Pensata

Gilberto Dimenstein

01/07/2009

"Ingana" que eu gosto

O Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA), ligado ao governo federal, divulgou estudo mostrando que os pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos do que os ricos. A razão disso é simples: os impostos indiretos. Números: os 10% mais pobres comprometem 33% do que ganham com impostos; os 10% mais ricos, 23%.

O pobre se imagina livre da mordida porque não paga imposto de renda. Nesse caso, ricos e pobres são diariamente enganados porque não fazem a menor ideia de quanto pagam de imposto ao comprar cada produto. Basta uma simples medida educativa, simplíssima, para acabar com enganação --na hora da compra, sermos informados sobre quanto vai para manter os governos, onde, como sabemos, o desperdício é a regra.

Assim, todos os dias poderíamos sentir o peso do governo --e ficar ainda mais estimulados a cobrar melhor resultados.

Brinca-se que somos país "Ingana" --o imposto inglês com o serviço público de Gana. Medidas educativas para conscientizar sobre como pagamos nossos impostos ajudariam a ser menos enganados. E, quem sabe, ficarmos menos próximos de Gana e mais da Inglaterra.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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