Bancada na Assembléia Legislativa de São Paulo (São Paulo, SP)

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Terceiro mandato

"Eu e acredito que boa parte dos brasileiros somos contra um hipotético terceiro mandato para o presidente Lula. Mas o que isso tem a ver com democracia ou falta dela em nosso país, como afirmam alguns? Franklin D. Roosevelt foi eleito quatro vezes. Os republicanos, casuisticamente, emendaram a Constituição. Na França, e em vários outros países europeus, não há limite para o número de mandatos do presidente da República. O povo decide. E ninguém diz que nesses países não há democracia. Por que lá é democracia e aqui seria caudilhismo ou ditadura?"

RAFAELLA KASSEN (São Paulo, SP)

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Violência

"Considerado um dos países mais violentos do mundo, o Brasil apresenta índices cada vez mais alarmantes, como podemos observar nos noticiários logo pela manhã e no decorrer do dia. A sede de vingança, miséria, pobreza, desemprego e a má distribuição de renda são fatores que propiciam a violência em suas inúmeras formas.
O cenário de guerra apresentado como busca pela paz, imposto pelas autoridades, mostra-se cada vez mais incapaz, ou seria apenas mais uma forma de inibição a realidade que é exposta nua e crua.
A corrupção das autoridades nutriu a população com insegurança e falta de saber em quem confiar. Medidas precisam ser tomadas para suprir as necessidades sociais, que grita por um planejamento que não se utilize a força, indiscutivelmente mais viável do que a de agir com violência para combater a violência."

* LINDIAGANE MAYARA SILVEIRA* (Cascavel, PR)

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Embriões

"O respeito pela honestidade intelectual exige algumas correções nas argumentações do ex-ministro José Carlos Dias fz0104200808.htm e do ex-procurador geral da República Cláudio Fonteneles fz0104200809.htm ('Tendências e Debates', 1/4).
Contrariamente ao que afirma o ex-ministro, não é verdade que embriões congelados há mais de três anos sejam 'inviáveis para a reprodução'. É certo que quanto mais tempo um embrião permanecer congelado, menores as chances de sucesso numa eventual implantação; mas existem casos de crianças nascidas de embriões congelados há mais de três anos. Tampouco corresponde à verdade a afirmação do ex-procurador geral de que as pesquisas com células-tronco embrionárias 'têm caminhada de dez anos e nenhum resultado'. É correto dizer que tais células ainda são difíceis de controlar. Entretanto, já existem estudos mostrando resultados terapêuticos positivos com o uso de células-tronco embrionárias em animais. Em defesa do processo de debate democrático pelo qual estamos passando, é preciso denunciar a retórica dos argumentos pseudocientíficos."

ALUISIO SERODIO, relator do Comitê de Ética em Pesquisa da Unifesp (São Paulo, SP)

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"É enaltecedor saber que um professor de direito, profundo conhecedor das ciências da vida, dizer em sã consciência que insistir em pesquisas com células-tronco embrionárias por mais de dez anos e não se obter nenhum resultado e, mais ainda, comparar todo o conhecimento obtido do principal paradigma das ciências biológicas, é violar a vida humana? Gostaria de saber, então, por que um processo jurídico demora mais de dez anos e nem sempre o resultado é em favor da justiça? E mais interessante ainda é questionar por que a morosidade da Justiça brasileira pode se dar ao luxo de brincar com vidas humanas e cientistas sérios são considerados violadores dos direitos a vida, ao conhecimento, a intervenções que podem melhorar a qualidade de vida de doentes sem falar nos benefícios que a indústria farmacêutica irá ter, sem falar em todas as tecnologias que nascerão do fruto da pesquisa com células totipotentes.
O Brasil tem carência na igualdade social, sistemas que protejam o indivíduo das maleficências do Estado, de políticos corruptos e outras coisas que fazem meu estômago revirar.
É insensato que em pleno século 21 exista a intromissão do Estado em um assunto que irá beneficiar milhares de pessoas e, por outro lado, este mesmo Estado permite que pessoas morram de dengue por pura omissão e permite que seus pares do colarinho branco andem lindos, leves e soltos, que atentam contra a vida dos serem humanos, ao invés de incentivar o progresso da ciência e a melhoria da qualidade de vida. Esta na hora de revermos os conceitos do que é violar o direito a vida!"

PHILIP WOLFF, embriologista e diretor científico da Invitrogenese (São Paulo, SP)

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"José Carlos Dias, com acuidade, inteligência e total ausência de preconceitos, em seu artigo 'O Supremo e a vida', expressou o que a maioria do povo brasileiro espera de nossa mais alta Corte de Justiça: 'uma decisão sábia e urgente, decisão que deverá vir calcada na justiça e na compaixão'. Realmente, o voto do ministro relator Carlos Ayres Britto, que acompanhamos atentamente pela TV Justiça, 'é histórico, profundo e extremamente humano', merecendo, por isso, a nossa respeitosa homenagem."

TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP)

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Hospital

"É uma completa falta de respeito e descaso pela população o atendimento do governador Serra em um dos hospitais privados mais caros do país. Uma vergonha! A Folha deveria investigar quem pagou a conta. Será que São Paulo não tem nenhum hospital público que possa atender o governador? Se não tem, podemos concluir que esse mesmo governador é um incompetente, já que oferece à população saúde que ele não se arrisca a usar. E ainda quer ser presidente?
Por que o dr. Kalil, que é médico do Incor, não atendeu o governador lá onde o atendimento seria gratuito?"

PAULO BALDUINO (Brasília, DF)

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Trânsito

"Li a triste notícia sobre a decisão da prefeitura contra os caminhões. Esta proposta absurda da prefeitura quer restringir de 25 km2 para 100 km2 a zona de proibição para caminhões na cidade de São Paulo, além do rodízio.
Quanto ao rodízio, até concordo, pois restringe apenas um dia o veículo de circular. Quanto aumentar a zona para 100 km2, considero um verdadeiro absurdo, pois vai acabar com o comércio em São Paulo.
Como receber de fornecedores e entregar para clientes? Somente de sábado das 21h às 5h? E a Lei do Silêncio? E as horas-extras de funcionários? O que adianta esvaziar as ruas e acabar com o comércio, empregos, renda etc.?
O sr. Roberto Scaringela (presidente da CET) disse que durante os próximos 45 dias haverá debates para definir esta nova lei. E as empresas de mudança? Trabalharão de madrugada? E as regras condominiais? E os hospitais, como receberão materiais, de madrugada?
Eu, por exemplo, trabalho com materiais de construção. Se tiver que entregar para uma pessoa física vou bater na casa dela e acordar os vizinhos de madrugada?
Acho que precisa haver bom-senso e respeito por quem quer trabalhar. Não adianta proibir caminhões. Será igualzinho àquela época das peruas/vans. Vamos infestar São Paulo de kombis, peruas, caminhonetes etc.?
Aumente o rodízio, cobre pedágio, mas não nos proíba de trabalhar! Por favor, promovam debates e levem ao prefeito a opinião também de quem é comerciante e precisa trabalhar."

JOSÉ LUIZ MANCUSI (São Paulo, SP)

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Teatro

"Agradecemos a Antunes Filho a oportunidade de acompanhar esta sua recente encenação de Nelson Rodrigues, 'Senhora dos Afogados'. Notável, sobretudo, como em outras ocasiões, por lidar perfeitamente com a dimensão épica, através do coro trágico, o que nos faz apreciar um conjunto de atores e não apenas a dimensão de um protagonismo, aliás, merecedor de toda a atenção. Destaca-se, também, a bela edição do programa."

JERUSA PIRES FERREIRA e BORIS SCHNAIDERMAN (São Paulo, SP)

 

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