Pensata

Gilberto Dimenstein

22/04/2010

Se todas fossem iguais a você

A jornalista Vanessa Cabral é uma mãe de classe que média que resolveu matricular seus dois filhos na escola pública (brigadeiro Faria Lima) mais próxima de sua casa, em São Paulo. Muita gente disse que ela estava com algum problema psicológico. A partir daí, montou um blog para relatar sua experiência --o detalhamento está no www.catracalivre.com.br.

Além de montar a blog (de altíssima qualidade, aliás), entrou no conselho da escola e fez um acerto na empresa em que trabalha para ter mais tempo e acompanhar melhor a vida escolar dos filhos. Não é à toa que muito especialista diz que a escola pública perdeu qualidade quando os mais ricos foram para os colégios particulares.

Está aí um dos jeitos de se melhorar, de forma consistente, a educação pública: a participação dos pais, capazes de pressionar a escola e os governantes. Não só pressionar, mas se envolver no aprendizado dos filhos. Para mim, isso é mais importante, muito mais importante, que qualquer reforma educacional.

Daí acredito que se poderia ajudar muito as crianças se cada escola pública tivesse um coordenador para conversar com os pais e com a comunidade, experiência que tem funcionado muito bem em redes públicas dos Estados Unidos e em exemplos isolados no Brasil.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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