Pensata

Gilberto Dimenstein

20/08/2009

Vale-Cultura para professor?

Durante sabatina promovida pela Folha, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, acenou com a possibilidade de que o Vale-Cultura seja estendido aos professores.Tradução: receberiam dinheiro para comprar livros ou ir a cinema, teatro, exposições, concertos etc. Essa é uma ideia que me agrada.

Volto a repetir que considero o Vale-Cultura um monumental desperdício. O dinheiro (estima-se R$ 7 bilhões) seria muito melhor aplicado se parte de um programa educativo que disseminasse cultura nas escolas --aí sim teríamos mais condições de formar plateias. O próprio ministro reconheceu, durante a sabatina, as maravilhas que podem acontecer quando se juntam educação e cultura, ao citar o caso das bibliotecas da Colômbia, que são enormes centros comunitários.

Estender o benefício aos professores não salva o Vale-Cultura, que ainda precisa ser aprovado no Congresso. Mas é melhor do que nada. Se existe uma categoria que merece esse recurso é o professor; afinal, um professor com bagagem cultural influencia milhares de alunos.

Aliás, coloquei no www.catracalivre.com.br o nome das escolas da capital e da região metropolitana de São Paulo escolhidas pelo MEC para ganhar, cada uma, R$ 70 mil para programas de cultura e esportes.

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Resta saber, claro, de onde vem o dinheiro. Afinal, correm rumores de que, por falta de dinheiro, o governo gostaria de ressuscitar o CPMF. Eles gastam e nós pagamos.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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