Pensata

Gilberto Dimenstein

22/09/2009

Carro faz mal ao coração

Estudos da Universidade de São Paulo mostram, com precisão, a relação entre a poluição do trânsito e doenças do coração. Acaba de sair mais uma pesquisa, dessa vez na Suécia, indicando, a partir da observação de 24 mil pessoas, que o coração também é afetado pelo barulho das ruas --um estudo similar já tinha sido lançado em Londres.

O Dia Mundial sem Carro, no Brasil, pode parecer um fracasso se levarmos em conta o congestionamento. Mas nem é bem assim. Está crescendo a percepção de que o carro é uma ameaça à saúde pública e à qualidade de vida nas cidades. Pesquisa do Ibope, que acaba de ser lançada, mostra que a maioria dos paulistanos já defende a ampliação do rodízio --aumenta até mesmo o apoio a medidas impopulares como o pedágio urbano.

Falta muito tempo, claro, para que a pressão se converta numa cidade com bom transporte público. Monumentais desperdícios como a ampliação das marginais do Tietê tem amplo apoio da opinião pública, segundo o Ibope, o que revela o vício do carro.

Mas o fato é que informações como as que mostram como a poluição ataca o coração vão pavimentando futuras políticas públicas.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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