Pensata

Gilberto Dimenstein

04/06/2009

Parabéns, professores

O fracasso da greve decretada pelo sindicato dos professores em São Paulo não é o fracasso de uma categoria. Pelo contrário --foi um sinal de maturidade. O sindicato saiu perdendo, mas os professores ganharam.

Afinal, a greve foi lançada para protestar contra a criação de uma escola para formação de professores, destinada aos aprovados em concurso. Uma medida salutar para tentar sanar as deficiências dos candidatos. Outro motivo para a decretação da greve foram as provas aos professores temporários, muitos dos quais, como sabemos, tiraram notas baixíssimas no último exame.

Os leitores desta coluna sabem que acho que nenhuma profissão tem mais valor social do que o professor --está nele a âncora da cidadania. Eles sofrem com os salários ruins e péssimas condições de trabalho. São vítimas também das idas e vindas das decisões dos governantes. Mas uma forma de valorizar o bom professor é ajudar em sua formação e no mérito da seleção --e assim fazer com que toda a sociedade lute por ele, por achar que, com isso, está lutando pela educação das crianças e dos jovens.

Se eles tivessem embarcado nessa greve, a mensagem seria de apoio à mediocridade --no fundo, os professores que tiraram zero e querem continuar a dar aula. Não foi o caso.

É mais um sinal,entre tantos, de que aos poucos o Brasil vai aprendendo a valorizar a educação.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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