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Carlos Heitor Cony
cony@uol.com.br
  19 de dezembro
  Saco cheio de Papai Noel
   
   
 

Tempos natalinos, queiramos ou não, provocam mão-de-obra suplementar em nosso cotidiano. Somos obrigados às confraternizações, aos votos de boas-festas, a dar e receber presentes, um saco. A grande mensagem da solidariedade humana fica reduzida a uma mesa de churrascaria cheia de chope quente e picanha com batatas fritas engorduradas.

Os apelos comerciais que antes enchiam a nossa paciência, os programas da TV, os jornais e revistas, os agressivos outdoors que poluem o já poluído cenário urbano, invadem agora a telinha de nossos notebooks, oferecendo-nos o que não precisamos em suaves prestações mensais.

Não sei não, mas acho que em alguns países a mecânica de dar e receber presentes, transferida para 6 de janeiro, Dia de Reis, é mais lógica e tradicional. Haveria algum sentido bíblico na troca dos presentes e lembranças. Limparíamos o Natal desta febre consumista a que estamos habituados. Para efeito do chamado grande público, a grande festa da cristandade paganizou-se com símbolos bonitos mas aleatórios.

Olhar nos anúncios a cara do Bom Velhinho, borrado de kodacolor, esbarrar em árvores de natal que têm lá a sua poesia mas que deveriam ficar acesas durante todo o ano e não em dezembro apenas, ouvir o "jingle- bells" e o "Noite feliz" em toda parte - nada disso facilita o mergulho que devemos fazer em nós mesmos, acreditemos ou não na mensagem que se iniciou naquela noite de Belém, em torno de uma manjedoura, com um burro e uma vaca nos lugar de todos nós.

Sempre impliquei com Papai Noel. Gosto de dar e receber presentes mas sempre achei que o Bom Velhinho é um disfarce mercadológico do Rei Momo, de quem também não gosto, mas considero mais necessário e autêntico.



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