Pensata

Gilberto Dimenstein

21/10/2007

Você é superdotado?

Foi concluído neste mês estudo mostrando que cerca de 18% de estudantes de duas escolas municipais em bairros pobres da cidade de São Paulo são superdotados. Mas o que são superdotados? Esqueça o que você sabe ou pensa que sabe sobre o assunto.

Há um esforço entre especialistas de desmistificar o superdotado, que se associa à figura do gênio, desses que tocam piano excepcionalmente bem aos cinco anos de idade ou resolvem precocemente equações matemáticas. O conceito mais apropriado é o de alta habilidade. São estudantes com habilidades acima da média em artes, matemática, ciências, liderança, esportes ou português. Valorizam-se, assim, as mais diferentes habilidades, porque, na verdade, existem diferentes tipos de inteligências.

Existem aqui vários problemas pela falta de conhecimento sobre altas habilidades. O mais óbvio deles é como as escolas, especialmente as públicas, não sabem identificar os superdotados. Nem muito menos como ajudá-los.

Como, muitas vezes, os altamente habilidosos não suportam a rotina escolar, eles são desprezados e punidos. E, não raro, tratados com antidepressivos. É comum superdotados serem hiperativos ou terem distúrbio de atenção.

Por causa da péssima educação pública, nosso maior desperdício é o de talentos em geral. Isso se torna ainda mais grave diante dessa multidão de indivíduos que nasceram como uma altíssima propensão ao talento. O que, se estatística estiver correta, estamos falando de cerca de 10 milhões de estudantes. Jogamos fora o que temos de melhor - e, não raro, alguns deles são recrutados pelo o que existe de pior.

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Para ajudar pais e professores, coloquei em meu site uma série de dados para aprender a desconfiar se estão diante de crianças e jovens superdotados.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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