NOSSOS
COLUNISTAS

Amir Labaki
André Singer
Carlos Heitor Cony
Clóvis Rossi
Eleonora de Lucena
Elvira Lobato
Gilberto Dimenstein
Gustavo Ioschpe
Helio Schwartsman
Josias de Souza
Kennedy Alencar
Lúcio Ribeiro
Luiz Caversan
Magaly Prado
Marcelo Coelho
Marcelo Leite
Marcia Fukelmann
Marcio Aith
Nelson de Sá
Vaguinaldo Marinheiro

Carlos Heitor Cony
cony@uol.com.br
  12 de dezembro
  Vidraças e vírus
   
   
 

Num de seus filmes mais populares, Carlitos é vidraceiro e adota um menino de rua. Saem os dois para trabalhar, o garoto quebra o vidro de uma janela e foge, Carlitos aparece como por acaso, o dono da casa o chama, combinam o serviço, o dia está ganho. Na hora do almoço, tanto o vidraceiro como o seu ajudante têm o que comer.

Lembro essa cena porque estou começando a desconfiar da frequência com que os vírus eletrônicos estão fazendo estragos entre os usuários da Internet.

Por acaso ou não, justamente em época de Natal e fim-de-ano, quando todos se comunicam com mais intensidade, os vírus invadem nossas telinhas, bloqueando-as e obrigando-nos a chamar os técnicos e curiosos que sabem reinstalar programas cada vez mais complicados.

Um simples consumidor de e-mails não saberia produzir um vírus, e conscientemente infectar o equipamento de seus correspondentes virtuais. Os vírus têm uma hierarquia, uns são mais devastadores, outros mais difíceis de serem localizados e neutralizados.

Não sou entendido na matéria, se quisesse sacanear alguém, não saberia criar um vírus. É possível que tenha transmitido sem saber esses micróbios eletrônicos de difícil diagnóstico e tratamento especializado.

Acredito que eles são produzidos por gente que domina a linguagem e o tipo de correio sofisticado que é a Internet. E que muitos desses maníacos virtuais se oferecem para excluir o câncer eletrônico, a metástase que pode arrebentar defintivamente os nossos computadores.

Na Barra da Tijuca, uma dupla de entendidos fabrica um vírus e o espalha entre conhecidos. Esperam o telefonema pedindo ajuda. Cobram a visita e a instalação de novos programas.

Como nos livrar dessa indústria artesanal que cresce a cada dia? Evidente que não será botando a polícia no meio. Mas apelando para o desenvolvimento técnico que poderá criar vacinas e tratamentos contra a peste que nos ameaça.


Leia colunas anteriores
05/12/2000 - Sua Excelência, o Internauta
28/11/2000 -
O pinto e o urso
21/11/2000 - Peste medieval
14/11/2000 -
A moça que queria ser feliz
07/11/2000 - O nascimento de Vênus


| Subir |

Biografia
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A - Todos os direitos reservados.