Pensata

Gilberto Dimenstein

17/12/2007

O maior orgulho dos paulistanos

O maior orgulho dos paulistanos deveria ser a redução da taxa de assassinatos em 72% desde 1999. Neste mês, aliás, comemorou-se uma sexta-feira sem nenhum homicídio --fala-se até que, por questões de minutos, teria ocorrido um caso, embora contabilizado no sábado. É apenas um detalhe.

Ainda não podemos nos considerar civilizados, pois a violência continua alta. Mas seria uma asneira não ver nessa estatística uma luz num país que colocou a segurança como seu principal problema, acima do desemprego. O fato é que essa redução de assassinatos coloca a cidade no patamar de Nova York e Bogotá, dois exemplos mundialmente estudados de enfrentamento da violência.

Juntou-se maior eficiência policial com articulação comunitária, enfim, repressão com educação, poder público com sociedade civil. Lembrem que, na cidade, foi lançada a campanha pelo desarmamento, muitos bairros fizeram mutirões pela paz, empresários bancaram programas para estimular as denúncias de crimes, melhorou a ação assistencial na periferia, disseminou-se o ensino médio, a abertura de escolas nos fins de semana, projetos de redução da gravidez precoce e as mais variadas ações de responsabilidade social, muitas delas tocadas por anônimos voluntários ou empresas.

Pode-se discutir qual dos fatores pesou mais. Ninguém poderá negar que essa é uma vitória não de um partido nem de um governo, mas de toda a comunidade -uma das maiores conquistas em toda a história de uma cidade.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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